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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Na sua habitual participação semanal no programa de debate do CM, a sportinguista Rita Garcia Pereira puxou dos seus galões de jurista, e explicou com rigor o que aconteceu em relação às escutas do apito dourado.
"As escutas foram determinadas pelo Ministério Público mas não foram validadas pelo juiz. O processo cai por causa das escutas e, além das escutas, a grande testemunha do Ministério Público era uma senhora que o senhor Pinto da Costa conhecia bem e de perto mas cuja idoneidade não era propriamente a melhor. E foi assim que o processo caiu", afirmou na CMTV.
Quem tem seguido os debates sobre a acusação de corruptor activo, por Varandas, a Pinto da Costa, através da comunicação social, depara-se com a seguinte situação: a maioria dos comentadores, cartilheiros ou jornaleiros, que vivem à conta do futebol, consideram as declarações de Frederico Varandas despropositadas e fautoras de guerrilhas que deveriam ser evitadas. Os que vão mais longe, acusam Varandas de promotor de violência. Mas será que o que presidente leonino afirmou é uma falsidade? Diz mais RGP.
"Estive a ouvir coisas porque recordar é viver. Estive a ouvir escutas que são surreais e não são só surreais porque metem meninas. Essa nem é a parte mais surreal. Há outras designadamente pagamentos a árbitros e um dos árbitros a dizer isso. São bem mais surreais. Isto num país a sério o FC Porto não tinha ficado no campeonato".
O que esta afirmação baseada em factos significa, é que o crime existiu e ficou sem castigo. E significa também que o corruptor activo exerceu influência nos meios judiciais, para que interviessem no sentido de alterar o curso legítimo da justiça. O que na minha opinião, que não sou jurista, implica crime de obstrução à justiça por responsáveis da mesma. Mais crimes sem castigo. E Rita conclui:
"O que é que Frederico Varandas disse que não esteja nas escutas? Aquilo não foi dito? Aquilo não aconteceu? Não se pagaram aquelas viagens? Não se levaram aquelas meninas? Nada disto aconteceu? Pinto da Costa não foi passear até à Galiza? É que eu lembro-me perfeitamente de tudo isso. Não estava lá? Não voltou escoltado por uma espécie de guarda de honra? Não assistimos todos a isto? Eu assisti".
Todos nós que estamos de boa fé, independentemente de simpatias clubísticas, temos de admitir que houve indiscutível corrupção e que não foi castigada. E também sabemos que juridicamente este é um processo encerrado. No entanto, isso não invalida que Varandas, enquanto presidente de um clube lesado, não o relembre, e que nós cidadãos não nos indignemos. Esquecer as injustiças dá azo a mais injustiças. O que traz esta discussão ao presente, pergunta toda a corja?
Ao contrário dos 'opinion makers', notórios defensores hipócritas de uma paz podre no nosso futebol, ainda bem que o presidente Varandas fez renascer o assunto. Pode e deve ser mais um passo no caminho da vital moralização do nosso desporto.
Como na martirizada Ucrânia, não é entregando o território a Putin sem defesa, que se consegue a paz e a justiça, como até defendem alguns. E não nos podemos esquecer que o clube das Antas, com novos processos, continua a actuar à margem da verdade desportiva. Não é por se esconder o lixo que este deixa de existir, hoje e sempre. Não queremos a paz podre. Queremos lutar por um futebol digno. Não temos medo!
NOTA ESPECIAL
E como a nossa vida é feita de pequenos nadas, como diz o poeta, aproveito a boleia para divulgar a minha contribuição para a poesia. Indignações... livro e e-book editado por Poesiafaclube, com página no Facebook. No entanto, para algum eventual interessado, tenho alguns exemplares que posso enviar com assinatura, a um preço especial (10 euros) para frequentadores do blog. Contacto por Messenger, José Mateus Gonçalves. Obrigado.
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