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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O presidente Frederico Varandas está confrontado com a situação mais complexa do seu mandato. Rúben Amorim teve sucesso graças ao seu talento, mas também em virtude das condições que lhe foram proporcionadas. Ninguém se esquece do que era o Sporting antes dele e como conseguiu transformar o Clube. Mas, Amorim quebrou um compromisso e com ele também saíram processos de liderança, organização, planeamento e comunicação, para além de uma equipa técnica inteira.
Nós não conhecemos a realidade no interior do plantel, como é que de um ponto de vista pessoal, desportivo e emocional, os jogadores viveram a saída do seu líder. Todos eles são profissionais, mas sabe-se que estes acontecimentos são complicados e que podem alterar o foco e o compromisso individual e colectivo. Agora, sem conhecermos o que se passa lá “dentro”, sabemos de ciência certa que a saída teve um efeito demolidor na equipa. No fim de contas, podíamos ter previsto isso, Amorim era mais do que um treinador, foi o criador da estrutura, e a sua substituição nunca se faria por uma simples troca por troca.
Ao contrário de alguns sportinguistas, não coloco a principal responsabilidade do que se passa nos jogadores. Se os adeptos sofrem profundamente com as derrotas, os jogadores são prejudicados (e muito) na sua imagem e carreira profissional. Eles querem vencer, se não conseguem é porque lhes faltou engenho para isso, e não vontade. Em primeiro lugar, a responsabilidade tem de estar em quem dirige o Clube, pois deve prevenir as situações futuras, a seguir no técnico e só depois é que responsabilizo os jogadores. Neste momento, no Sporting, coloco a questão nestes termos.
Apesar de não ter gostado do jogo realizado em Moreira de Cónegos, e de determinados erros individuais inconcebíveis, considero que a equipa melhorou significativamente em relação à partida com o Santa Clara. O Sporting perdeu apenas por culpa sua, é um facto, mas também porque lhe faltou a “sorte do jogo”. Pelas próprias circunstâncias temporais, penso que João Pereira ainda tem espaço para dirigir a equipa com o Brugge e o Boavista, tomando-se depois uma decisão de acordo com a avaliação que se fizer. A contratar um novo treinador terá de ser alguém com um estatuto que mobilize os jogadores para as provas que estão em disputa e nas quais o Sporting está na luta pela vitória. A era Amorim terminou, mas a época não está perdida.
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