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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O leitor que me perdoe se encontrar, nesta crónica, sinais de falta de lógica ou de senso. É que estou a escrever, e a ver o Sporting-Tondela, ainda esmagado pela dureza brutal da "parede" do Angliru, que os ciclistas da Vuelta subiram ...
Pois, mas quero falar-lhes do Sporting. Se Frederico Varandas parecia, há poucos meses, um líder de transição que cederia mais dia menos dia à pressão dos contestatários – que iam recolhendo apoios a cada desgraça que se abatia sobre a casa do leão – um número significativo de sportinguistas com memória forma hoje uma trincheira importante no combate ao regresso do "brunismo"... ainda que por interposta pessoa. Tudo por acção de Ruben Amorim e… da Covid.
A pandemia, ao impor a criação de um "mundo novo" em Alvalade, pode dar um fôlego extra ao dr. Varandas. Livre das claques até ver, livre de enchentes no estádio enquanto o coronavírus andar por aí, livre de ajuntamentos, apupos e insultos, o líder dos leões pode chegar quase incólume ao Verão se o treinador e o plantel – também eles a beneficiarem de inesperada tranquilidade – continuarem a cumprir. Para já, na tabela, olham para cima e não vêem ninguém...
A verdade é que o trabalho tem sido sério. Amorim aposta sem hesitações no talento de jogadores jovens e constrói, com inteligência e audácia, uma equipa de raiz. Mas resta-lhe um ano (?) de relativa paz, que pode não bastar para que essa equipa atinja os patamares que lhe são exigidos. E, então, cabe aos sportinguistas decidir o que querem: aproveitar a oportunidade, talvez a última, de dar ao treinador o tempo necessário para cumprir o objectivo ou entrar em parafuso aos primeiros insucessos – e eles virão – e voltar a deitar tudo a perder. A escolha é simples? É, mas sabe-se o que a casa gasta...
Artigo de Alexandre Pais, em Record
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