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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Futebol na Tapadinha num domingo à tarde
Uma fotografia captura o instante, trata-se de um fragmento da realidade que chega a parecer que ficou congelada. A força desta fotografia estará no que ela ainda hoje nos revela sobre o futebol português no início dos anos 30 do século passado, mais do que a propósito daquele Benfica – Sporting disputado num domingo de Janeiro de 1932 para o Campeonato de Lisboa.
Naquela altura, o futebol era um dos principais símbolos da nova sociedade urbana e industrial em Portugal e por quase toda a Europa. Os movimentos migratórios internos, o crescimento urbano e a proletarização social tornaram indispensável uma nova forma de ocupação dos raros momentos de lazer dos trabalhadores. O historiador Eric Hobsbawn chamou ao futebol “a religião leiga da classe operária”.
Há também a coreografia do jogo de futebol, a movimentação dos jogadores, a multidão de espectadores, o guarda republicano vigilante. Imagina-se a eficácia da jogada, o confronto entre defesas e avançados, o remate repentino, a emoção do golo, o desamparo do guarda-redes. Num golpe de ousadia (ou de sorte!) tudo se ganha, tudo se perde. E a cidade fora de portas no descampado da Tapadinha.
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