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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Publicado o Relatório Semestral, tem esta direção sido questionada por algumas questões, nomeadamente acerca do negócio Rui Patrício e suposta divida à Gestifute.
Vamos a factos.
Antes de 2013, o Sporting encetou uma série de negociações e renovações com jogadores, utilizando para isso 3ªs empresas que investiram dinheiro em proporções que o Sporting não conseguia. Podemos agora questionar a ética por trás da intervenção destas empresas, mas temos de ter plena consciência de que à época este era um procedimento legal e comummente utilizado por aqueles clubes que não tinham dinheiro para investir e num momento em que a banca tinha fechado as torneiras do crédito.
Assim, os clubes viram nestas empresas o acesso viabilizado a dinheiros que não tinham e as empresas viram aqui oportunidades de negócio milionários.
Os saudosistas pela Direcção de BdC, gostam de abanar a bandeira a dizer que foi ele que liderou uma guerra contra os Fundos e Empresas 3ªs, no entanto não dizem que BdC apenas se tornou contra os Fundos quando tentou “passar a perna” a um desses Fundos, numa ação que custou milhões ao SCP. Falo aqui da Doyen e na sacanice que a direcção de BdC fez (ou tentou fazer).
Para além da situação com a Doyen Sports, aquando das renovações de Adrien Silva e Rui Patrício em 2016, o Sporting (ou BdC) tentou afastar a Gestifute do processo de forma unilateral, excluindo-a dos seus direitos como se nada fosse. Foi utilizada a exacta mesma estratégia que para com a Doyen, com consequências que podiam ter sido semelhantes.
Esta distinta “sacanice” foi feita à vista de todos e ainda hoje me pergunto como é que as autoridades fiscalizadoras, bem como a PWC que audita as contas do SCP, nunca se referiu ao seguinte facto:
Até 31-12-2015 o SCP indicava que possuía 65% dos direitos económicos de Rui Patrício e 50% dos de Adrien Silva. No 1º semestre de 2016, por via das renovações de contrato, o Sporting adquiriu a percentagem que cada um detinha (17,5% e 30% respectivamente) e anunciou o Sporting à CMVM que passou a deter 82,5% dos direitos económicos de Rui Patrício e 80% de Adrien Silva (o restante dos passes dos 2 jogadores seriam da Gestifute).
Acerca dos dois referidos jogadores, nunca mais houve comunicações à CMVM, nem foi feita referência em qualquer relatório e contas, NO ENTANTO, após Junho de 2016 o SCP passou a reflectir nos seus documentos que detinha 100% dos direitos económicos destes dois jogadores SEM evidenciar qualquer contingência a favor da Gestifute pelos direitos que a mesma detinha. Incrível esta “contabilidade” criativa…
No Mundo do “faz de conta” em que BdC vivia, tudo isto era muito bonito, até ao dia em que a realidade lhe bateu à porta e esse dia foi aquando da negociação de Rui Patrício. Nesse dia a Gestifute terá pedido um acerto de contas que consistiria em 20% de 29,5M€ da venda de Adrien Silva e 17,5% da venda de Rui Patrício, o que daria 9,05M€ (5,9M€ + 3,15M€), mais de metade do valor a que estava a ser vendido Rui Patrício.
Com a saída de Bruno de Carvalho do Clube, as negociações tornaram-se mais “simples” e Rui Patrício, à semelhança do que Adrien já havia feito, abdicou de valores que tinha a receber do Sporting por forma a facilitar as negociações e a Gestifute, por forma a não se envolver em litígios aceitou receber 4.459K€ ao invés dos pouco mais de 9M€ a que tinha direito.
Ao contrário do que os “alucinados” pela anterior Direcção querem fazer crer, as dividas à Gestifute eram evidentes e mesuráveis e este foi MAIS UM problema que BdC deixou para os outros resolverem...
...no entanto a Direcção de Varandas também não está a conseguir sair com a imagem “limpa”, pois segundo este relatório semestral existe um valor de 1,5M€ (e não 2M€ como tem sido divulgado) por justificar. Zenha, com visível embaraço, disse que este valor era referente a um protocolo com o Wolves para o Sporting entrar no mercado Chinês. Uma justificação que além de não ser convincente, levanta mais questões do que deu respostas e se Varandas não quer começar a deixar “pontas soltas” é bom que ele ou alguém da sua Direcção venha a publico clarificar esta situação sob pena de perder já a transparência que tanto apregoou durante a sua campanha eleitoral.
Nota final:
Porquê o título “Dores que ainda Doyen”?
É uma simples alusão ao facto de que um processo infantil, liderado por mentes infantis, pode fazer sofrer o Sporting muito para além do tempo expectável… Toda esta confusão com a Gestifute arrastou-se no tempo por causa do processo Doyen… e mais… à custa da infantilidade de BdC, o SCP ainda tem neste momento mais de 2M€ penhorados na UEFA, dinheiro que neste momento faz imensa falta à tesouraria de Alvalade. Os “alucinados” podem não querer acreditar, mas o Sporting CP vai demorar muito tempo até recuperar definitivamente do efeito Bruno de Carvalho.
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