Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]




Crise? Qual crise?

Naçao Valente, em 04.09.22

Costuma dizer-se que repetir até à exaustão um acontecimento acaba por o banalizar. Nesse sentido, a utilização exagerada e muitas vezes despropositada da palavra crise pode tirar-lhe o verdadeiro significado. Torna-se banal falar de crise a propósito de tudo ou de nada, no âmbito da política, da economia, da sociedade. E como não podia deixar de ser o seu uso tornou-se useiro e vezeiro no futebol.

a7cb436b40eb6858f044c8676f82447f.jpg

A verdade é que ninguém sobrevive sem pão, genericamente falando, mas todos podemos viver sem futebol. Esta modalidade desportiva começou há pouco mais de um século como entretenimento para quem o praticava, transformou-se num espectáculo de massas que move milhões.E criou um mundo que gira à sua volta, que o divulga e dele se alimenta, e que para além da divulgação  necessária, especula e fomenta, no mau sentido, rivalidades e ódios.

A palavra crise tornou-se tão banal que é utilizada pelo mundo comunicacional a propósito de um qualquer desaire desportivo, quase como se isso não fizesse parte do desporto. Curiosamente, ou talvez não, essa decretação de crise é amplificada quando se trata de clubes com mais adeptos. Na minha perspectiva, essa criação de factos, não é inocente. Explora a parte psicológica do ser humano, visando tirar disso proveitos, relacionados, entre outras coisas, com audiências.

O Sporting foi vítima recentemente dessa criação especulativa pelo facto de ter perdido dois jogos, um de alta dificuldade, com um adversário, no mínimo do mesmo nível, e de um outro com adversário teoricamente inferior, mas que pela imponderabilidade dos jogos de futebol, ganhou sem mostrar qualquer superioridade durante o tempo de jogo. Horas infinitas de análises e debates intensivamente inúteis manipulam as mentes de adeptos que “emprenham pelos ouvidos” e acabam por se deixar contaminar por esse vírus da manipulação.

Crise? Qual crise? Crise é não ter comida no prato, crise é não ter habitação, crise é viver num clima de guerra, entre outros exemplos. Mesmo no mundo restrito do futebol, crise é um clube deixar de cumprir os seus compromissos, deixar de pagar as contas, incluíndo salários de trabalhadores. Na vertente desportiva é sempre melhor ganhar do que perder, porque também pode ter reflexos na gestão económica. Mas em qualquer prova apenas pode ganhar um. Como exemplo lembro-me da Alemanha onde o campeão se repete ano após ano. E em consequência os outros deixam de existir?.

O Sporting esteve longos anos sem ganhar campeonatos, e continuou  pujante. Enquanto adeptos não queremos que isso volte a acontecer, mas não é pondo tudo em causa após um ou outro mau resultado que se inverte essa tendência, indo atrás da lenga lenga da crise, criada externamente, mas logo adoptada internamente? Nos momentos maus pelos quais todos os clubes passam, é preciso cabeça fria, para não criar uma verdadeira “crise” de confiança.

Todos sabemos que os adeptos não se pautam pela racionalidade, mas a perturbação que geram em quem tem que resolver os problemas, pode agravar em muito a situação. Eu tenho lido opiniões de bradar aos céus: leigos fazendo análises individuais e colectivas sem fundamento, como verdades absolutas, que a realidade a seguir desmente, mas que não impedem que voltem ao mesmo registo. Exemplo disso é a insistência num ponta de lança como se estes estivessem ao preço da “uva mijona”, ou a crítica às aquisições possíveis. É assim a natureza do mero adepto. Temos que viver com ela, mas que chateia, chateia. Que o chorrilho de opiniões sem fundamento, não cheguem ao céu, para que o SCP continue no seu caminho, conduzido por quem tem essa competência. Só a união faz a força.

publicado às 03:49

Comentar

Para comentar, o leitor necessita de se identificar através do seu nome ou de um pseudónimo.


36 comentários

Sem imagem de perfil

De Juskowiak a 04.09.2022 às 09:58

Em primeiro lugar, o devido elogio a este artigo. Está mesmo muito bem escrito. Nada a que o Nação Valente já não nos tenha habituado.

De resto, caro Nação Valente... futebol é essencialmente paixão. Futebol é sermos treinadores de bancada, e "ralharmos" com os treinadores e jogadores para no minuto seguinte as incidências do jogo desmontarem as nossas "sabedorias" ou darem-nos razão. E quem está à frente de um clube, de uma equipa ou de um balneário pode e deve ignorar a ciência dos adeptos e fazer o seu trabalho com que realmente sabe da poda.

Duas notas:
1- É possível comprar bom e barato. Sim, é. E ter um bom scouting ou não ter é a grande diferença.

2- Também considero que à 6ª jornada ainda é muito cedo, para não dizer ridículo, falarmos em crise, maaaaaas.... o plantel é francamente muito curto e inferior ao do ano passado, e estamos a 8 pontos quando ainda não começaram os jogos da Champions. Impossível não moderar as expectativas a curto prazo..
Imagem de perfil

De Naçao Valente a 04.09.2022 às 14:47

Obrigado juskowiak, pelo contributo. De facto futebol é paixão e sobre isso não há opiniões divergentes. Há opiniões críticas que fazem algum como costumam ser as suas, mas há outras bastante disparatadas. E há ainda as de total má fé, que rejubilam com os maus resultados, de acordo com a sua agenda.

Como diz, quem tem que tomar decisões tem que estar blindado contra a sabedoria dos adeptos que poem tudo em causa à 6ª jornada. Já quanto ao plantel, admito que é curto, e que já teve mais qualidade. Mas quero lembrar que ganhámos o último campeonato com um plantel curto, e com muita inexperiência, embora com a vantagem de estarmos com um calendário muito aliviado. Até ao lavar dos cestos é vindima.
Sem imagem de perfil

De Anónimo a 04.09.2022 às 10:37

Artigo cheio de bom senso, de acordo a "200%", são artigos como este que deviam ser partilhados pelos adeptos do meu Sporting é do futebol em geral
Imagem de perfil

De Rui Gomes a 04.09.2022 às 11:49

Identificação???
Imagem de perfil

De Naçao Valente a 04.09.2022 às 14:52

Obrigado pela apreciação. Apesar da nossa paixão pelo clube, não a devemos deixar que perturbe o raciocínio. À margem do debate quero lembrar que neste blog é necessário identificação.
Sem imagem de perfil

De Profeta a 04.09.2022 às 11:28

Empatamos na Pedreira contra um Braga que porventura será um dos mais fortes dos últimos anos.
Perdemos no Dragão. Nada de anormal. Em Alvalade podemos reverter para o nosso lado.
Contra o Chaves é que foi mais inesperado, mas também é daqueles jogos que acontecem em cada 100. O Sporting poderia ter resolvido na primeira parte, e num lance de bola parada inverteu aquilo que seria a tendência do resultado.

O que acho que preocupa os adeptos para além de um mau início, é que se perderam Sarabia, Mateus e Palhinha e há o medo e o Sporting não dê continuidade ao que já vinha sendo feito para que possa ser campeão mais vezes.

Mas pergunto: fora o Sarabia que sabíamos que estava só de passagem e até já tínhamos sido campeões sem ele, quem eram Mateus Nunes e Palhinha há 2 anos atrás?

O Mateus era um jovem que ninguém dava nada por ele e o Palhinha já tinha uns 25 anos e ainda estava meio perdido sem conseguir impor-se no Sporting com empréstimos ao Braga, etc. Em 2 anos o Ruben conseguiu encaixar 70 milhões com estes dois jogadores. Seria preferível continuar com eles, claro. Agora onde quero chegar, é que acredito que o Ruben conseguirá fazer o mesmo com os jogadores actuais.

Depois, também deveria ser anormal pensar-se que um campeão tem que ser um passeio como têm acontecido em muitos campeonatos nos últimos anos. O normal seria um campeão perder 3 jogos e empatar uns 7 ou 8 ao longo da época. E pelo pouco que temos visto, acredito que está época as equipas pequenas vão bater mais o pé aos grandes!
Imagem de perfil

De Naçao Valente a 04.09.2022 às 15:02

Profeta

Concordo com a sua análise, e confio como diz que Rúben Amorim tem competência para a volta ao texto. Foi campeão com uma equipa em quem ninguém apostava. Acredito que irá fazer crescer jogadores que muitos têm desvalorizado. No fim fazem-se as contas.
Imagem de perfil

De Julius Coelho a 04.09.2022 às 11:51

Sinceramente penso que a primeira prioridade do Sporting neste campeonato 2022/23 é manter-se na elite da Liga dos Campeões para não ter que dar passos perigosos atrás.
Creio que será opinião de todos que se tínhamos que estar a 8 pontos do primeiro, 6 do segundo e 5 do terceiro, pois que seja agora, quando ainda vamos no início e tem muita margem para recuperar, pior seria se já fossemos a meio do campeonato.
Por isso vamos manter a ordem, sabemos que temos uma equipa de qualidade e um treinador inteligente, depois as coisas mais difíceis sabem melhor no fim depois de alcançadas.
Imagem de perfil

De Naçao Valente a 04.09.2022 às 15:09

Totalmente de acordo amigo Julius. Do ponto de vista futebolístico sabe da poda e o seu ponto de vista merece ser considerado. E não podemos esquecer que o clube que está a 8 pontos, tem tido algum "colinho".
Imagem de perfil

De Julius Coelho a 04.09.2022 às 15:19

Siiiiiim esse fantástico fenómeno voltou em força à segunda circular Sul e pelo que se vê rapidamente formou um tremendo tsunami de euforia em muitas mentes facciosas.

Quanto mais alta for a onda mais impacto tem o trambolhâo da realidade.
Imagem de perfil

De Julius Coelho a 04.09.2022 às 15:27

E tem outro fenómeno imergente
Os portugueses em geral são obrigados a tirar um curso intensivo de benficologia, basta carregar na tecla do comando da TV, Imediatamente é impigido em modos automático..
Já me sinto um benficólogo de curso avançado.
Nâo é para rir.
Imagem de perfil

De Leão do Norte a 04.09.2022 às 13:08

Caro amigo Nação Valente,

Felicito-o pelo texto apresentado.

Se há palavra que se vulgarizou na nossa sociedade é crise. E esse facto, como bem escreve, retira-lhe o verdadeiro significado. No entanto é sempre difícil definir ou objectivar uma crise.
Inevitavelmente ela varia consoante o objecto a que se aplica. Como é retratado na pirâmide de Maslow, à medida que o ser humano satisfaz determinadas necessidades outras são acresentadas. E a não satisfação destas últimas pode gerar uma crise, por mais que seja incompreensível para outros.
O Sporting CP, como grande Clube que é, apresenta necessidades diferentes da maioria dos outros clubes e a existência de "crises" também é específica. Sendo perniciosa em diversos aspectos, esta realidade também me "agrada" pois revela a grandeza que o nosso Clube tem e a importância que suscita.

Particularmente não me preocupa a definição de crise, por via externa ou por parte de determinados adeptos, a cada insucesso do Sporting. Importante é, como escreve, que quem conduz os destinos do nosso Clube esteja imune a esta realidade e o faça com competência. As verdadeiras crises são momentos decisivos onde quase tudo está em causa, mas estas "pesudo-crises" podem ser oportunidades para efectuar pequenos ajustes e cimentar as linhas gerais de orientação.
Imagem de perfil

De Naçao Valente a 04.09.2022 às 15:22

Obrigado amigo Leão do Norte pelo esclarecido contributo, que complementa aspectos abordados no meu texto.

De facto, como diz, estas "pseudo-crises" podem fazer tocar algumas "campainhas" alertando os executantes para correcções necessárias e imediatas. Confio na competência da equipa técnica, e ao contrário de alguma opinião de especialistas da área, penso que o plantel tem qualidade para dar luta. Considero que, ao fim e ao cabo, apenas perdemos três pontos imperdíveis.
Imagem de perfil

De Leão do Norte a 04.09.2022 às 16:15

Apenas perdemos três pontos imperdíveis, tal como outros já perderam ou irão perder. Há muito "balão" que enche tão rapidamente quanto esvazia prematuramente. E aí teremos de ser nós a capitalizar.
O plantel não só tem qualidade para dar luta como para atingir os objetivos. E nessa altura os ditos "especialistas", tal como um "cata-vento", lá estarão para certificar a qualidade que, também para eles, sempre existiu no plantel.
Sem imagem de perfil

De AHR a 04.09.2022 às 13:42

Bom texto, com o sentido do qual estou completamente de acordo. Mas também poderia ser escrito um texto igualmente válido com um sentido completamente oposto. Em vez de crise de uma equipa de futebol, por perder um ou dois jogos, um optimismo excessivo sobre uma equipa de futebol, logo que ganha dois ou três jogos seguidos. No futebol muda-se a agulha do comentário à velocidade da luz. Quantas vezes assistimos a jogos de futebol em que os comentários são de sentido único no elogio a uma equipa mas, logo que esta sofre um golo, o sentido do comentário é automaticamente invertido. No futebol um golo muda tudo. Um jogador pode estar a fazer uma má exibição, mas se de repente marcar um golo que dê a vitória à equipa passa a ser o melhor em campo.
Imagem de perfil

De Julius Coelho a 04.09.2022 às 15:11

" os extraordinarios " comentadeiros da SporTv sao fantastico nessa forma de apreciaçäo e análises nos diretos
Quantas vezes levam quase o jogo todo a elogiar a postura e movimentações de jogadores de uma equipa e depois um golo contra e afinal não era nada daquilo que falaram e passarem a criticar cruelmente que à minutos atrás elogiavam
Um golo muda tudo nas mentes de quem näo percebe nada de bola.
Sem imagem de perfil

De AHR a 04.09.2022 às 15:31

Completamente verdade. Chega a ser escandaloso.
Sem imagem de perfil

De AHR a 04.09.2022 às 15:40

E mais. Para os comentadores, quem vence merece sempre ganhar. Uma equipa pode ter sido dominada o jogo todo e se, no último minuto, num golpe de sorte, marcar um golo, mereceu ganhar. A justificação é porque marcou e a outra equipa não marcou. Todas as vitórias são justas. Não há coragem para aceitar que uma vitória seja injusta.
Imagem de perfil

De Leão do Norte a 04.09.2022 às 16:23

Vocês ainda valorizam algo que eles possam dizer?
É um "disco riscado" cheio de banalidades e contradições. É impossível pedir que tenham noção do que transmitem ou da incongruência do que dizem.
Imagem de perfil

De Naçao Valente a 04.09.2022 às 15:33

AHR,

Obrigado pelo contributo. Tenho de concordar com a sua análise. Para usar uma expressão do "futebolês" neste mundo passa-se rapidamente de bestial a besta. E creio que isso se explica pelo facto do adepto pautar o seu comportamento pela emotividade.

Outra questão é a determinação das ditas "crises", que para além do descontentamento natural do adepto, são fabricadas pela comunicação social. com objectivos que vão para além do futebol jogado.
Imagem de perfil

De Leão Zargo a 04.09.2022 às 18:30

Amigo Nação Valente

Na verdade, há quem queira inventar uma crise para o Sporting porque ela não se verifica de facto. No caso de um clube de futebol, uma crise decorre de uma mudança brusca ou de uma alteração importante no desenvolvimento da sua actividade desportiva, situação financeira ou estabilidade institucional. Ora nada disso acontece no Sporting, mas apenas determinadas contingências normais que podem ser superadas ou resolvidas de modo satisfatório.

Chega a parecer que há quem através de formas de comunicação na imprensa, redes sociais, etc. pretenda gerar uma situação de incerteza e de desconfiança que poderia culminar numa crise. Para essa gente o importante é repetir até à exaustão mentiras, meias verdades ou casos descontextualizados visando a instalação da dúvida e da descrença entre os sportinguistas.

Imagem de perfil

De Naçao Valente a 04.09.2022 às 19:45

Amigo Leão Zargo

Para além das agendas da CS que exploram o que dê audiências, continua a haver no mundo sportinguista, quem aproveite maus resultados desportivos para desestabilizar. Esses desestabilizadores mais sonantes têm lugar nas televisões e com menos impacto nas redes sociais.

A equipa tem de estar preparada para desvalorizar essa pressão, mas nem sempre é fácil. Espero que a descrença, quando existe, se fique pelos adeptos mais influenciáveis, e não se instale no grupo de trabalho.
Perfil Facebook

De Paulo Salcedas a 04.09.2022 às 18:30

Caro Nação Valente:
Em primeiro lugar parabéns pelo texto, obviamente que concordo com grande parte do seu texto, o futebol não é (nem nunca foi) o mais importante na vida das pessoas, digo dos adeptos, que realmente vão da depressão à euforia em menos de nada, basta uma vitória ou uma derrota para os extremos se tocarem.
Não sou nem nunca fui desse tipo de adeptos, acredito no trabalho e na competência mas também acredito na evolução, esta última permite, nomeadamente no futebol, chegar a patamares mais altos. Há fatores que não se podem controlar no futebol? Sim, claro, como em muitas outras coisas na nossa vida mas o caminho é esse mesmo, se há competência, saber e vontade, os erros de ontem não se repetem amanhã.
Os resultados destas primeiras 5 jornadas são o que são, excetuando a derrota com o Chaves, os outros resultados poder-se-ão considerar normais embora, tenho a certeza que a equipa do Sporting de à dois anos nunca teria deixado fugir a vitória na Pedreira depois de estar 3 vezes em vantagem.
Mas não é a situação atual na tabela que me preocupa, o problema neste momento é o claro e evidente desequilíbrio da equipa, saíram jogadores nucleares e por exemplo no que diz respeito a Palhinha houve mais que tempo para reforçar o meio campo com um "6", coisa que não foi feita, são gritantes os problemas da defesa neste momento e não tem a ver com a qualidade dos defesas mas sim com o meio campo, neste momento temos um Ugarte ainda á procura da melhor forma e um Morita que, pode ser muito esforçado mas tem evidentes limitações quer defensivas, quer ofensivas, no banco custa estar um tal de Matheus Fernandes que ainda este fim de semana fez um jogão na equipa B.... mas claro, nunca estão preparados, na época passada quantos jogadores das camadas jovens foram lançados na equipa principal a jogar com alguma regularidade?? O que é verdade é que tirando Gonçalo Inácio e Nuno Mendes na época 20/21 a aposta na formação tem sido pouca ou nenhuma, isto num clube e numa equipa que apregoa o tal "projeto", aposta na formação e compras cirúrgicas.... está à vista de todos, só não vê quem não quer....
Vamos ver o que dá o "melão" grego mas não esperem grande coisa, é que o scouting das grandes equipas não anda a dormir ao contrário do scouting do Sporting, pago a peso de ouro mas parece andar sempre distraído.
O caro refere que não há dinheiro para um ponta de lança, saberá então porque motivo se gastaram mais de 40 milhões de euros em contratações (um encaixe financeiro que superou largamente 100 milhões) esta época sendo que a equipa apresenta tantos extremos e apenas 1 ponta de lança e nenhum médio defensivo de raiz?
Acha que as compras estão a ser feitas combinadamente entre presidente, diretor técnico e equipa técnica? No lo creyo.... receio muito bem que a equipa técnica só sabe das compras quase por jornais, assim como das vendas.... Ainda não há muito tempo, houve um treinador do Sporting que se queixou disso mesmo.... correm rumores de evidente rutura entre dirigentes e equipa técnica, como deve calcular isto é péssimo para o que pretendemos da época que está a começar.
Concluindo que o texto vai longo, haveria muito mais por dizer, oxalá eu esteja enganado e a equipa embale para uma grande época mas com tantos problemas começo a ter sérias dúvidas que isso aconteça.
SL



Imagem de perfil

De Naçao Valente a 04.09.2022 às 20:16

Paulo Salcedas

Obrigado pelo contributo. Na sua análise refere aspectos com os quais concordo, e outros que me parecem passíveis de discussão.

Posso concordar com a ideia que a equipa está desequilibrada ou até que o plantel é curto, como tem sido dito, mas depois há afirmações que entram um pouco no campo especulativo, como é comum aliás nos debates de futebol. O que se sabe, por exemplo, em relação à saída de Palhinha é que estava prevista. Para o meio campo chegou o Morita. Se não está à altura é outra história. Da mesma forma não sabemos porque não veio outro, talvez melhor. Nós adeptos não conhecemos toda a realidade.

Sobre os jogadores da formação temos que ter em conta que nem todos pegam de estaca, como se costuma dizer. Mas acredito que estão a ser preparados. Mais uma vez temos de acreditar em quem está por dentro. Matheus Nunes esteve creio que dois anos a ser preparado. A propósito, a sua saída que não estava prevista, levou a adaptações forçadas, que criaram alguma instabilidade.

Também discordo que o scouting esteja a trabalhar. Com uma ou outra excepção tem trazido mais valias para o Sporting. E é natural que esteja a trabalhar com limitações. Ter quarenta milhões para gastar em vários jogadores, significa que não pode comprar no mercado top.

Não posso nem quero acreditar que as aquisições sejam feitas à revelia do treinador, talvez com uma excepção, Slimani, que acabou como se sabe.

Por fim, como tenho escrito acredito que a equipa técnica vai reconstruir uma equipa competitiva., com base na sua competência. Mas como não sou vidente, só no dia a dia se saberá.

Perfil Facebook

De Paulo Salcedas a 05.09.2022 às 07:58

Se a saída de Palhinha estava prevista porque razão não se acautelou a mesma? Achar que Morita substitui Palhinha é estar a ser no mínimo otimista em demasia.... nada tem a ver um jogador com outro, e não estou a falar em capacidade futebolística, estou a falar de características dos jogadores.
Ninguém pede para trabalhar no mercado top, por essa ordem de ideias jogadores como Matheus Reis ou Liedson etc etc por exemplo nunca teriam vindo para o Sporting, eram pura e simplesmente desconhecidos e não pertenciam ao mercado top.
Pede-se ao scout que, de acordo com as necessidades da equipa, identifique alvos de qualidade a contratar, seja em que mercado for e o saiba fazer sem entrar em loucuras, de acordo com as possibilidades financeiras do clube.

Sem imagem de perfil

De RCL a 04.09.2022 às 18:46

Excelente texto.
No futebol os clubes vivem de vitórias e quando estas escasseiam, lá vem a crise; sobretudo nos paises do sul da Europa; os adeptods tem pouca paciência, após 2/3 derrotas pedem logo a cabeça do treinador, quando até do presidente.
Fergunson criou uma forte estrutura no Manchester United que levou o clube ao Topo não só em Inglaterra, como no Mundo; no entanto, nos primeiros anos, não ganhou nada. Também o Ajax que vive muito da formação leva 3/4 anos a formar uma equipa que ganha depois vários campeonatos e que levou à conquista de 4 titulos da antiga Taça dos Campeões Europeus.
No Sporting parece que os presidentes não gostam de treinadores campeões, na época seguinte "vão de vela" Ex: Fernando Mendes, Mário Lino, Allison e Boloni.

Presentemente, o Sporting tem um projeto vitorioso , encabeçado por Rúben Amorim: - 1 campeonato, 2 taças da Liga e 1 super-taça, um segundo lugar na época passada . 2 presenças na LC, tendo atingido pela segunda vez na sua história aos oitavos de final.
Também pergunto: onde está acrise? Se estamos em crise, onde estivémos nos 19 anos anteriores a Amorim? È uma derrota em casa que vai liquidar um projeto?
Espero que Varandas não siga o exemplo dos seus antecessores sejam quais fores os resultados.
Como disseram os adeptos no jogo com Estoril :"Com Amorim até ao FIM".
SL
Perfil Facebook

De Paulo Salcedas a 04.09.2022 às 19:38

"Também o Ajax que vive muito da formação leva 3/4 anos a formar uma equipa que ganha depois vários campeonatos e que levou à conquista de 4 titulos da antiga Taça dos Campeões Europeus."

Acha que o Sporting está a viver da formação? Pense melhor!
Onde está esse tal projeto??
Não é uma derrota que deita tudo a perder, é a falta de evolução, uma equipa que foi campeã está claramente neste momento num patamar inferior, este sim é o problema, num projeto há evolução, aqui parece que só regredimos.
Imagem de perfil

De Naçao Valente a 04.09.2022 às 20:35

Paulo Salcedas,

Já abordei esta questão noutro comentário, mas vou acrescentar ,outra perspectiva. Não há projectos sem falhas. Um projecto significa uma linha de orientação, que como tudo na vida tem altos e baixos, avanços e recuos.

Exceptuando as poucas equipas que têm dinheiro a correr por uma telha, as outras estão sujeitas a flutuações naturais. O que é importante é manter o rumo que provou estar correcto. São as mudanças constantes de rumo que são responsáveis pela seca de conquistas significativas
Sem imagem de perfil

De João F. a 04.09.2022 às 20:40

"Onde está esse tal projeto??"

Uma coisa parece certa. Há quem ande por aqui e outros sítios, que tem como projecto, desacreditar o grande trabalho realizado com a conquista de 4 títulos, nos últimos anos em Alvalade. E pode-se perguntar: E COM QUE FIM? Certamente, que não será para transmitir estabilidade ao Clube e à sua equipa de futebol. Esse "jogo" sujo é feito com outro fim. A insistência constante a bater sempre na mesma tecla, só pode enganar os incautos.
Sem imagem de perfil

De RCL a 04.09.2022 às 21:31


Opiniões, meras opiniões
Imagem de perfil

De Naçao Valente a 04.09.2022 às 20:23

RCL

Completamente de acordo com a sua análise. O pior que pode acontecer a um clube é andar a mudar de treinador após um período menos conseguido. No caso concreto do Sporting, Rúben Amorim já mostrou que tem qualidade e que tem um projecto para construir uma base sólida não apenas para um momento, mas para vencer com mais regularidade.

A frase com Amorim até ao fim, faz todo o sentido.
Sem imagem de perfil

De Elitista a 04.09.2022 às 20:29

Texto muito interessante de estética mas, no mínimo, de conteúdo discutível ou desenquadrado, visto estar num blogue clubístico.
O futebol tem o seu mundo próprio, com vivências próprias, rituais próprios, liguagem própria, etc..
A palavra crise no desporto em geral, e no futebol em particular, não assume o mesmo significado que tem noutros enquadramentos da vida quotidiana.
Não me parece fazer muito lógico comparar as frustrações do desporto com a fome, a doença ou a guerra. Por essa ordem de ideias, deveríamos discutir os salários pornográficos que auferem um punhado de futebolistas em comparação com os pais que enfrentam a crise de não ter comida para alimentar os filhos. Ou a crise que enfrenta um governante com o problema da inflação galopante para, no caso português, ganhar menos de uma dezena de milhar de Euros por mês.
Crise, no futebol, designa uma situação desportiva desconfortável ou comprometedora.
O Sporting Clube de Portugal, à 5ª jornada, já não depende matematicamente si próprio para ser campeão, portanto, está a atravessar uma crise.
Nada que não tenhamos, infelizmente, enfrentado muitas vezes nos últimos 40 anos, mas isso não altera a realidade nem a nomenclatura muito peculiar das coisas no futebol.

Olhe, a mim faz-me muito mais confusão, por esta altura, ouvir os jornalistas falarem de "meios aéreos " quando dão o ponto de situação de um incêndio.
Mas que treta é essa de "meio aéreo"?
Eu conheço uns quantos individuos que são "meios aéreos " ou até "completamente aéreos".
O que esse jornalismo incompetente quererá dizer mão será "meios de combate a incêndio por via aérea"?
Ou ainda ouvi-los dizer que "ardeu um anexo que se encontrava isolado no meio do mato".
Então se estava isolado no meio do mato, era ou estava anexo a quê?

Deixe lá de se chatear com a linguagem própria da tribo clubística que mais não faz do que chutar com o pé que tem mais à mão.

SL
Imagem de perfil

De Naçao Valente a 04.09.2022 às 23:16

Caro Elitista

Muito obrigado pela participação no debate. Li e reli o seu texto e fiquei sem palavras para responder. Ao fazê-lo corro o risco de usar mais palavras desadequadas. Comecei com crise, e continuou com meios aéreos e anexo.

Quero apenas esclarecer que a linguagem não me chateia, nem eventualmente o seu uso, mais ou menos correcto. O que me chateia, mas qb, dentro da relatividade das coisas, são certas ideias que elas permitem transmitir, seja qual for o espaço, onde são utilizadas.

SL
Sem imagem de perfil

De Elitista a 05.09.2022 às 08:04

Confesso-lhe que tive exactamente a mesma reacção em relação à sua resposta.
Acontece, não há crise...
Temha uma óptima semana.

SL

Comentar post


Pág. 1/2





Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Taça das Taças 1963-64



Pesquisar

  Pesquisar no Blog



Arquivo

  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2022
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2021
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2020
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2019
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2018
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2017
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2016
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2015
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2014
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2013
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2012
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D




Cristiano Ronaldo