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Como se ganham campeonatos

Rui Gomes, em 21.04.22

21105016_F4Vcq.pngNão acredito que haja árbitros corruptos, mas sei que os há pouco corajosos e, sobretudo, influenciáveis. No limite, a diferença não é muita.

O FC Porto explora muito habilmente essa faceta, praticando uma cultura de constrangimento permanente. Qualquer falta sofrida, é ampliada com esgares de sofrimento excruciante e qualquer falta cometida é contestada gestualmente (as mãos na cabeça são verdadeiro ex-libris), como se da maior injustiça se tratasse. Esta bem ardilosa coreografia tem um propósito definido: condicionar o trabalho do árbitro.

Na célebre 'falta' que Coates NÃO cometeu sobre Taremi, que lhe valeu um imerecido amarelo, e que acabou por pesar decisivamente no desfecho do jogo, alguém tem dúvidas que o acrobático rebolar e a expressão de padecimento dolorido, bem como a linguagem gestual dos restantes jogadores e do banco, induziram o árbitro ao erro?

Longe vão os tempos das peitadas de Jorge Costa ou das perseguições de Paulinho Santos. O FC Porto refinou a metodologia. Mas só na forma, porque na substância tudo continua igual.

Com isto, consegue-se que os adversários sejam expulsos ou joguem sob essa ameaça, e que se marquem mais penáltis, contabilidade essa, ampliada agora com as notas artísticas dignas de concurso de mergulho olímpico.

Diz-se que o FC Porto é a equipa que pratica melhor futebol, o que não vou sequer discutir. Só direi que é mesmo muito fácil jogar bem contra adversários carregados de cartões ou com menos jogadores. E quando a coisa está preta, há sempre um penálti salvador que, se não há, inventa-se.

Esta é uma fórmula de sucesso, porque, sejamos claros, estamos a falar dos pontos que garantem títulos. Não dá para ganhar sempre, sobretudo quando se gasta mais do que se tem. Mas dá para fazer a grande diferença. Culpo menos o FC Porto – é, quando muito, uma questão de fair play - e mais quem permite que estas práticas se eternizem no nosso futebol.

De nada vale a competência técnica de um árbitro, quando ele disciplinarmente sucumbe ao ambiente. Mil vezes um árbitro que erra porque se engana, do que um que erra por ter medo.

Artigo da autoria de Carlos Barbosa da Cruzem Record

publicado às 03:19

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27 comentários

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De Zé Manel a 21.04.2022 às 09:41

Isto só mudará/mudaria com a nomeação de árbitros estrangeiros, árbitros que não podem ser ameaçados porque não têm cá família, porque não têm cá negócios, porque não têm qualquer ligação a Portugal. Seria a única forma que vejo de se acabar com estas pressões. Quer se queira quer não, tenho a certeza que um árbitro que apite um jogo do Antas não dormirá muito bem na noite anterior, principlamente se tiver família e/ou negócios no norte. SL
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De Rui Gomes a 21.04.2022 às 12:34

Isso é um factor, mas não fica por aí. O problema vem de cima, dos organismos que superintendem o futebol português.
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De Luis Carvalho a 21.04.2022 às 09:42

Cingindo-me ao primeiro parágrafo do artigo do Dr.CBC e conforme já o expressei várias vezes, o medo que os árbitros têm é de perder o seu lugar na C1, de não serem árbitros FIFA, enfim de perderem uma carreira muito bem remunerada. Se o poder está no Porto, como já esteve no Benfica, é a esses que agradam.
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De Rui Gomes a 21.04.2022 às 12:33

Só a exemplo, o Soares DIas e o PInheiro têm andado em jogos da UEFA.

Tiago Martins e Luís Godinho vão estar na final do Europeu feminino.

Todas estas nomeações através da FPF.

Os prémios pelas "obras" assinadas em Portugal.
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De Greenlight a 21.04.2022 às 10:00

Tudo o que é dito no artigo é verdade. No entanto e após a derrota do Sporting frente ao SLB, no passado Domingo, já não é possível insistir no tema que o FCP vai vencer o campeonato, apenas, devido aos favores e aos erros de arbitragem. Para além do jogo com o SLB, o Sporting perdeu dois jogos que não poderia/deveria ter perdido e por culpa própria, com o Santa Clara e com o Braga. Resumindo o FCP é, de facto, uma máquina falsificadora de resultados, mas, durante a presente época o Sporting não vai vencer o campeonato por insuficiente competência futebolística.
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De Rui Gomes a 21.04.2022 às 12:30

Não é correcto dizer isso porque não se sabe e nunca saberemos.

É verdade que o Sporting perdeu pontos. Quantos é que o FC das Antas teria perdido também sem o sistena corrupto?

Basta ver os nossos dois jogos. Só aí nós teríamos mais 4 pontos e eles menos 2.

Recentemente, o jogo com o Guimarães, é outro exemplo. E não fica por aqui.
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De Profeta a 21.04.2022 às 13:54

Perder pontos aqui e ali é normal. Anormal é não perder pontos praticamente nenhuns! Nem o Mourinho e o Villas Boas fizeram melhor!

Mesmo assim se o Sporting ganhar os 4 jogos que faltam iguala a pontuação da época passada!
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De mike1906 a 21.04.2022 às 14:28

Não concordo com a sua analise. Se o Sporting tem ganho no Dragão, como teria ganho em circunstâncias normais, tudo mudaria daí para a frente.

Onde há segurança, haveriam mais pernas a tremer e onde a esperança diminuiu, duplicaria. Portanto, seria tudo diferente e o desfecho uma incógnita.

O empate no Dragão decidiu o campeonato.
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De Rui Gomes a 21.04.2022 às 14:35

Não sei se decidiu, mas foi um factor importante, sem dúvida.

A questão é que não podemos ter apenas em conta os pontos que o Sporting perdeu, mas também os que o FC das Antas ganhou por vias obscuras, que lhe permitiram estar agora folgado na liderança.
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De Pedro Santos a 21.04.2022 às 10:15

É difícil analisar as coisas apenas por este prisma.
Tende-se aqui a criar uma tese de sucesso de alguém, pegando apenas em exemplos cirúrgicos e não se olhando à regra implantada.
É certo que o Porto aproveita bem esta característica. Mas não é caso único.
Todos procuram fazer o mesmo, ainda que poucos com a mesma mestria.
Quem nega que a nossa grande referência atacante - Paulinho - por entre as suas inúmeras qualidades, não tenta também cavar penaltis e faltas com reboliços e mãos à cabeça como os outros… ainda que sem jeitinho algum para aquela arte?!
A questão é essencialmente da falta de formação dos árbitros, isso é inegável!
Mas todos tentam aproveitar essa lacuna, que nuns anos tocam a uns, noutros tocam a outros…
E onde se vislumbra bem o resultado dessa arte é depois quando se chega à Europa e se cometem cenas tristes com árbitros que não estão habituados à prática nacional. Daí que tanta gente apele a árbitros estrangeiros. Pudera, la fora há pouca paciência para teatros e há já muitos anos.
O Greenlight abordou bem a questão.
Podemos agora lamentar os erros em favor do Porto mas tal do seria legítimo nesta fase se nós tivéssemos cumprido a nossa obrigação.
Perdemos 9 pontos desnecessários que nos colocariam à beira do nosso bicampeonato e a verdade é que nenhum desses pontos foram nos roubados.
Antes pelo contrário até, quando se olha à arbitragem de Fábio Veríssimo no último fim de semana…
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De Rui Gomes a 21.04.2022 às 12:38

É impossível debater consigo. O caro sofre do que nós apelidamos em inglês de "tunnel vision", que lhe impossibilita objectividade.

Isto, entre outros casos, a exemplo do absurdo que disse sobre o Pote.

Opiniões são subjectivas, mas os factos não são. A fazer uma comparação ente Alan Ruiz e Pote é de bradar aos céus.
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De Pedro Santos a 21.04.2022 às 13:34

Não sei…
Discuto muita coisa com muitas pessoas e, quando os argumentos são válidos e os interlocutores têm abertura de espírito suficiente, as conversas fluem e até se atingem consensos interessantes.
Na verdade, a temática na ajuda.
É precisamente na “bola” que se confrontam opiniões mais acintosas e posições mais acérrimas, onde a falácia e o fanatismo andam de mãos dadas. A coisa agrava-se ainda mais por ser nas redes sociais porque se fazem entre pessoas que não se conhecem e, sobretudo, não se veem.
Mas lhe garanto que sou uma pessoa bem mais fácil do que me pinta…
A propósito, permitiu a publicação do meu último comentário onde tentei explicar a analogia que fiz entre Pote e Ruiz ou censurou-o?
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De Pedro Santos a 21.04.2022 às 13:48

Finalmente, deixe-me dizer-lhes o seguinte:
Eu não ando aqui para desabafar qualquer frustração própria ou sequer me ouvir.
Prezo a discussão saudável porque ainda acho que este blog é bem administrado e decente, mesmo que com defeitos que todos temos.
Mas gostaria de tentar evitar juízos de valores, sobretudo porque falamos de gente que simplesmente não se conhece de lado nenhum.
Limitar-me-ia ao singelo comentário em relação ao assunto em causa e nada mais…

Um exemplo: aqui há uns dias, o Rui deu-me a honra de publicar e destacar um comentário meu sobre as pontuações que a UEFA estabeleceu nos rankings.
Eu agradeço-lhe e você fê-lo porque achou a minha abordagem interessante é passível de alguma discussão.
Surgiu apenas um primeiro comentário, vindo de um personagem que não me conhece de lado nenhum, mas que tem uma fixação em mim e não perde uma oportunidade de vir a terreiro chatear-me com conversa de chacha e nada mais, caracterizando-me e adjectivando como lhe apetece…
Pelo meio, como é apanágio dele, deu uma opinião sobre o assunto cheio de inverdades e erros que eu, atento ao assunto que ali reportei, e há muitos anos, facilmente desmontaria.
Nem me dei ao trabalho porque não tenho paciência para discutir com néscios.
Mas, está a ver, as vezes nestas contendas pessoais, do qual eu não me envolvo mas sou envolvido, perdem matéria e valor que podia ser muito melhor aplicado.
Não julgue mal os outros, eu também não o julgo assim…
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De Pedro Santos a 21.04.2022 às 13:37

Ironicamente, é precisamente o efeito de tunnel vision que está no cerne do comentário de Carlos Barbosa da Cruz e que eu tento demonstrar…!
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De Rui Gomes a 21.04.2022 às 13:43

Eu não apaguei comentário nenhum seu, mas também não vou perder tempo a debater essa questão absurda.
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De Profeta a 21.04.2022 às 13:56

O problema está também em quem faz a nomeação dos árbitros para os jogos.
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De Pedro Santos a 21.04.2022 às 14:11

E é óbvio. É um sistema que todo ele é frágil, vulnerável e mal estruturado.
Daí que a autoridade isenta se substitui ao jogo de influências em que todos querem participar.
A solução não passa por apontar culpas ao clube A, B ou C.
Todos os clubes têm culpa por permitirem que isto se perpetue.
A solução passa por instituições mais fortes desde as desportivas às políticas e transversais a todos os sectores da sociedade.
O problema visto de uma perspectiva mais filosófica é social e cultural.

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De mike1906 a 21.04.2022 às 14:49

Se ganharmos os 4 jogos que faltam, fazemos os mesmos pontos que nos deram o titulo o ano passado... infelizmente não foi suficiente, mas penso que nenhuma equipa tem a obrigação de ganhar os jogos todos
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De Rui Gomes a 21.04.2022 às 17:25

Não uma questão de "obrigação", mas sim de poder competir em termos de igualdade.

E argumentar que 'sim eles beneficiaram de muitas ajudas para garantir os pontos', mas... e para alguns há sempre um 'mas'.

Nós perdemos pontos que, em princípio, não devíamos ter perdido; Santa Clara, Braga e Marítimo, e o FC das Antas, quantos mais pontos deviam eles ter perdido salvo pelas estratégias obscuras e afins do costume?
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De José Silva a 21.04.2022 às 11:38

Estamos quase a ficar como no tempo do "apito dourado". Basta olhar para os dois jogos para a liga com o SPORTING onde tanto num , como noutro, o Sporting é claramente prejudicado. Mais grave do que os penaltys fabricados pelo iraniano e os jogadores expulsos das equipas adversárias para o F.C. Antas ganhar os seus jogos, foi o que se passou no domingo contra o Portimonense, onde estes, levaram para o LADRÂO, uma equipa de reservistas para facilitar a vitória ao F.C. Antas.E mais escandaloso, é que o estádio do LADRÃO, continua sem ser castigado por causa dos incidentes com o nosso clube...! Até parece que não aconteceu nada..! O Sporting tem que estar muito atento no jogo de logo, porque eles ( F.C. Antas), vão fazer tudo para que os nossos jogadores sejam expulsos e castigados para os próximos jogos. Eu conheço bem esta "CORJA", porque quando ia ao antigo estádio dos "fruteiros" ver o Sporting, era obrigado a estar calado...!
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De Rui Gomes a 21.04.2022 às 12:40

Há muitos casos a citar, recentes e de há muitos anos a esta parte.
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De Juskowiak a 21.04.2022 às 12:08

Um exemplo flagrante da cobardia dos árbitros quando apitam jogos do Porto foi o no Porto-Sporting de dia 11 de fevereiro.

Numa banal falta que o Porto cometeu no meio campo, a bola ficou nossa e Artur Soares Dias não a assinalou dando lei da vantagem. E bem.

Mas o que ele não contava era que daí decorresse um contra-ataque perigosíssimo do Sporting. E o que fez ASD? Como qualquer árbitro cobarde, desonesto e incompetente apitou de imediato a falta antes que o lance desse golo.

Porque ele sabia que provavelmente ele e a sua família seriam ameaçados por gente ligado a este clube corrupto, que lhe vandalizariam a sua loja, e que possivelmente lhe fariam uma espera na sua residência ou local de trabalho.

Este e outros inúmeros lances, em que os árbitros por cobardia assinalam todos os lances subjetivos a favor do Porto são o grande catalisador daquelas que serão conhecidas como "vitórias à Porto". E mesmo com provas documentais, como as que estão no Youtube estes corruptos ficar-se-ão sempre a rir, já que nem a Justiça tem coragem para detê-los.
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De Rui Gomes a 21.04.2022 às 12:43

Tudo isso é parte do problema, mas o cerne da questão reside com os organismos que superintendem o futebol português.

A haver uma "limpeza", teria de começar em cima, como já aconteceu noutros países.
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De Luísa de Sousa a 21.04.2022 às 12:28


É para aplaudir de pé este artigo do Dr. Carlos Barbosa da Cruz
Está perfeito

Beijinhos, Rui
Feliz Dia

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