Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Comentários humorísticos da autoria de Rogério Casanova, jornal Expresso, sobre a performance dos jogadores do Sporting no jogo deste domingo frente ao Arouca:
Já é possível reduzir a sua carreira a um didáctico formato pergunta-resposta, ao género do Catecismo de Westminster:
O Rui Patrício sofreu um golo?
Sim, o Rui Patrício sofreu um golo.
O Rui Patrício teve culpas no golo sofrido?
Não, o Rui Patrício não teve culpas no golo sofrido.
Qual é o fim supremo e principal do Rui Patrício?
Não ter culpas nos golos sofridos.
Rui Patrício teve muito trabalho além do que não pode fazer no golo sofrido?
Não, Rui Patrício não teve muito trabalho além disso.
De onde se infere a existência de Deus?
Vai pentear macacos.
No primeiro minuto foi possível ver Schelotto a correr muito depressa com a bola na direcção da sua própria baliza. No último minuto foi possível ver Schelotto executar dois cortes decisivos, um deles uma intercepção inadvertida com o calcanhar. Ao minuto 58 foi possível ouvir a melhor frase de sempre jamais dita sobre Schelotto, vinda da boca sapiente do comentador da Sport TV: "Schelotto escorregou, mas reequilibrou-se e só depois perdeu a bola". Como se a perda de bola fosse o grande objectivo, e tudo o resto não passasse de um prólogo - uma tentativa honrada de criar as necessárias condições de dignidade para a bola ser perdida. Devia ser o seu epitáfio.
Exibição quase imaculada na tarde em que cumpriu o jogo nº 50 pelo Sporting. Mais preciso do que tem sido hábito na construção, em particular no passe longo: fez uma grande abertura para Gelson logo ao sexto minuto, e é nele que começa o golo do empate. Mostrando-se cada vez mais integrado no espírito do clube, soube escolher a dedo a única jogada em que foi ultrapassado por um jogador do Arouca: o período de descontos. Felizmente correu tudo bem.
Acabou por fazer um jogo razoável, embora sempre num estilo muito mais atarefado do que as circunstâncias pareciam exigir. De qualquer forma, foi bom reconhecer um esforço para abandonar aquele tique para o excesso de ornamentação, de quem tenta transformar o corte mais inócuo num prato especial de auteur - golfinho órfão confitado com crumble de cartão multibanco numa redução de esmegma de marmota. Hoje, para alívio geral, serviu bifanas.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.