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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Bruno de Carvalho tirou mais um coelho da cartola e no decurso da Assembleia Geral de domingo informou a comunidade leonina que um “governo-sombra” constituído por seis conhecidos sportinguistas actua nos teclados de computadores com o intuito de defenestrar o presidente legitimamente eleito.
No entanto, uma breve apreciação dos nomes que o Record pôs a circular permite perceber que a conversa é estapafúrdia e sem pés nem cabeça. Sendo todos conhecidos pelos sportinguistas é do domínio público o percurso de cada um no Sporting. Basta esta constatação para tornar impossível o que foi propalado. Mais, bastaria a Bruno de Carvalho conhecer um pouco da História do Clube nos últimos vinte anos para não permitir aquela associação de nomes. Agora, como listas atraem listas e o ensandecimento não paga imposto já vamos noutra organizada por apóstolos e discípulos. Menção honrosa para uns, vergonha para outros !
No fundo, a estratégia de criar sucessivas “cortinas de fumo” com a finalidade de atrair a atenção, a energia e a emoção dos sportinguistas para determinados assuntos, que nem serão os prioritários neste momento, permite que a inexistência de patrocínio para as camisolas e de naming para a Academia, as dúvidas sobre a eficácia do trabalho de Jorge Jesus, a difícil renovação de Carrillo ou o receio de flop da generalidade das contratações de 2015 pareçam assuntos marginais e de menor importância. São aspectos centrais da “vida” actual do Sporting, mas enquanto se esmiuça o discurso presidencial remete-se para o sótão os assuntos verdadeiramente preocupantes. E perante a forma como se pretende iludir a realidade fica-se com receio que o pior ainda esteja para vir.
Para muitos, a estratégia de Bruno de Carvalho é suicida. Provocou um maior isolamento do presidente entre os sportinguistas, cavou ainda mais fundo a divisão entre os adeptos, alienou o apoio de muitos que privilegiam a estabilidade e lançou dúvidas sobre a sua capacidade para gerir o Sporting. Chega a parecer que o presidente não dá ouvidos às agências de comunicação que ele próprio contratou para o Clube.
Percebe-se cada vez melhor que o Sporting ziguezagueia ao sabor do vento e das marés, sem um rumo definido e a navegar "à vista". Bruno de Carvalho pensará, quem sabe, que consegue governar o Sporting assim neste frenesim constante com a sua voz rouca e uma pseudo linguagem libertadora e transformadora, ameaçando quase tudo e quase todos. Neste contexto, a prometida transparência no quotidiano da acção directiva do Sporting é letra morta, assim como a celebrada cultura de exigência que o presidente prometeu implantar no Clube. Quando se chega a este ponto torna-se evidente o ambiente de fim de ciclo e que se passou à fase de contar as espingardas.
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