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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
A ideia de que há uma ‘excelência’ na organização do futebol português, capaz de se bater nos melhores palcos da ‘política’ internacional da bola, é compreensível, é patriótica, mas cada vez mais bizarra.
O futebol de hoje é, evidentemente, mais organizado do que há trinta anos. Tem mais influência internacional, conquistou algum prestígio, criou uma ‘mercadoria’ de grande qualidade. O jogador e os treinadores portugueses são hoje respeitados e queridos um pouco por todo o mundo. Mas não abusemos.
O mercado dos direitos de televisão é tristemente pequeno. A Liga tem vindo a perder competitividade e qualidade. A pobreza orçamental dos grandes clubes portugueses não é compatível com qualquer possibilidade de triunfo na Champions.
Da bem evidente penúria do FC Porto, um tsunami em avanço progressivo, até às apostas voláteis, erráticas, incompreensíveis, do Benfica, que não garantem nem resultados, nem bom futebol, para lá de avolumarem a dívida, resta o projecto do Sporting. Ou do Sporting de Braga, por vias diferentes. O Sporting tem vindo a mostrar que o realismo orçamental e o respeito por valores de alguma humildade competitiva, de verdade e dimensão, podem ser caminhos difíceis, mas são caminhos fiáveis, seguros. O melhor trunfo de Rúben Amorim e de Frederico Varandas estará na criação de um automatismo competitivo que fará do Sporting, em qualquer prova nacional, um candidato natural a ganhar, coisa que havia perdido há anos.
Excerto da crónica semanal de Eduardo Dâmaso, em Record
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