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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O futebol está cheio de histórias sobre jogadores cujas carreiras ficaram algo longe das expectativas dos seus adeptos. Sem essas histórias, e as intermináveis conversas sobre os jogadores em causa, o futebol não seria a mesma coisa. Diego Capel é bem capaz de ser um desses casos. Em 2008, jogava no Sevilha, era um dos extremos mais cobiçados do futebol mundial e até o Real Madrid se interessou pelos seus serviços.
Em 2011, com alguma surpresa pelos elogios e pelas referências na imprensa espanhola e internacional, Capel tinha 23 anos de idade e foi contratado pelo Sporting, a troco de 3.5 milhões de euros. Veio por cinco épocas, ficou quatro anos, e os dois primeiros foram dos melhores da sua carreira. No entanto não evoluiu como deveria, sempre com as mesmas qualidades e os mesmos defeitos, e deixou de ser um titular indiscutível.
Apesar de não ser um goleador nato, era um extremo esquerdo com grande velocidade e poder de arranque. Tinha um domínio de bola muito bom, comparativamente a muitos outros na sua posição. Os sportinguistas já tinham saudades de ver um extremo a sério em Alvalade, alguém que acelerava o jogo, que o abanava com esticões, que não tinha medo de ter a bola no pé e de partir para cima do adversário. Transmitia-nos aquilo que faz falta no nosso e no futebol: a ilusão de que com ele em campo estaríamos sempre mais perto da vitória.
Diego Capel marcou alguns grandes golos e fez assistências perfeitas. Naquele jeito dele, de cabeça baixa sempre com a bola colada ao pé e a ir super veloz para cima dos defesas contrários, parecia adivinhar o posicionamento dos companheiros de equipa, fazia-lhes chegar a bola em perfeitas condições para então rematarem à baliza adversária. O pior era quando as coisas não lhe corriam de feição. Passes transviados, bolas que se perdiam, o desespero que se instalava. Sendo um jogador emocional necessitava de sentir a confiança do treinador.
A fotografia corresponde à imagem de Diego Capel entre os sportinguistas. Um jogador excitante, mas algo inconsequente muitas vezes. O extremo tinha acabado de marcar ao Athletic Bilbao nas meias-finais da Europa League, virando o resultado para um favorável 2-1 aos 80 minutos de jogo. No entanto, os bascos na 2ª mão venceram por 3-1 e esfumou-se o sonho de participar em mais uma final europeia. Como foi decepcionante a final da Taça de Portugal com a Académica, com uma derrota por 1-0.
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