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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O Conselho de Arbitragem livrou-se de boa e Jesus, se calhar, também. Mas com tanta trapalhada tinha de haver vítimas.
Se me mostrassem um vídeo furtivo do Conselho de Arbitragem a festejar o golo de Gelson, eu compreenderia e estenderia a minha solidariedade a Fontelas Gomes. Na semana de um FC Porto-Sporting, uma expulsão tão estapafúrdia como a de Petrovic ligada à perda de pontos da equipa do excelentíssimo senhor presidente Bruno de Carvalho seria um desafio à própria subsistência do cosmos. Mas esse erro grosseiro de arbitragem, que apesar de ser erro e de ser grosseiro não entra na jurisdição do VAR (só vermelhos directos), foi só um detalhe numa torrente de outros.
O jogo Sporting-Moreirense começa por um azar bíblico: calhou de aparecer um vírus em Alcochete e de escolher por vítimas logo o trio William Carvalho, Piccini e Fábio Coentrão. Sem essa informação (também sem pôr em dúvida a palavra de Jesus), aquele onze tinha o ar de ser um daqueles pontuais rasgos de economia de que o treinador do Sporting sofre, com frequência a despropósito. Não foi.
William quis jogar com 39 graus de febre, contou um Jesus comovido, e lá para o fim do jogo é possível que Gelson Martins estivesse perto dos 44. O cartão vermelho que o tira romanticamente do Dragão, na sexta-feira (despiu a camisola para mandar um recado ao amigo Rúben Semedo), acaba por ser a "punch line" necessária para uma noite estranha em que, pela segunda vez seguida (e quinta ou sexta esta época), o Sporting escapa de perder pontos por um cabelo. Anteontem, eram pontos que talvez descosessem de vez o campeonato.
José Manuel Ribeiro, jornal O Jogo
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