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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Terceira série - e última edição desta época - de comentários humorísticos por Rogério Casanova, jornal Expresso, sobre a performance dos jogadores do Sporting na 34.ª jornada a I Liga diante o Chaves:
Vê-lo a receber a bola sozinho no meio de calmeirões continua a estimular o instinto maternal de qualquer pessoa saudável, mas na verdade precisa tanto de protecção como um troll do 4chan a semear a discórdia por motivo de lulz. Aquele constante frenesim de agitação, e a capacidade para acelerar o jogo com e sem bola, deram frutos logo aos 10 minutos, quando sacou um penalty - e proporcionou um divertidíssimo momento ao minuto 36, quando conseguiu colocar - sozinho - dois defesas do Chaves em inferioridade numérica.
Acumulam-se os sinais de uma incompreensível falta de egoísmo. Ao minuto 26, com tempo e espaço na área para receber a bola, sentar-se, puxar de um tablet, preencher a declaração de IRS, esperar que a aplicação Java carregasse, validar, submeter, levantar-se, e consumar o hat-trick, preferiu assistir de cabeça um colega que não chegou a tempo. Mais preocupante ainda foi o momento em que veio dobrar Jefferson à lateral esquerda, recuperando uma bola em esforço e atrasando para Beto.
Não sei se o merecemos. Despediu-se do jogo, e encerrou oficialmente a Liga, com mais um golo (o segundo penalty do jogo), que agradeceu de forma típica, envolvendo nos seus braços o amor que emanava das bancadas.
Adaptado a Bryan Ruiz, cumpriu, na medida em que, certamente, e, portanto e em suma, sem dúvida.
Entrou bem, para surpresa de exactamente ninguém.
A última substituição da época, que assim a definiu na perfeição: não chegou a tocar na bola.
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