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O Sporting Clube de Portugal e a Sporting Clube de Portugal - Futebol, SAD informam que, na presente data, revogaram, com efeitos imediatos, os protocolos celebrados, no passado dia 31 de Julho, com a Associação Juventude Leonina e com o Directivo Ultras XXI - Associação.

Esta resolução é determinada em virtude da escalada de violência que ontem culminou com tentativas de agressões físicas a dirigentes e a outros adeptos do Sporting Clube de Portugal.

Regista-se também o incumprimento sistemático, por aqueles Grupos Organizados de Adeptos (GOA), das diversas obrigações que para si resultam dos referidos protocolos, nomeadamente a obrigação prevista na cláusula 3.1., mediante a qual “O GOA obriga-se a que os responsáveis dos GOA, os Sócios SCP dos GOA ou simpatizantes cumpram a lei (nomeadamente a Lei n.º 39/2009 de 30 de Junho, na redacção resultante da Lei n.º 52/2013, ou outra que venha a suceder-lhe), os Estatutos do SCP e os Regulamentos, no respeito das Instalações Desportivas do SCP e das pessoas e bens e o disposto no presente protocolo”, de que são exemplo as multas suportadas pelo SCP e SCP - Futebol, SAD por comportamento dos adeptos.

Mas, mais importante ainda do que estes factos, a resolução é determinada por aqueles GOA terem vindo a faltar sistematicamente no apoio devido aos atletas do Sporting CP, nomeadamente da equipa principal de futebol, razão primeira da celebração dos referidos protocolos. Com efeito, a única razão de fundo para a celebração dos protocolos é permitir aos GOA as melhores condições para o apoio aos atletas das equipas do Sporting CP; e, faltando esse apoio, falta, naturalmente, a razão de ser da vigência do protocolo.

O SCP e a SCP - Futebol, SAD cumpriram integralmente os protocolos; e esperavam da Associação Juventude Leonina e do Directivo Ultras XXI - Associação igual cumprimento integral.

O Sporting Clube de Portugal é uma instituição centenária, que sempre fez o seu trajecto no respeito do Desporto e que não pode compactuar com comportamentos violentos, contrários à lei e que apenas contribuem para o afastamento dos restantes Sócios e adeptos dos recintos desportivos. O Sporting Clube de Portugal rege-se pelos seus princípios e não abdicará deles, por muito difícil que seja alterar hábitos e privilégios antigos e sem qualquer justificação dentro do Universo Sportinguista.

Procurámos, com o máximo de abertura possível e pensando exclusivamente no apoio às nossas equipas, reformatar a relação que vinha sendo mantida com os nossos GOA e reformulámos os protocolos de relacionamento, reduzindo benefícios e aproximando os membros dos GOA dos direitos e obrigações dos demais Sócios do Sporting Clube de Portugal.

O futuro do Sporting CP define-se inevitavelmente nas decisões que tomarmos hoje e há coisas que já não podem ser toleradas, menosprezadas e que temos de enfrentar com coragem e lucidez. Não decidir será causador de maiores danos para o destino do Clube.

O presente do Clube é também uma consequência do seu passado. Os crimes cometidos em Alcochete e que se traduziram no maior ataque desportivo, financeiro e humano ao Sporting Clube de Portugal estão na memória de todos e a História não se apaga. Foram dezenas de milhões de euros de prejuízos, danos reputacionais inestimáveis para a imagem, nome e marca Sporting CP. Foi a página mais negra da História do Sporting Clube de Portugal e resultou num impacto muito negativo para o bom nome do Clube, infelizmente com consequências que perduram e dificultam a relação do SCP com outros clubes, dirigentes, agentes, jogadores e treinadores. Mas o que aconteceu tem de servir para que se retirem ilações, e devemos, no limite, aprender com essa tragédia. Aprender implica não repetir os erros do passado e não tolerar as tentativas de repetição como o ocorrido na mais recente invasão à garagem em Alvalade. E com que intuito? Mais agressões, mais rescisões, mais perdas.

Uma claque, seja ela qual for, tem uma função: apoiar as equipas do Clube. Se é usada para outros fins, se ameaça Sócios nos estádios, recintos e assembleias gerais, se usa a violência física ou verbal contra atletas, treinadores, técnicos, dirigentes e outros Sócios, se essa violência é gratuita ou patrocinada, se essa violência é espontânea ou instigada, se acha que está acima dos outros Sócios, se ataca e desvaloriza o Clube e o seu bom nome, se causa prejuízos de milhões de euros ao SCP, se faz com que o Clube pague centenas de milhares de euros em multas, se é notícia pelos piores motivos, se nem sequer apoia o Sporting Clube de Portugal, se faz com que os atletas sintam que “jogamos sempre fora”, então não está a servir o Sporting Clube de Portugal, então não está a desempenhar a função para que foi criada.

Por fim, está ainda em dívida a segunda prestação relativa à regularização da bilhética de 2018/2019, vencida em 9 de Outubro passado, facto que origina, nos termos da Lei, o vencimento automático de todas as demais prestações previstas no Anexos aos Protocolos.

Assim, decidiu o Sporting Clube de Portugal, a bem dos seus Sócios, atletas, dos seus profissionais, dos superiores interesses desportivos e financeiros do Sporting Clube de Portugal, e do seu futuro, terminar, com efeitos imediatos, o protocolo existente com quem violou dolosamente e conscientemente obrigações desse mesmo protocolo, com quem violou os estatutos do Sporting Clube de Portugal, com quem violou a lei da República Portuguesa, com todas as consequências que daí advirão.

Esta é uma questão muito séria, não exclusiva do Sporting Clube de Portugal, e que a partir dum certo momento terá de ser tratada pelo Estado Português. A violência no desporto e os meios de combate à mesma não são uma questão que o Clube deva tratar sozinho. Mas esta não é também uma questão somente do Estado Português, porque a violência no desporto preocupa, e muito, as mais altas instâncias do Futebol Mundial – UEFA, FIFA. Em inúmeros Estados Europeus, nomeadamente em Inglaterra, houve coragem para lidar, combater e erradicar a violência dos estádios e recintos desportivos.

Esta questão é demasiado séria... Apelamos que, não obstante divergências legítimas, independentemente de críticas que sejam justas e que reconhecemos, apesar de protestos e críticas razoáveis e pertinentes da massa associativa que humildemente aceitamos, haja o maior sentido de responsabilidade. Apelamos ao mais elevado sentido de Estado para quem quer verdadeiramente o bem-estar do Sporting Clube de Portugal. Apelamos ao mais profundo e genuíno Sportinguismo de todo e cada Sócio do Sporting Clube de Portugal. Esta é uma questão estrutural para o presente e futuro do Sporting CP e não meramente conjuntural.

Apelamos a todos os sócios do Sporting CP para que não se faça demagogia com este tema e para que não haja nenhum tipo de oportunismo político em torno desta questão. O Sporting Clube de Portugal não merece isso. Nenhuma divergência com qualquer Direcção ou dirigente justifica uma alta traição ao próprio Clube numa questão desta gravidade. Este é um problema que, a bem de todos, a bem do Sporting Clube de Portugal e até do Futebol Português, tem de ser resolvido.

Esta Direcção enfrentou condições muito difíceis e a nossa missão é – apesar do contexto pós-Alcochete, apesar do que fizeram de mal, de muito mal ao Sporting Clube de Portugal – a de entregar o Clube num estado melhor, bem melhor, do que aquele que recebemos. Essa é a nossa missão.

Dissemos e reafirmamos que nunca, mas nunca, nos faltará a coragem para protegermos e defendermos o Sporting Clube de Portugal seja do que for, seja de quem for.

E apesar das ameaças, da coacção, das injúrias, dos insultos, apesar dos riscos, apesar de tudo, consideramos que temos todos, mas todos, de enfrentar este problema que se arrasta e que se agrava a cada dia que passa, esperando uma regeneração, um novo rumo, da parte de quem quer realmente apoiar o Sporting Clube de Portugal.

Esta é uma questão em que os Sócios e adeptos do Sporting Clube de Portugal devem estar verdadeiramente unidos. É altura de dizer basta. É altura de tomar uma posição. E a única posição possível é a de defender o Sporting Clube de Portugal.

Hoje, lamentando profundamente este desfecho, escolhemos o Sporting Clube de Portugal.

O Sporting CP é de todos. Viva o Sporting CP!

Pelo Sporting CP e pela Sporting CP - Futebol, SAD

publicado às 03:34

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2 comentários

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De Rampante a 21.10.2019 às 10:24

Concordo plenamente com a decisão do clube, no entanto considero que o "timing" foi o pior possível e uma vez mais a comunicação foi/é muito deficiente.

Mas vamos retroceder um pouco:

Após o ataque à Academia e após vários dias pressão, por forma a "mostrar trabalho" e a "descolar-se" dos eventos, BdC anunciou a suspensão dos apoios à JuveLeo, sendo que não havendo mais jogos na época, esta suspensão era apenas para "Inglês ver".

Com a chegada da comissão de gestão, Sousa Cintra, surpreende ao "perder tempo" com um dossier que não era prioritário e até faz uma conferência de imprensa com as 4 principais claques do SCP onde é dito e reafirmado o total apoio do clube e SAD às claques.
Quem gere, por vezes tem de dançar com os anjos e outras vezes com o Diabo, no entanto considero que Sousa Cintra "abusou", principalmente porque ele sabia bem que "estava a prazo".

Com a eleição de Frederico Varandas, o assunto das claques ficou "mais ou menos esquecido", até porque, as próprias claques também estavam a viver a sua crise, em especial a Juve Leo, muito dividida entre os apoios a BdC e ao próprio Mustafá que se encontra detido e que "gere" a claque desde o interior da prisão (algo que não é novidade).

E se a "paz podre" entre Juve Leo e CD foi passando mais ou menos despercebida, veio ao de cima a fricção quando o SCP anunciou os novos protocolos para esta época, em que era notório que "as claques" (ou algumas pessoas das claques) perdiam um dos seus principais "ganha pão". Houve até comunicados das claques, mas ninguém ligou...

Depois disso, a contestação foi aumentando, e para "ajudar à festa" o SCP está a fazer uma época miserável, o que dá a "desculpa" perfeita para as claques contestarem ainda mais... e pior... este CD tem um grande problema de comunicação e em vez de se remeter ao silêncio, fala... e fala muito mal...

Mas chegou a um limite... e acções têm de ser tomadas...
Concordo com o CD neste comunicado...
No entanto isto pode ser a "morte" desta Direcção... Decidiram tomar uma posição de extrema força, de extremo conflito, no momento em que estão mais frágeis... e eles sabem-no... dai apelarem aos sportinguistas, que os "apoiem", nesta decisão...

Infelizmente e tendo em conta o momento do futebol, não sei se o "adepto comum" está para tomar partido nesta guerra, e receio bem que Varandas tenha declarado uma guerra, sem antes contar espingardas.


Da minha parte terá o apoio que lhe puder dar, não por Varandas, mas sim pelo SCP, pois está mais do que na hora de afastar estes interesses nefastos do clube por forma a que se dei-a espaço a quem realmente sabe viver o desporto
.

Nota final: a comunicação continua um desastre... este comunicado é um exemplo disso... além dos erros iniciais, fala demais... por exemplo, refere que um dos motivos para a rescisão é o não pagamento de valores em data acordada, quando ainda "só" passaram 10 dias do final do prazo... isto depois do SCP ter feito comunicados contra alguns "fornecedores" que lhe exigiram valores relativo a dividas beeeeem mais vencidas... não havia necessidade... estes "detalhes" apenas "atiçam" a fogueira e o SCP está longe de precisar de mais gasolina...
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De Paulo Salcedas a 21.10.2019 às 14:57

100% de acordo, péssimo timing de comunicação/decisão e francamente nãos ei se neste momento foi a melhor opção, parece-me mais deitar gasolina para apagar fogos.

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