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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Este texto não visa debater as negociações de renovação de André Carrillo nem a sua suspensão pelo Sporting. Já há vários dias que tenho em mente abordar uma ou duas disposições contratuais relacionadas com a contratação do jogador ao Alianza Lima e o acordo com a Leiston Holdings Limited (Fundo), que viabilizou a transferência.
O "Football Leaks" voltou a atacar esta terça-feira, expondo vários acordos/documentos do Sporting e também do FC Porto. Um desses documentos é o acordo entre o Sporting e a Leiston Holdings Limited, que, partindo do princípio que é autêntico - e há razões para acreditar que é - esclarece algumas disposições contratuais. Em síntese, as cláusulas que mais me intrigam:
- É claro que o Sporting nunca teria contratado Carrillo sem o empréstimo de USD um milhão, pelo Fundo;
- O Fundo ficou com 50% dos direitos económicos do jogador;
- Tanto o Sporting como o Fundo assumiram a obrigatoriedade de aceitar uma proposta pelo jogador - durante a validade do seu contrato - de USD 6 milhões ou superior, desde que o jogador concordasse com a transferência;
- O Sporting reservou o direito de recusar qualquer proposta - nos termos acima referidos - compensando o Fundo com 45% do valor da mesma. Dando-se essa eventualidade, o Sporting passaria a deter 100% dos direitos económicos.
Quando questionado sobre Carrillo no programa Prolongamento, Bruno de Carvalho teve isto para dizer:
"A proposta do Leiscester foi a única que me deixaram ter. Os agentes e fundos conseguem parar propostas. O Carrillo é bom ou não ? Se é bom só aparece a proposta do Leiscester, esse colosso do futebol mundial ? Confirmo (os 12 milhões). Só após os clubes acordarem entre si, é que o clube comprador pode falar com o jogador. A proposta vem do agente e é claro que ele não falou com o jogador. Eu quando era miúdo acreditava no Pai Natal mas deixei de acreditar."
Ou eu não estou a compreender ou esta explicação por parte de Bruno de Carvalho faz pouco sentido. Questões que ficaram por explanar:
- Pelos vistos, a proposta foi apresentada pelo empresário de Carrillo. Significa isso que ele agiu como intermediário do clube inglês ?
- Se o empresário apresentou a proposta é porque o jogador estava receptivo a mudar-se para o clube inglês. Qual foi a resposta do Sporting ?... Recusou a proposta ?
- Tendo em consideração a obrigatoriedade assumida pelo Sporting e pelo Fundo, mediante o acordo entre as partes, como foi possível ao Sporting recusar a proposta, dado que era superior aos supracitados USD 6 milhões, sem compensar o Fundo no valor de 45% da mesma ?
Não compreendo o que Bruno de Carvalho pretende passar com a afirmação "Os agentes e fundos conseguem parar propostas". Directa ou indirectamente, nenhum jogador pode ser transferido sem a concordância do seu clube. O jogador pode recusar ir para o clube de destino, mas nem ele nem o seu agente podem "parar propostas". O mesmo é aplicável ao Fundo, que, neste caso concreto, na minha opinião, tinha/tem todo o interesse na renovação, ou, como alternativa, numa transferência.
A minha conclusão é que existem factos e considerações no todo deste processo que não estão bem explicados.
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