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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O que se está a passar no Sporting é o resultado de anos e anos em que o Clube foi ficando gradualmente refém das claques, capazes de fazer e desfazer treinadores e jogadores, mas também de impor a sua vontade e sobretudo os seus múltiplos interesses económicos aos presidentes e às administrações do clube de Alvalade.
Frederico Varandas teve a coragem de as enfrentar. E não pode ser deixado sozinho neste combate.
Os arruaceiros, que estavam muito mal habituados a mandar no Sporting e cujas benesses e prebendas subiram em exponencial com Bruno de Carvalho, não desistem.
Nas assembleias gerais insultam, apupam, gritam – e quando chega a hora das votações perdem sistematicamente por mais de 70% dos votos.
No estádio insultam o presidente e assobiam a equipa.
No Pavilhão João Rocha fazem emboscadas, agridem dirigentes e menores.
Mas já não é só o regresso do destituído Bruno de Carvalho que querem. O que lhes dói é que Frederico Varandas tenha tido a coragem de os enfrentar, de lhes cortar os benefícios excessivos de que desfrutavam e de lhes mostrar claramente que quem manda no Sporting são os sócios e a Direcção eleita em assembleia geral e não eles.
O combate é duro, duríssimo, tanto para os dirigentes do Sporting como até para as suas famílias, porque estes energúmenos não têm valores nem princípios. Querem submeter à sua vontade todos os que lhes fazem frente. Daí que peçam insistentemente a demissão de Varandas.
E é por isso que, neste momento, todos os sportinguistas que querem um Sporting limpo destas desastrosas influências têm de se unir em torno do presidente, mesmo que tenha tomado algumas decisões erradas e mesmo que a equipa principal de futebol esteja a fazer uma época muito má.
Mas não é isso o que mais importa. Neste momento, o que é decisivo é saber se o Sporting continuará a ser um clube democrático, com princípios e valores, ou se acabará por cair nas mãos de uma ralé cujo sportinguismo assenta unicamente nos muitos milhares de euros com que vinha a ser beneficiada todos os anos.
Neste ingrato combate contra as claques, Frederico Varandas está certíssimo. E só é pena que o Governo e os outros clubes grandes de Portugal não apoiem uma medida urgente para sanear o futebol português: a proibição de claques organizadas, que são um antro de desordeiros, de droga, de marginalidade e de violência.
Em Inglaterra fizeram a limpeza e o campeonato inglês tornou-se um dos mais vibrantes do Mundo. Porque é que em Portugal a mesma medida não há-de resultar?
Texto da autoria de Nicolau Santos, Tribuna Expresso.
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