Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
A análise objectiva dos resultados do primeiro semestre das três SAD, que acabam de ser publicados, mostra como a diferença de forças é inversa aos resultados. O mais fraco está a ganhar, os mais fortes a perder. E se o Sporting assim merece todos os elogios, por ter de longe menos dinheiro, FC Porto e Benfica têm de ser chamados à cobrança. Sobretudo o clube da Luz: é inadmissível gastar tanto dinheiro e ter tão baixos retornos. Não se trata aqui, pois, de análise desportiva, coisa que remeto para quem aqui na Tribuna Expresso percebe a sério de futebol. Trata-se de uma análise da gestão. E da má gestão.
Num clube, os sócios são muito mais importantes que os accionistas. Porque não se ganha campeonatos para lucrar, lucra-se para ganhar campeonatos. Mas clubes inviáveis não têm futuro. Que o diga o Sporting, que mesmo beneficiando de um perdão de dívida camuflado nas VMOC está agrilhoado por múltiplos erros financeiros que o iam matando. Daí ser exigível avaliar não só treinadores, mas também gestores.
Números gordos: o Benfica e o FC Porto gastaram cerca de 50 milhões cada um em custos salariais nos primeiros seis meses deste ano de 2020/2021. O Sporting gastou menos de 30 milhões. Menos 40% que os rivais.
O Sporting CP baixou os custos salariais em cerca de 17%, para 29,1 milhões. E o FC Porto estará sensivelmente no mesmo nível do ano passado. É que embora o relatório e contas mostra uma subida de 18%, para 51 milhões, estes valores incluem prémios de 9,5 milhões relativos à época anterior (vitória no Liga e na Taça). Quando se retiram estes prémios relativos à época passada, o nível salarial do FC Porto é inferior ao do Benfica, que aliás tem o “jogador” mais caro de Portugal: Jorge Jesus.
Os resultados desportivos do Sporting são assim ainda mais notáveis. O clube dirigido por Frederico Varandas é de longe o menor dos três (em activos, em receitas e em salários) e não investiu este ano, pelo contrário, reduziu custos. Mais: este ano também é o que perde mais receitas, porque não tem competições europeias a compensar as perdas de bilheteira e de publicidade, pelo que acumula prejuízos. Ganhar o campeonato, se se confirmar, não tirará o Sporting CP do lugar difícil em que está, mas garantirá um crescimento de receitas brutal no próximo ano, desde logo pelo acesso à Champions.
A crónica completa de Pedro Santos Guerreiro, em Tribuna Expresso, aqui.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.