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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Há poucos meses, quando o Sporting se sagrou campeão nacional, os seus adeptos reagiam mal ao que consideravam ser as ‘desculpas’ dos adversários para o êxito leonino. Em boa parte, tinham razão, mas vê-se agora que não tinham toda a razão. De facto, uma coisa é jogar ao fim de semana, outra é entrar em campo a cada três dias. Uma coisa é investir muitos milhões em jogadores já feitos, outra é fazer ‘crescer’ apressadamente activos da Academia. Uma coisa é contratar profissionais com experiência e currículo internacional, outra é tentar convencer os ‘miúdos’ que, tendo também uma cabeça e duas pernas, é possível baterem-se de igual para igual com gente carregada de tarimba europeia.
Num plantel curto e ainda ‘imberbe’ não espanta que a falta de Coates e Pote se tenha feito sentir tanto, o que levou já os entusiásticos veneradores de Rúben Amorim – que fizeram o mesmo com Bruno Lage quando lhe começaram a faltar os resultados depois de ter sido campeão – a questionarem as suas opções. Caso das cedências de Eduardo Quaresma ou Sporar, como se a SAD nadasse em dinheiro e pudesse ficar com todos. Ou um treinador exigente e ponderado se tivesse transformado num irresponsável só por causa de um desaire europeu!
Rúben Amorim falou, e muito bem, das ‘dores de crescimento’ e nisso reside o cerne do problema. Não se cresce sem sofrimento. Ou os sportinguistas se convencem que poderão não ser campeões de novo este ano e se conformam com isso, dando tempo ao treinador para continuar a construir uma equipa sólida – a resposta no Estoril após o ‘desastre’ foi excelente – ou se juntam às críticas dos arrivistas, põem em causa o trabalho feito e tudo voltará ao princípio. Não existe terceira alternativa e é péssima, horrível, a recordação que os anteriores ventos de destruição deixaram em Alvalade.
Artigo da autoria de Alexandre Pais, em Record
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