A Comissão de Instrução e Inquéritos (CII) da Liga decidiu arquivar os inquéritos relativos às denúncias do Sporting sobre as ofertas do Benfica aos árbitros. Eis o teor da decisão:
«A oferta sub judice ingressa no conceito de ofertas de mera cortesia, lembrança entregue por ocasião dos jogos (sempre no final dos mesmos e na presença de delegados da Liga) a todos os agentes de arbitragem e delegados da LPFP intervenientes, de modo generalizado e indiferenciado e admitido na regulação desportiva vigente.
As ofertas do Benfica constituem um montante bastante inferior aos 300 euros indicados nas regras dos árbitros. O Kit Eusébio poderá chegar ao valor de 59,90 euros, a que acresceria, caso fosse usado, o voucher para quatro refeições (30 euros por pessoa) no valor de 120 euros, num total de 179,90 euros.
O valor de 200 francos suíços referido nos autos do Sporting como limite para as ofertas foi alterado para 300 euros com a entrada em vigor do normativo da UEFA a partir de setembro de 2014, o que explica que nos jogos dessas competições o Benfica entregue não só aquele 'kit Eusébio' e os vouchers, como alguns artigos adicionais, contendo-se ainda assim dentro do montante admitido.
Ainda, a queixa do Benfica sobre as declarações de Bruno de Carvalho, não atingem o patamar da dignidade disciplinar. É assim porque tais declarações assentam num facto principal que corresponde à verdade, não tendo nunca sido afirmado que correspondiam a práticas de corrupção.»
A Sporting SAD reagiu formalmente à decisão da Comissão de Instrução e Inquéritos da Liga, sublinhando que não era esperada outra decisão. Eis o comunicado do Sporting:
«Infelizmente pelo próprio decurso do inquérito promovido pela Comissão de Instrução e Inquéritos da Liga, pelas questões colocadas, nomeadamente aos árbitros, e pela condução da inquirição no que diz respeito ao Presidente do Sporting Clube de Portugal (que, no momento certo, irá pelo mesmo ser revelada), não era expectável outra decisão diferente da que hoje foi conhecida. Infelizmente o Futebol Português parece continuar a querer ser reconhecido na Europa como um excelente formador de talentos, uma nação com Clubes de dimensão europeia mas um dos países com piores práticas de futebol.
O Sporting Clube de Portugal irá recorrer da decisão hoje conhecida e não serão estas tomadas de decisão, que prejudicam gravemente o futebol, que irão demover o nosso Clube, em todas as instâncias necessárias, para a penalização de quem comete actos como os ora mencionados (relembramos que se trata da oferta de 1120 jantares por época a árbitros, delegados e observadores) e para a modernização, credibilização e dignificação do Futebol que, decisões como esta ou a criação de conceitos inexistentes como o de “dolo sem intenção”, não permitem.»