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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O processo social e desportivo é eminentemente dinâmico. O “tempo” que vivemos hoje resulta do que aconteceu anteriormente e perspectiva o futuro, mas é fortemente condicionado pelos modelos de comunicação.
O desenvolvimento tecnológico dos meios de informação constitui um facto novo, que obriga os dirigentes desportivos a reorganizarem as formas de comunicação, implicando novos sistemas de ordenação, manipulação e difusão da realidade.
Há muito tempo que a “gestão da realidade” se instalou no Sporting de acordo com a estratégia de poder dos seus dirigentes. Como nos outros clubes, aliás. Acontece que, com Bruno de Carvalho, essa intenção de iludir (e de capturar) a realidade alcançou um nível como antes não se verificara, existindo agora uma agenda de comunicação planeada e executada de modo a constituir um elemento estruturante do modelo de gestão.
Como é habitual essa “gestão da realidade” visa as várias dimensões temporais com que se confronta. Se recuarmos no tempo veremos a sucessão dessa conflitualidade, desde a banca credora à comunicação social, da Auditoria à Assembleia Geral, dos empresários do futebol ao corte de relações com o FCPorto, de Bruma a Marco Silva, e assim sucessivamente. É neste contexto que se desenvolve a acção de José Quintela, vogal do Conselho Directivo e director-geral da Quintela&Reis Consultores, e das agências de comunicação YoungNetwork Group e WL Partners.
Nesta estratégia comunicacional prevalece o princípio de que o importante é a versão, não o facto. Assim, é necessário divulgar a versão, confundindo a veracidade dos factos. Esta estratégia é favorecida pela poeira que se vai instalando com o tempo: esbate-se a cronologia da sucessão vertiginosa dos factos, o que permite a sua manipulação temporal e protegê-los com uma máscara favorável. Uma vez estabelecida a versão torna-se extremamente difícil rectificá-la.
Em consequência, transformou-se o sistema de comando no Sporting. Modificou-se a matriz institucional e desenvolveram-se outros sistemas de domínio organizacionais. Por essa razão, surgiu a necessidade de difusão de novos valores e crenças, de ideologias que legitimassem a posição dos detentores do poder.
Hoje, existe uma nova estrutura de poder no futebol do Sporting, constituída por Jorge Jesus, Octávio Machado e Manuel Fernandes. Questionado por Judite de Sousa sobre quem manda no futebol do Sporting, Bruno de Carvalho respondeu que são “Jorge Jesus e o presidente”. Elucidativo, ninguém imaginaria uma partilha de poder assim com Leonardo Jardim ou Marco Silva!
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