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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O último jogo do “Hércules do Barreiro” no Sporting
O mítico João Azevedo já acusava alguma veterania em 1950 quando o jovem Carlos Gomes foi contratado pelo Sporting ao Barreirense. O “Hércules do Barreiro”, também conhecido por “Gato de Frankfurt”, era o dono da baliza leonina desde um longínquo jogo com o Belenenses nas Salésias em Dezembro de 1936, mas continuava ágil entre os postes, valente nas bolas pelo ar e corajoso nas saídas. Carlos Gomes teve de esperar pela sua oportunidade.
Na época seguinte, em 1951-52, na primeira jornada do Campeonato Nacional o Sporting foi às Salésias para defrontar o Belenenses. As mesmas Salésias onde Azevedo tinha conquistado a titularidade a Dyson e Jaguaré. Mas, nos azuis havia Matateu, e naquele dia o moçambicano estava com a pontaria muito afinada: marcou quatro golos e os de Belém venceram por 4-3. Os leões perderam o desafio e houve olhares desconfiados na direcção do guarda-redes.
O “Hércules do Barreiro” já não entrou em campo no domingo seguinte com a Académica, pois o treinador Randolph Galloway mandou avançar Carlos Gomes para a baliza. Azevedo que chegou a jogar com vértebras e costelas fracturadas, com um pé partido ou com doze pontos na cabeça, e que tinha de fumar um cigarrinho antes dos jogos para acalmar os nervos, não sobreviveu à tarde de génio de Matateu. Foi o seu último dia com a camisola leonina.
A fotografia refere-se a uma fase da juventude de João Azevedo. Quando ainda não era um ícone e estava a começar a construir a lenda.
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