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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Talvez não haja expressão portuguesa aproximada para o anglo-saxónico all but, mas esta quinta-feira, em Alcochete, Rúben Amorim all but confirmou que está de partida para o Manchester United. Ou seja, sem confirmar taxativamente, o ainda treinador do Sporting lançou as palavras que ditam, sem grandes dúvidas, que o acordo entre os leões e os red devils está feito e que Amorim será mesmo o próximo treinador português a viajar para a Premier League.
“No fim do jogo falarei sobre todas essas questões, agora quero que a equipa se foque, e eu também, e eu prometo que no fim do jogo falarei sobre isso. Ficará tudo mais esclarecido, amanhã responderei a essas perguntas”.
Chegará assim, após o jogo de sexta-feira, a confirmação da partida. Talvez até antes. Mas será a seguir ao jogo que Rúben vai contar e esclarecer de viva voz tudo o que aconteceu nas últimas 72 horas, em que a estabilidade que tinha no Sporting foi abalada por uma proposta para rumar a um dos gigantes do futebol mundial. Bastante moribundo neste momento, mas ainda assim um gigante: “Os adeptos podem gostar ou não, mas estará lá tudo definido".
“Senti os jogadores diferentes na palestra, eu sei que os jogadores sentem ansiedade. Lêem as notícias e não estavam normais. Percebi que eles estavam nervosos, ansiosos, porque temos uma série de jogos complicada, vai ficar, não vai ficar… Mas não houve revolta nenhuma, revoltas havia quando eu cheguei cá, com todos os problemas. Nem precisei do Morten [Hjulmand] para segurar os colegas porque eu trato disso. Eles conhecem-me tão bem, eu já provei que os defendo sempre”.
Na conferência de imprensa de terça-feira viu-se bem um Rúben Amorim inquieto (e irrequieto), até quase belicoso, algo inaudito. Na de quinta-feira abriu-se com os rodeios ainda necessários, mas que dizem tudo sem dizer.
Talvez o único (ou maior) tiro no pé de Rúben Amorim nesta conversa, depois dos vários na conferência anterior, tenha sido manter a ideia de que não pode controlar nada. Para que os clubes negoceiem, é certo que o negociado tem de estar dentro do tema. E que tenha uma vontade. E a vontade de Amorim é sair. Isso está já bem assente na sua cabeça e com uma decisão já tomada o tom é outro. Mais sereno. Ainda que a voz aqui e ali pareça estar a ponto de quebrar.
No final, algumas perguntas em inglês sedento de novidades. Rúben voltou a remeter tudo para o final do jogo com o Estrela ds Amadora, mas acabou a denunciar-se. O que gosta mais na Premier League, alguém lhe lançou quando treinador já se levantava da cadeira.
Respondeu: “Everything".
Excerto da crónica de Lídia Paralta Gomes, em Tribuna Expresso
Nota: A fotografia foi extraida de uma publicação inglesa, na qual é sugerido que Amorim devia levar 5 jogadores do Sporting: Victor Gyökeres, Gonçalo Inácio, Pedro Gonçalves, Geovany Quenda e Morten Hjulmand.
Mas que grande novidade!... Essa hipótese nunca me ocorreu.
A última questão, que eu já referi inúmeras vezes, e que Amorim já repetiu na mesma conta, tem a ver com o "tiro no pé" que Lídia Paralta Gomes menciona no texto. O único que tem capacidade para controlar esta situação é ele próprio, mais ninguém, nem sequer o Sporting. Chegado o comunicado do Man U a declarar a sua intenção de pagar o valor da cláusula de rescisão, indiferente da resposta do Sporting, só a ele compete a palavra final: sim ou não. Evidentemente que já sabemos da vontade dele, e o Man U também já sabia mesmo antes de enviar o comunicado.
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