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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Não é claro neste momento se Bruno de Carvalho já foi notificado do novo processo que lhe foi instaurado pelo Conselho de Disciplina da FPF, no entanto, a sua mais recente missiva do seu escritório favorito do Facebook aponta todos os "canhões" directamente ao organismo federativo:
«O Conselho de Disciplina pode exercer o seu poder disciplinar no âmbito desportivo, mas não tem qualquer poder sobre mim como Presidente do Sporting CP nos planos societário ou associativo, e muito menos sobre mim enquanto cidadão.
O meu direito e dever de exprimir-me livremente, em defesa dos interesses do Sporting CP, não decorre dos regulamentos desportivos, decorre da Constituição.
Assim, o Conselho de Disciplina não tem poderes para limitar esse direito.
Podem proibir-me de entrar na zona técnica, de estar nas conferências de imprensa que a Liga organiza, etc, mas não me podem constranger fora do exercício das funções que decorrem dos regulamentos desportivos».
Se isto acontecer, irei até às últimas consequências em todas as instâncias, desde os tribunais civis, constitucional e, se for preciso, até ao Tribunal Europeu».
Entendo ser mais prudente nesta altura limitar comentários sobre as questões de Direito inerentes a este caso. Não só por serem bastante complexas, mas, também, porque não conhecemos as estipulações da decisão que levou à suspensão de Bruno de Carvalho por 113 dias.
Depreende-se, no entanto, que este novo processo disciplinar está exclusivamente ligado à entrevista de quarta-feira na TVI, em que Bruno de Carvalho participou não como cidadão, mas sim como presidente do Sporting Clube de Portugal e, em simultâneo, da Sporting SAD.
Não compreendo a referência aos planos "societário" e "associativo", quando uma grande parte da entrevista foi dedicada a questões do foro desportivo, nomeadamente do futebol.
Tudo isto não obstante, pelas ameaças de registo ficamos com a sensação que se está potencialmente perante um outro processo "Doyen" por outro nome, e atrevo-me a antever, com desfecho idêntico.
Reitero o que já afirmei num outro texto de ontem: gostava que me fosse explicado como é que os superiores interesses do Sporting são defendidos com estas acções do presidente. Além do mais, a acreditar na sua palavra, uma proposição sempre muito arriscada, caso a luta percorra todas as vias jurídicas ao alcance, quem vai assumir as despesas ?... Decerto, a exemplo do caso Doyen, que não será Bruno de Carvalho. Muito mais preocupante, quem vai sofrer as consequências e para que fim ?
Extraí a missiva directamente da página de Facebook e, pela primeira vez, a título de curiosidade, dei-me ao ingrato trabalho de ler meia dúzia de comentários da notória falange de devotos. Dizer que é incrível, é dizer pouco. Não ficam dúvidas algumas que estamos à porta da Terceira Grande Guerra, com o Bruno a liderar as "tropas".
Por fim, não posso deixar de reconhecer que se o todo desta "novela" obedece a uma deliberada estratégia, está a ter os efeitos desejados. Ninguém fala em futebol, o afastamento de todas as competições oficiais da época nem sequer é referido e o actual terceiro lugar na Liga torna-se questão menor. Mas, com quatro anos de mandato, não há causa alguma para desespero: temos pela frente muito mais do inglório mesmo !
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