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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
«O presidente Jorge Gonçalves dava-se muito bem com um tio meu, já falecido, o Mário António Fialho. Isto porque o Sporting fazia, e ainda faz, as festas de Natal no circo Cardinalli. Como naquela altura o Jorge Gonçalves falava muito das unhas do leão, sendo que cada unha correspondia a um jogador que ele levava para o clube, um dia lembrou-se de nos pedir um leão. Foi para o jogo com o Barcelona, a 2.ª mão de uma competição europeia. Acabámos por levar um leão bebé. O bicho tinha apenas três meses, mas já tinha meio metro de comprimento e 30cm de altura. Já assustava para quem nunca tinha visto, mas como era pequenino até foi levado à mão.
Antes do jogo, fui para a bancada e foi um empregado nosso, o Zé, e o meu tio que levaram o leão bebé para o relvado. O estádio estava quase cheio e aquilo foi giro de ver; antes do jogo e no intervalo lá estava o bicho no relvado para todo aquele público ver. Ia com uma coleira, mas nem foi preciso meter a trela nem nada. Era pequenino ! Senti que as pessoas acharam muita graça. Não é todos os dias que se vê um leão bebé num estádio de futebol !... Se o Sporting tivesse passado, talvez o leão bebé tivesse ficado como mascote do clube e a experiência podia repetir-se mais vezes.
Tínhamos boas relações com o Sporting. Toda a nossa família é sportinguista, excepto duas ou três pessoas. Até porque um primo meu, o Hugo Sarmento, foi jogador do clube nos anos 50 e 60. Jogava a estremo-direito. O meu filho, o Júnior, também jogou nas escolas do Sporting, mas depois optou pelo circo.»
Do livro Estórias d'Alvalade por Luis Miguel Pereira
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