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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Quarenta horas de viagem de Magdeburgo até Lisboa…
No dia 24 de Abril de 1974 o Sporting CP defrontou em Magdeburgo, então na República Democrática Alemã, a equipa da casa nas meias-finais da Taça dos Vencedores das Taças.
Um jornal português noticiou que no dia seguinte, 25 de Abril, os leões viajariam para Portugal desde Frankfurt, mas a viagem de regresso não se realizou como estava previsto. Isto, porque não havia voos para Portugal pois o aeroporto de Lisboa estava encerrado em consequência da Revolução dos Cravos. Depois de muitas horas de espera em Frankfurt, a comitiva viajou de avião até Madrid, com a intenção de entrar em Portugal de autocarro através da fronteira do Caia. Impossível, as fronteiras estavam fechadas e foi necessário encontrar alojamento em Badajoz. Houve quem dormisse no próprio autocarro.
Era grande a preocupação entre todos na comitiva porque a BBC noticiou haver milhares de mortes e inúmeros feridos em Lisboa. Em Espanha também se falava em mortes. Os telefonemas eram difíceis. Entretanto, o presidente João Rocha através de contactos com militares do Movimento das Forças Armadas tentava desbloquear a situação. Constou que chegou a falar com o General Spínola.
Finalmente, lá veio a esperada autorização. A comitiva entrou em Portugal apenas no dia 26 de Abril, mais de quarenta horas depois da eliminatória em Magdeburgo… mas ainda bem a tempo de jogar dois dias depois com o Belenenses para a Taça de Portugal!
(Na fotografia, a comitiva leonina no aeroporto de Frankfurt quando aguardava o voo para Madrid)
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