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Comprem jornais desportivos

Rui Gomes, em 22.03.20

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Os jornais desportivos, para a minha geração, constituem um hábito de leitura arreigado. Desde os tempos em que não saíam todos os dias, a informação, a crónica, e até a crítica desportiva era veiculada através dos jornais da especialidade, que nos apressávamos a ir comprar ao quiosque, não fosse esgotar, o que acontecia amiúde, sobretudo após um jogo grande.

Os tempos mudaram muito e, hoje, o fenómeno desportivo já não é apanágio dos jornais temáticos, outrossim adquiriu um estado de globalização informativa absolutamente transversal.

Não só os jornais generalistas dispensam um crescente número de páginas ao desporto, como pululam, sobretudo nas televisões, programas de informação e debate desportivo, em especial do futebol. Há horários em que os canais por cabo mais importantes, todos, incluem painéis de comentadores, onde o futebol é espremido e discutido até ao último centímetro.

Temos hoje mais informação, o que não quer dizer que temos melhor informação.

A nível da crítica e do comentário sou confrontado com coisas que arrepiam. Com efeito, aquilo que deveria ser um simples confronto de opiniões, torna-se frequentemente, numa indecorosa peixeirada, em que tem razão aquele que fala mais alto. E que dizer de pessoas inteligentes, que abdicam da sua independência, para defender cegamente, muitas vezes contra a evidência, o clube da sua eleição?

Esta proliferação canibalizou , de certo modo, os jornais desportivos. Porquê, afinal, pagar por informação que se pode ter de graça?

Este é um raciocínio muito curto de vistas. Porque as melhores fontes, o relato mais fiel, as pessoas mais conhecedoras, a colaboração mais acutilante, a visão mais descomprometida, a abordagem mais séria estão nos jornais desportivos e nos seus sites.

Os jornais desportivos têm sido vítimas deveras injustas desta conjuntura. Vendem-se menos, não porque a sua qualidade tenha diminuído – pelo contrário – mas sim porque o consumidor se satisfaz com o menos.

As coisas são mesmo assim; há muito boa gente que se contenta com a fast food e não vai a restaurantes.

É imperioso manter as vozes livres e abalizadas que são os jornais desportivos, para mais nesta altura, em que não há competições.

Não ceda ao mero mediocratismo, não alinhe por baixo. Mantenha-se informado com qualidade. Compre jornais desportivos, porque eles sabem, melhor que ninguém.

Carlos Barbosa da Cruz, jornal Record

publicado às 02:17

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11 comentários

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De antonio a 22.03.2020 às 06:51

Nunca li tantos disparates num só artigo de opinião.
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De João F a 22.03.2020 às 10:49

Este também é um dos que mama à custa do nome do Sporting, "vendendo-se" ao rascanhord e seus derivados . Se tivesse vergonha calava-se. Eu não compro esses pasquins desde 2002. Seria bem bom, que com a crise de agora, fosse feita uma limpeza nessa dita imprensa. Não tenho pena nenhuma dos jornalixos que por lá trabalham, pois têm demonstrado que são bichos rastejantes, que quando não têm nada para borrar o papel, inventam sem olhar a meios, como se viu nas últimas semanas com falsidades sobre o Sporting.
Estão agora muito preocupados com a informação, quando até aqui, preocuparam-se mais em "rezar" missas em certas capelinhas e em denegrir a concorrência.

O mundo está em convulsão e nada voltará a ser como antes da chegada do coronavírus. Que se preparem para o pior.
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De José Mário Costa a 22.03.2020 às 11:40

Comentários ofensivos já são permitidos neste blogue, sr. admnistrador?

José Mário Costa
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De Rui Gomes a 22.03.2020 às 11:53

Não confunda comentários críticos com comentários ofensivos!!!

Mas é mesmo só isso que tem para contribuir???
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De João F a 22.03.2020 às 12:31

Este se calhar também tem interesses nalgum pasquim deste País. Doi-lhe o couro, por alguma razão é.
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De Shamuças a 22.03.2020 às 16:23

O problema de muita gente é a acefalia e o uso de palas, como os burros na nora.

Prefiro uma imprensa suja do que nenhuma imprensa, ou "media", se quiserem.

Se não percebem porquê, estudem informem-se, para não dizerem disparates.
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De Rui Gomes a 22.03.2020 às 16:50

A propósito de disparates...
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De João F a 22.03.2020 às 17:24

Gostos não se discutem...

Há quem prefira imprensa suja, como há outros que preferem não se lavar e cheirarem mal.

Eu prefiro ser ignorante, do que ficar com a mente suja pela porcaria que me possam impingir os pasquins.

O ideal é ter-se a alma sã e o corpo limpo, mas parece-me que a sujestão não serve para todos.

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De verdesangue a 22.03.2020 às 17:52

Mas e tem algum exemplo que nos queira dar de país ou sistema politico que não tenha imprensa nenhuma??? É que eu pelo menos depois de Gutenberg, não conheço tal local. O que é bem conhecido, é precisamente sistemas ditatoriais à esquerda e à direita assim que tomam o poder a quererem dominar e controlar toda a comunicação social para que esta só divulgue as noticias que para eles sejam interessantes....e quem diz países ou sistemas politicos, diz clubes poderosos que com o decorrer dos anos foram perdendo a força que já tiveram dentro das quatro linhas e para inverterem essa "decadência" resolvem deitar a mão à comunicação social lá dos seus "burgos" para esta só repetir o que for de seu interesse, eu pessoalmente conheço um destes exemplos aqui bem perto....práticamente é só atravessar a avenida para o outro lado para depararmos com um caso desses.
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De J.Oliveira a 22.03.2020 às 19:26

Em tese concordaria com ele, se todos os jornais desportivos fossem rigorosos, isentos, imparciais, infelizmente alguns destes tornaram-se verdadeiros pasquins. Talvez por isso não compro jornais desportivos há muitos anos, apesar de ser uma presença assídua no futebol, mais precisamente em Alvalade. Também não vejo os programas de peixeirada de um canal, e muitos dos programas de debate futebolístico nas tvs. Vejo, por vezes, o Play-Off na SIC, apesar de detestar o moderador e não gostar da larga maioria dos comentadores desportivos da estação e não é apenas por serem encarnados...
SL
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De ChakraIndigo a 22.03.2020 às 20:24

Os jornais desportivos são uma extensão mais higiénica da maioria dos programas de peixeirada que é mencionado pelo autor desta crónica.

Cada um deles com um clube preferido, e onde se destacam uma meia dúzia bem contada de comentadores imparciais e descomprometidos, o que é o opsto do que defende CBC.

Deixei de comprar há anos.

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