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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Juca homenageado por Abel Bettencourt Cardoso, presidente do Sporting
de Lourenço Marques, 1949 (Fotografia in “The Delagoa Bay Company”)
Juca
Júlio Cernadas Pereira (o inesquecível Juca) nasceu para o futebol nas camadas juniores do Sporting de Lourenço Marques. Era guarda-redes e disputava a baliza com Costa Pereira. Fosse por causa da concorrência, ou pela sua qualidade para jogar na linha média, a verdade é que o seu treinador o colocou no meio-campo. Desportista eclético, também praticou basquetebol.
Em 1949, apenas com 20 anos idade, Juca já era titular na Selecção de Moçambique e brilhava graças ao seu futebol elegante e tecnicista, com grande visão de jogo. Um dos directores da filial sportinguista laurentina, o proprietário da Papelaria Progresso, convenceu o Sporting - sede a contratá-lo. Depois, foi a longa viagem para Portugal no navio “Mouzinho de Albuquerque”, durante trinta e um dias.
Juca chegou a Lisboa em 10 de Setembro de 1949, acompanhado por Mário Wilson. Estreou-se na equipa principal leonina pouco tempo depois, em Outubro, num jogo com o Lusitano VRSA. Jogava na linha média, normalmente a quarto-defesa, uma espécie de trinco da altura, uma novidade no futebol. Como era inteligente tacticamente, adaptou-se sem problemas ao lugar. Por ser eficaz a jogar de cabeça, chamaram-lhe o “cabecinha de ouro”.
Juca vestiu a camisola leonina até 1958, foi Campeão Nacional cinco vezes e conquistou uma Taça de Portugal. Foi o autor do primeiro golo no Estádio de Alvalade inaugurado em 1956, num jogo com o Vasco da Gama. Terminou prematuramente a carreira em virtude de grave lesão num joelho. Em 1961-62 conduziu o Sporting ao título, tornando-se aos 33 anos no mais jovem treinador a sagrar-se Campeão Nacional em Portugal.
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