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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O secretário de Estado da Juventude e do Desporto quer que os dirigentes só falem das coisas boas do futebol, mas os problemas não desaparecem por magia.
No clássico PeterPeter PanPan, de JJ. MM. BarrieBarrie, a fada SininhoSininho consegue fazer qualquer pessoa voar com os seus pós de perlimpimpim: basta que tenham pensamentos felizes. João Paulo Rebelo, secretário de Estado do Desporto, tem uma abordagem parecida em relação aos problemas do futebol português: basta que os dirigentes falem dele apenas pelas boas razões.
Claro que PeterPeter PanPan é uma obra infantil enquanto o futebol português é pelo menos o que se joga fora das quatro linhas, um espectáculo apenas para adultos. A ideia de que não se deve falar dos problemas, com a esperança de que voem para longe por artes mágicas, é enternecedora, mas infantil e, por isso mesmo, irresponsável.
Ora, as crianças podem ser irresponsáveis, os governantes não. Quando o primeiro-ministro fica descansado porque, por cá, ao contrário do que aconteceu na Grécia, ainda não chegámos ao ponto de ver um dirigente entrar com uma pistola no meio do campo, fica a ideia de que também ele prefere os pensamentos felizes.
De resto, não é a primeira vez que um governante português não dá muito crédito aos avisos que chegam da Grécia. Claro que, para tal, é preciso ignorar que, não há assim tanto tempo como isso, um adepto morreu atropelado numa rixa, com o Ministério Público a descrever o clima entre as duas claques rivais - ou grupos de adeptos organizados - em causa como sendo de "guerra permanente".
Mas é melhor não falar sobre isso. Lembrem-se: só pensamentos felizes e pós de perlimpimpim. A questão é que, com a cabeça assim enfiada na areia, não vai ser fácil voar, mas não se pode ter tudo até porque isto, definitivamente, não é um conto de fadas.
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