Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
"Posso arriscar o meu trabalho, a eliminatória (…) será assim até deixar de ser treinador" (Rúben Amorim)
Palavras leva-os o vento... é hábito dizer-se na sabedoria popular. Nesse sentido, o que aqui escrevemos tem apenas a duração do momento. Sabemos que mais ou menos lidas ou comentadas, as palavras são efémeras na sua volatilidade. O tema que hoje abordamos já tem sido objecto de análise e discussão. Mas voltamos ao assunto porque, normalmente, a memória é curta.
Rúben Amorim foi contratado pelo SCP há cerca de dois anos. Era então um treinador ainda sem curso adequado, e com uma breve experiência na primeira Liga. Foi uma aposta de risco assumida pelo presidente Varandas. As críticas e a contestações foram gerais. Na altura, Rúben Amorim comentou: dizem que pode correr mal… e se correr bem?
Dois anos passados, os resultados globais são muito positivos. Cinco títulos conquistados, incluindo um campeonato nacional, quase vinte anos depois. Uma entrada directa na liga europeia milionária, a constituição de uma equipa aguerrida e competitiva com a “prata da casa” e algumas aquisições cirúrgicas de sucesso. A valorização do plantel já pagou o investimento inicial feito no treinador, e tão criticado na opinião pública.
A consolidação da equipa está a ser feita com passos bem seguros. O caminho traçado a ser percorrido com destacada segurança. No entanto, não há nenhum processo que não sofra contrariedades, com mais acuidade no mundo bem pantanoso do futebol, sujeito a muitas interferências internas e externas. Todas as equipas têm altos e baixos, e as do Sporting CP não fogem a regra. Uma época longa em todas as frentes está a deixar marcas num plantel, que não é o melhor do mundo, e nem sequer de Portugal.
O adepto de uma forma geral descarrega no futebol as frustrações do seu dia a dia. Passa rapidamente da euforia à depressão. Em momentos menos bons da sua equipa, arvora-se no técnico do que não é e arrasa tudo como um terramoto incontrolável, esquecendo-se que destruir é fácil e que construir é muito mais difícil.
Após dois desaires com equipas superiores em termos de plantel, é curioso verificar que tudo se põe em causa, como se antes desta equipa técnica o Clube tivesse um rasto regular de sucessos. E chega-se ao ponto de pôr em causa a própria equipa técnica, o que significa a de um projecto abundante de potencialidades. Os nossos adversários directos ganharam avanço durante largos anos. Precisamos de encurtar distâncias, sem descurar o imediato, mas com a consciência que não se pode passar de oito para oitenta.
Amorim comentou “garanto que não voltará o ambiente que encontrei quando cheguei”. Aqueles que ao primeiro desaire põem todo o trabalho de dois anos em causa, ou estão de má-fé, ou como aqui no blogue escreveu um leitor (omito a sua expressão para não ferir susceptibilidades) não aprendem nada.Amorim não é infalível, comete erros pontuais, (quem não os comete na sua vida que atire a primeira pedra), mas o seu projecto merece continuar a ser apoiado. Mostra que está de alma e coração com ele e que quer concretizá-lo. Os que põem em causa o projecto e o seu mentor, não percebem que o Sporting precisa mais de Amorim, que este precisa do Sporting.
P.S.: Slimani respondeu a Amorim nas redes sociais. Parece-me um assunto a precisar de resolução imediata, para não minar a unidade do grupo.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.