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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Francisco Velasco, falecido em 9 de Junho passado, foi um sportinguista invulgar cuja vida pareceu desenhada a golpes de audácia sempre prontos a desafiar o destino. Nascido em Goa, cresceu na cidade de Lourenço Marques (actual Maputo), onde deu as primeiras sticadas em ringues de hóquei inventados em campos de terra batida. A colecção Ídolos do Desporto (nº 31, 1958) chamou-lhe “O ‘Goês’ que chegou a campeão do Mundo”.
Começou a jogar hóquei em patins em 1948, com treze anos, e participou nos campeonatos moçambicanos com as camisolas do SNECI, Ferroviário e Sporting de Lourenço Marques. Pela Selecção Nacional foi Campeão Latino (1956 e 1957), Campeão do Mundo (1958 e 1960) e Campeão Europeu (1959), ao lado de jogadores como Vaz Guedes, Bouçós, Adrião e Moreira. Integra o grupo restrito de hoquistas com mais de cem internacionalizações. Foi treinador da Associação Portuguesa de Johannesburg, Hockey Club Monza, Sporting de Tomar e Oeiras, para além de seleccionador de Angola e do Transvaal.
Francisco Velasco foi um observador e um estudioso atento da vida e dos seus fenómenos particulares, nos quais incluiu o desporto em lugar de destaque. Considerava que o desporto e a sua evolução histórica interagem com a transformação social, económica e cultural, tendo debatido publicamente em diversas ocasiões. O seu saber teórico e prático permitiu-lhe reflectir sobre os aspectos técnicos e tácticos individuais ou colectivos e a preparação física e mental dos atletas do hóquei em patins. Sportinguista, acompanhou sempre com grande interesse e entusiasmo o nosso Clube.
Na fotografia, a Selecção Nacional que conquistou o Campeonato do Mundo de hóquei em patins disputado em Madrid em 1960. Velasco está em cima ao centro.
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