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Futebol e alienação

Naçao Valente, em 13.02.19

 

image.jpg

(Óleo sobre tela de Inos Corradin)

 

 

O resultado do jogo do Benfica com o Nacional gerou uma guerra de alecrim e manjerona. Foi apenas um jogo atípico onde uma equipa "pequena" me pareceu perdida em campo. No entanto, deu azo às mais desvairadas discussões sobre o estado do futebol, e já levou a uma queixa por parte do Nacional, por falta de respeito para com os seus profissionais.

 

Mas com este jogo não aconteceu nada de novo, nem se alterou o 'status quo' existente no meio. O que estava mal ou bem antes, continua a estar bem ou mal agora. Os chamados "grandes" vêem os ditos "pequenos"  como Clubes a quem têm que ganhar sempre e que servem para compor o ramalhete das suas conquistas.

 

Os "grandes" repartem entre si a maior parte do bolo, porque é essa a lógica do sistema. O dirigismo, com uma ou outra excepção, é recrutado entre gente sem preparação ética, porque pessoas com princípios e valores, tem mais que fazer.

 

Neste contexto, quanto mais "chico-esperto" for o dirigente, melhor. São estes que vingam e satifazem a massa adepta, com bons resultados conseguidos sem olhar a meios. Gente que não era nada como todos nós, fora do futebol, incham para além da capacidade da sua pele e julgam que têm o rei na barriga, e à frente de milhões de fiéis adeptos acabam por o ter.

 

O problema do futebol, hoje em dia, é que se substitui à religião como forma de alienação. Esse papel que as igrejas já não representam no mundo ocidental, a não ser em pequenos nichos, é quase exclusivo dos clubes de futebol. Nas doutrinas, nos rituais, no pensamento condicionado, nos dogmas, no "ódio" ao outro, no fundamentalismo nos comportamentos, na incapacidade de distinguir o bem do mal. Nas religiões, cujo suporte é a fé, existe hoje mais racionalidade que no futebol.

 

O Clube é inquestionável, o seu Presidente uma espécie de semideus. E se este pode ser contestado por não conseguir concretizar os desejos da massa fiel adepta, isto é dar-lhes o "paraíso" pela sua fidelidade, o Clube mesmo que se enrede em esquemas reprováveis e ilegais, nunca é contestado. Está sempre acima de qualquer suspeita.

 

Ao invés, o outro, de outra "igreja" é o infiel, merecedor de apupos, de insultos, e em casos extremos de violência física. É preciso ressalver, porém, que nesta forma de alienação, existem excepções, mesmo entre os adeptos.

 

A alienação do pensamento, é o inverso do espírito crítico e da lucidez, e é transversal a toda a sociedade. O futebol enquanto meio alienador vende a ilusão da felicidade eterna. O alienado acredita incondicionalmente e fica feliz por acreditar.

 

Assim se vai esquecendo deste vale de lágrimas em que vive. E se as religiões perderam importância face ao progresso científico e à evolução do humanismo, não consigo acreditar que isso possa acontecer com o futebol. Futebol e alienação, são a união perfeita.

 

publicado às 13:15

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33 comentários

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De RCL a 13.02.2019 às 14:03

Foi um jogo atípico, certo, acontece. Já viu o lance do golo marcado pelo Jonas de livre? Lance digno de um jogo : solteiros x casados.
O que me preocupa é a histeria de toda a comunicação desportiva fazendo desse jogo um acontecimento Nacional e colocando o Benfica ao nível de Juventus, Real Madrid e Liverpool.
Quando perguntaram ao treinador do Galatasaray se tinha receio do Benfica dado os resultados recentes, o Homem sorriu! Deve estar informado, claro.
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De E-mocho a 13.02.2019 às 15:10

É! Foi caso único no futebol um guarda-redes deixar escapar uma bola quando ela raspa ou toca na mao. De facto.
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De Naçao Valente a 13.02.2019 às 15:15

Caro RCL,
Tem razão. A comunicação amplia esses "fenómenos" até ao infinito, porque isso vende. E quando o Sporting dava goleadas era a mesma coisa, embora noutra vertente. Temos de saber separa o trigo do joio.
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De antonio a 13.02.2019 às 16:56

RCL, lembra-se do golo sofrido pelo Rui Patricio na Madeira no ultimo minuto e que tirou o Sporting da Champion?
Não me diga que o Rui (um dos melhores do mundo) fez de propósito.
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De RCL a 13.02.2019 às 19:34

Não me referia ao guarda-redes mas à barreira, ao buraco e um jogador do Nacional , com "ar de turista". Jonas, para mim o melhor jogador do Benfica, não precisava dessa ajuda. Mas deu para ver o espírito dos jogadores do Nacional.
Já vi grandes goleadas, estive nos 7x1, poderiam ter sido mais até, mas nesse dia o Sporting jogou como nos 5x0 ao Manchester. E o Benfica foi campeão nessa época. Há goleadas e goleadas.
Espero por nova goleada amanhã, ate bebo uma super-bock.
SL
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De E-mocho a 13.02.2019 às 23:19

A bem dizer foi o “turista” que desviou ligeiramente a bola com a cabeça.
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De João Gonçalves a 13.02.2019 às 16:59

Renan no Estádio da Luz, há poucos dias.
A bola bate-lhe de lado nas mãos e entra na baliza.

Renan é guarda redes do Sporting...
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De Borges a 13.02.2019 às 20:34

Não vale a pena
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De RT a 13.02.2019 às 14:47

Exatamente...!
Há um clube que já há muito tempo os seus adeptos se referem como sendo mais que isso: "nós nao somos um clube, nós somos uma religião".
Esse clube joga na Catedral e os seus seguidores pertencem a IURD (Igreja Universal do reino D, Eusébio).
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De Naçao Valente a 13.02.2019 às 15:19

NT,

O Sporting não joga na Catedral, mas nós adeptos, com as devidas excepções, não somos muito diferentes.
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De Naçao Valente a 13.02.2019 às 15:37

Correcção: RT e não NT.
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De Jorge Pereira a 13.02.2019 às 14:53

Caro Nação Valente. Muitos parabéns. Na mouche!

Saudações Sportinguistas
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De Naçao Valente a 13.02.2019 às 15:20

Caro Jorge Pereira,
Obrigado,
SL
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De Hugo Gomes a 13.02.2019 às 15:02

Bom dia
Mais um excelente texto,com a verdade nua e crua. Só acho que falta um ponto, o desporto rei de qualquer pais, futebol no caso de portugal, é o reflexo da sociedade, como vivemos num pais de corruptos, teremos de ter um futebol corrupto e mesmo a razão da violencia, tem a ver que as pessoas estão revoltadas e cansadas do sistema do pais e usam o futebol como escape.
Cumprimentos a todos
E um grande obrigado ao Nação Valente pela partilha do seu texto
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De Naçao Valente a 13.02.2019 às 15:27

Caro Hugo Gomes,
O ser humano não é perfeito e um dos seus defeitos é a ganância, Está na sociedade e como tal em todos os seus sectores. "Todo o poder corrompe e o poder absoluto corrompe completamente". Quando mais poder se tem, mais se quer ter, porque entre outras coisas este significa dinheiro. Eis a questão.
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De Leão Zargo a 13.02.2019 às 15:12

Belíssima reflexão, caro Nação Valente. Prazer na leitura, pertinência na reflexão!

De facto, o futebol tem o poder de conseguir frequentemente persuadir-nos a abandonarmos as nossas faculdades críticas. Talvez por essa razão, Detlev Claussen considera que “no princípio do futebol não era o verbo, mas a bola”. Isso verifica-se com os adeptos, mas também nas suas relações com os meios de comunicação.
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De Naçao Valente a 13.02.2019 às 15:33

Caro Leão Zargo,
Se no princípio é o verbo, no futebol é a bola. Boa comparação. A comunicação social assume-se como púlpito dessa nova "religião". Mas a realidade não é estática, e tenho esperança, que um dia, esta situação mude.
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De José Soares a 13.02.2019 às 15:22

Parabéns pelo excelente post.SL
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De Naçao Valente a 13.02.2019 às 15:34

José Soares,
Obrigado.
SL
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De Cantona a 13.02.2019 às 15:45

O futebol como ferramenta de alienação é um fenómeno muito antigo, e quase universal, mas creio que é também um fenómeno muito português. Na Inglaterra, por exemplo, os clubes são vistos acima de tudo como um representante da comunidade local, não se vê a necessidade de afirmação pessoal que há em Portugal, onde os clubes são os "melhores", "maiores", "mais x e y de todos". Em Portugal tudo é transformado em complexo de inferioridade, ninguém pode ser de um clube, tem sempre de ser "do" clube. A identidade do clube é tóxica, belicista. Se se pode falar em religião, acho que em Portugal também se pode falar em fascismo, porque os clubes continuar a reproduzir estruturas de poder com bastantes pontos de contacto com, por exemplo, o Estado Novo. Alguns exemplos. Os maiores clubes, todos, promovem a ignorância da massa adepta, e procuram montar enormes máquinas de propaganda. Também sentem um profundo desprezo pela democracia, recordo-me de uma eleição do Porto em que nem se deram ao trabalho de divulgar o número de votantes (salvo erro).

Durante o recente período mau do Benfica apareceram adeptos a dizer que tinham perdido o gosto pelo jogo, como se em praticamente todos os clubes os adeptos não vivessem com maus resultados diariamente. Não se coloca a hipótese de encarar um período mau com naturalidade, até porque é inevitável, porque o futebol é visto como um extensão da honra pessoal. No Vitória de Guimarães há um clima de profunda intimidação de tudo e todos, o clube é promovido pelo medo, como se se tratasse de uma comunidade isolada que encara o resto do mundo como uma ameaça existencial.

Portugal tem um nível de alienação que só deve ser ultrapassado pela Argentina e mais meia dúzia de países. Onde há uma relação tão próxima entre o parlamento e os clubes, por exemplo? Como em tudo com a espécie humana, o problema não é tanto o que fazem os "maus", mas o silêncio dos moderados. Silêncio sobre as ilegalidades, a gestão, as criminosas claques, silêncio sobre tudo.

A comparação com a religião faz todo o sentido, até porque há algo que por muito que tente não consigo perceber: em Portugal tudo o que se passa no futebol serve para alimentar delirantes teorias da conspiração ao nível das IURD's: As pessoas *acreditam* em coisas que se fossem ditas sobre outra actividade qualquer seriam classificadas como falta de sanidade mental. É a este nível que muitos portugueses olham para o futebol, por isso tenho pensado que a única forma de salvar o futebol português dele próprio é abandoná-lo, porque não vejo como seja possível reformá-lo.

Também é verdade que largos milhares de adeptos vivem o futebol de forma saudável: vão aos jogos, compram a camisola, discutem resultados saudavelmente com amigos. Mas também pergunto: sabendo o que se passa nos clubes, será que existe uma diferença tão grande entre esse pacato adepto e os mais estridentes e facciosos? Se alimento todas essas práticas com o meu dinheiro, tenho autoridade para as criticar?

Uma nota final sobre o Sporting e a alienação: para Varandas e os adeptos em geral, a invasão a Alcochete deve ser encarada com normalidade, ou seja, não vão existir consequências. Sócios expulsos: nenhum. Adeptos banidos: nenhum. Relação com as claques: continuam todos amigos. Bem, não será bem assim, pois parece que vão acabar os bilhetes à borla. Os jogadores foram agredidos, o clube ficou à beira do precipício e, tudo espremido, a conclusão a que se chegou é que já não merecem bilhetes à borla. De facto é difícil imaginar uma reacção mais alienada que esta ao que se passou.
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De Naçao Valente a 13.02.2019 às 16:26

Caro Cantona,
Acrescenta contributos que vão para além da minha reflexão. De facto a alienação do adepto tem contornos religiosos, mas também contornos políticos.

A democraticidade é no mundo do futebol um caso preocupante. Estes vivem numa bolha, que procura ser marginal às leis. De uma forma geral os seus Estatutos assentam em premissas pouco democráticas e permitem aos seus dirigentes actos que se podem, nalguns aspectos comparar com o fascismo.


Não conheço especificamente a situação noutros países, mas em Portugal toda a gente que se interessa por "bola" é do Benfica, do Sporting, ou do Porto. Creio que em Inglaterra, como refere, a fidelidade clubística é mais localizada.
Sobre o comportamento da Direcção do Sporting em relação às claques nada, ou pouco de novo. Para não fazerem ondas vão-se tratando com "paninhos quentes".




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De João Carvalho a 13.02.2019 às 17:06

Caro Nação Valente, acreditando que não conhece ou conhece mal os estatutos do SLB, por mera curiosidade e por desconhecimento, gostaria de saber quais são as premissas pouco democráticas incluídas nos Estatutos do SCP que permitem actos fascistóides aos seus dirigentes?
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De Naçao Valente a 13.02.2019 às 18:38

Uma das grandes "reivindicações" que estão na origem da Revolução Francesa, foi a adopção do voto por "cabeça" ou seja um homem, um voto. Nos Estatutos do meu Clube essa "igualdade" não existe". As últimas alterações que foram aprovadas em Assembleias, pouco democráticas, reforçaram, em muito, o poder do Presidente. Como deve perceber não vou agora aqui esmiuçar a questão dos Estatutos, nem está no âmbito do assunto. Os mandatos ilimitados são transversais a todos os Clubes, e prefiguram a existência de uma espécie de monarquia, onde os Presidentes se comportam como intocáveis.
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De Luísa de Sousa a 13.02.2019 às 15:53

Excelente post, excelente reflexão.
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De Naçao Valente a 13.02.2019 às 16:27

Luísa de Sousa,
Obrigado.
Saudações leoninas
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De Rui Miguel a 13.02.2019 às 16:59

Magnifica reflexão Nação Valente.
De facto, é algo que penso há anos, e tento partilhar com a maior parte dos meus amigos, das diversas cores clubisticas.
Porém, tem sido inglória esta minha reflexão e pensamento. Como dizia há umas semanas o Pedro Boucherie Mendes num post noutro blog Sportinguista, na verdade, o maior gozo de qualquer adepto de futebol em Portugal é humilhar o colega de trabalho na 2ª Feira seguinte a uma derrota copiosa do clube deste.
É esta relação que os portugueses têm com o desporto e com os clubes, tal qual um comportamento tribal onde a vitória do seu clube é na verdade uma extensão do seu ego, num processo de psicose de grupo, lá está, a comparação com os fenómenos da religião e/ou políticos de populismo de massa (fascismo, nazismo, comunismo estalinista, norte-coreano).
Felizmente para este país muitas vezes considerado um canto bem tranquilo neste mundo tão confuso, o futebol é talvez o único fenómeno que reúna estes comportamentos nocivos da sociedade, a democracia está enraizada, e o voto é bastante volátil entre os diversos partidos, a religião tem perdido o seu peso e relevância.
Porém o futebol continua a ser a pedra de toque nos comportamentos tipicamente tribais, ninguém pergunta a uma criança de 3 anos se é do PS, PSD ou BE, mas logo de tenra idade há uma disputa até nos membros da sua família a tentar puxar essa ingénua criatura a ser mais um deles, porque o seu clube é que ganha ou porque são os bons, e os outros são os maus.
Por isso cada vez tenho menos vontade de ir a um estádio de futebol (do Sporting incluído), porque não me sinto confortável, e observo a maior parte de quem está ao meu redor como estivessem num encontro de uma igreja evangélica, histéricos e cheios de raiva.
Não, não é de todo a minha praia !!!
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De Naçao Valente a 13.02.2019 às 18:19

Caro Rui Miguel,
Concordo genericamente com o que diz. O futebol modifica as pessoas para pior. E a humilhação do outro em função de um resultado de futebol, às vezes com sentido de humor, ainda é das atitudes menos graves. Nem levo muito a sério. Agora o insulto, e o "odio" já acho grave. Quando comecei a ver futebol os adeptos não precisavam de ser transportados em "caixas" nem rigorosamente vigiados pela polícia.
A responsabilidade desta mudança está relacionada com as alterações sociais e de mentalidade, mas também se deve à qualidade de dirigentes que nós temos. Uma situação difícil de inverter.
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De antonio a 13.02.2019 às 17:02

Caro NV, completamente de acordo.
Cumpts
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De Naçao Valente a 13.02.2019 às 18:21

Cario António,

Obrigado.

Saudações desportivas

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