Como se "queima" um jovem e promissor talento

Rui Gomes, em 10.04.16

Já tive ocasião de aqui escrever que se esperava que 2015/16 fosse a época de grande afirmação de Carlos Mané, mas, lamentavelmente, tem sido tudo menos isso.

Em 2014/15 participou em 41 jogos, 19 como titular, 13 dos quais na I Liga, com 9 golos marcados. Esta época, com Jorge Jesus ao leme, participou em 22 jogos, 10 como titular, 2 dos quais na I Liga, com 1 golo marcado e 342 minutos de jogo (3.8 jogos).

Em Janeiro 2016 houve a oportunidade de ser cedido ao Hamburgo da Bundesliga, mas a sua saída foi travada pelo treinador, que exigiu a sua permanência em Alvalade, no entanto, tem continuado longe de se fixar entre as primeiras opções de Jorge Jesus.

O atleta de 22 anos, que regista 66 internacionalizações em representação das camadas jovens lusas, 14 das quais pela equipa de sub-21 liderada por Rui Jorge, alinhou alguns minutos na vitória do Restelo, com o Belenenses - entrou no jogo aos 71' -, mas não saiu do banco frente ao Arouca e Estoril, e ontem, em Alvalade, diante do Marítimo, foi preterido por Jorge Jesus e assistiu ao encontro na bancada.

Haverá quem venha prontamente apontar que nos poucos minutos que tem jogado não tem impressionado, ignorando que lhe falta ritmo de jogo e, sobretudo, o reconhecimento de que ele está consciente de que não tem a confiança do treinador.

Carlos Mané está/estava no lote de meia dúzia de recém-talentos da formação a quem se previa um grande futuro. Pode ainda vir a acontecer, mas, muito indica, não em Alvalade, enquanto Jorge Jesus for o técnico da equipa principal.

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publicado às 12:00

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33 comentários

De Rui Gomes a 10.04.2016 às 13:29

Se não percebeu essa premissa, é porque percebe pouco de futebol.

A modalidade tem um extenso registo de jogadores "queimados" por treinadores. Daí que muita vez se recorra ao velho provérbio que, por vezes, "mais vale cair em graça do que ser engraçado".

Ao jogador compete agarrar a oportunidade quando esta lhe é concedida, mas muito depende de que género de oportunidade e em que circunstâncias. Jogar ocasionalmente uns minutos por jogo, não é oportunidade.

E não seria favor algum utilizar Carlos Mané a falta 6 ou 10 jogos. Ele é um talento provado e já com alguma experiência ao mais alto nível. Muito por isto, as opções para o meio-campo do Sporting são muito limitadas.

De Implacável a 10.04.2016 às 18:31

Acaba por repetir aquilo que eu digo mas deve tem razão, percebo pouco de futebol...
Para além disso, sou distraído porque não reparei que o post é do Rui Gomes. Caso contrário não me teria dado ao trabalho de responder.
Sabe, eu também não gosto do nosso treinador mas a minha prioridade é o Sporting vencer sempre, independentemente de gostar ou nem de quem o representa.
Ou acha que me agrada ver o Ruiz em campo? Ainda ontem nos ofereceu mais um dos seus épicos falhanços.