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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
De repente, os piores pressentimentos ameaçam abater-se sobre os sportinguistas. Já havia sinais preocupantes no horizonte, mas a conjugação de determinados factores exigem uma intervenção adequada às circunstâncias. Por enquanto, queremos pensar que esses factores (referidos a seguir no texto) ainda serão meramente conjunturais, mas arriscamo-nos a um efeito irreversível com consequências nefastas.
Em primeiro lugar, a desistência por Montero depois da renúncia por Carrillo. É que ambos fazem justiça ao seu petit nom. Com La Culebra e Avioncito em campo estaríamos sempre mais perto da baliza adversária e da vitória, o primeiro pela capacidade de acelerar e abanar o jogo sem medo de partir para cima do antagonista, o outro pela invulgar mestria a jogar em espaços curtos e pela compreensão dos movimentos necessários à equipa. Com a saída deles perdeu-se demasiado em diversidade e maleabilidade tácticas. Sem eles, as renovações com Adrien e William tornaram-se actos de gestão estratégica porque não seria suportável a indefinição contratual nos seus casos.
Em segundo lugar, pelo seu significado profundo, a comemoração aniversariante de Bruno de Carvalho depois de um jogo sofrível e angustiante. Há alguns meses atrás seria impensável que tal acontecesse, nada menos do que a vitória era espectável e exaltava-se o esforço e a dedicação. Agora, marcou a festa num momento que já se sabia ser delicado e ficou a mensagem subliminar de que a luta pelo segundo lugar não é uma coisa assim tão má. O relevo concedido à vida social seria irrelevante noutra pessoa, mas não será assim no caso de Bruno de Carvalho, a quem parece faltar a força e a criatividade para reorganizar as linhas de acção da sua presidência.
Em terceiro lugar, a titularidade de Teo e a entrada de Barcos no jogo de 2ª feira. Um depois de férias na Colômbia com passagem pela praia, o outro sem competir desde Outubro e apenas com algumas semanas de pré época na China. Calcula-se o efeito que teve em jogadores que já cá estavam. É verdade que a psicologia nunca foi o forte de Jorge Jesus, mas deixar no banco Gelson, no início, e Carlos Mané e Bruno César durante todo o jogo é de bradar aos céus.
Em quarto lugar, a recuperação do Benfica. Agora, já vão longe a festa do “Bailando”, o atraso pontual do clube da Luz e as ironias a propósito de “Rui Derrota” ou da “célebre estrutura”. Afinal, o nosso rival de sempre teve a capacidade para se manter coeso e agora pode aspirar ao que dificilmente imaginaria em Outubro ou Novembro. Se conseguir vencer o FC Porto ficará com uma ilusão reforçada da conquista do campeonato nacional.
Isoladamente cada um destes casos obrigaria apenas a alguma preocupação vigilante. Conjugados permitem recear o pior.
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