Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Em 1976-77, em Alvalade, o Sporting - Benfica para a 1ª jornada do Campeonato Nacional era aguardado com extraordinária expectativa. O carisma e a imagem de sucesso de Jimmy Hagan entusiasmaram os adeptos sportinguistas e a linha ofensiva constituída por Manoel, Manuel Fernandes e Keita possuía grande categoria. Afinal, era possível sonhar depois da frustração da temporada anterior em que o Clube pela primeira vez ficou fora das competições europeias.
O jogo realizou-se num sábado à noite no Estádio de Alvalade que estava completamente cheio. Se na bancada e no peão já não cabia nem uma agulha, nas pistas de atletismo e de ciclismo parecia haver sempre mais um lugar. À hora marcada, com inúmeros adeptos perto das linhas do relvado, o árbitro Porém Luís hesitou, chamou agentes da polícia, mas quem estava ao redor do campo não arredou pé. Na tribuna de honra, o primeiro-ministro Mário Soares e os presidentes João Rocha e Borges Coutinho observavam o desenrolar dos acontecimentos.
Perante o risco de não haver dérbi, o árbitro conferenciou com os delegados ao jogo e os capitães de equipa, e verificou-se consenso sobre as condições para se realizar a partida. Os jogadores não temiam pela sua segurança e em caso de lançamento pela linha lateral ou de pontapé de canto haveria maneira de se dar um jeito para criar o espaço necessário. Os comandos da Amadora conseguiram que o pessoal recuasse um pouco, talvez um metro, e, finalmente, iniciou-se o jogo que os leões venceram por 3-0, com golos de Camilo, Manuel Fernandes e Baltasar.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.