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Guerra suja

Naçao Valente, em 04.01.20

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Nota introdutória:

Um texto aqui publicado sobre o poder da maçonaria com base nas afirmações de um político,  levou-me a fazer esta reflexão sobre a natureza do poder na sociedade, no desporto e no futebol profissional.

A natureza do poder

O poder é desde os primórdios da humanidade exercido por grupos restritos de homens, no sentido genérico. Acontece que o homem, independentemente da sua evolução, é um ser imperfeito. É constituído por algumas virtudes, mas também por muitos defeitos. Destaco o egoísmo, a inveja, a prepotência, a desonestidade, entre outros.

Deste modo, o exercício do poder sempre constituiu uma forma de opressão de grupos minoritários sobre grandes maiorias, nomeadamente quando demagogos, portadores de utopias igualitárias o conquistaram, como nos regimes comunistas. E não podia ser de outro modo porque, voltando à proposição inicial, isso está de acordo com a natureza humana, mesmo depois de milhares de anos de algum aperfeiçoamento.

Está provado, no registo histórico, que todo o poder corrompe, seja em que nível for. Corrompe desde os pequenos poderes até ao poder total. Assim sendo,  o mundo do desporto em geral e do futebol em particular não foge, antes pelo contrário, à tendência geral.

Poder e futebol em Portugal

Durante o período que podemos considerar o da inocência o nosso futebol, constituído por atletas que competiam por prazer e amor à camisola, este manteve  alguma integridade na forma como encarava a competição, na maneira como a disputava, no "desportivismo" como aceitava vitórias e derrotas.

O Sporting, foi o primeiro clube,  graças à reunião de um grupo de atletas do melhor que havia em Portugal, a conseguir vitórias constantes e consecutivas, conseguidas no espaço das quatro linhas. Quando estes atletas foram saindo de cena, e porque não existia formação organizada, e não os conseguiu substituir por outros de igual valia, foi perdendo capacidade de conseguir os mesmos resultados.

A transformação do futebol numa indústria, que gera e movimenta muitos milhões, trouxe para o futebol os malefícios do capitalismo. Dinheiro e poder são duas faces da mesma moeda. Quem tiver mais dinheiro consegue mais poder, e consequentemente mais dinheiro. Dinheiro e poder são sinónimo de corrupção seja de forma descarada ou subtil.

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A guerra suja

Nuno Pinto da Costa, com tanto de inteligência quanto de capacidade de agir sem olhar a meios para atingir os fins, foi o primeiro a instalar, com o seu pequeno e fiel grupo, um esquema para dominar o mundo do futebol, infiltrando os seus homens de mão, em todas as instâncias ligadas ao controle desse novo mundo de poder. 

Durante anos, com a passividade e ingenuidade de outros clubes, montou a sua teia de modo a que quando não se conseguia ganhar apenas com as armas que actuavam dentro do campo, de fora viesse o devido empurrãozinho. Este domínio a que Dias da Cunha denominou de "sistema" acabou por ser denunciado, levando ao seu desmoronamento, mas onde apenas o "peixe miúdo" caiu na rede e serviu de bode expiatório.

Nos anos sessenta o Benfica, devido à constituição de uma equipa de grande valor que foi a base de um terceiro lugar no campeonato do mundo de selecções, dominou o futebol em Portugal e teve êxitos em provas europeias. Com o fim desta equipa voltou a cair na vulgaridade, quando os "homens do Norte" já tinham em marcha o seu programa de hegemonia.

A queda do "sistema do Norte" e depois de anos à deriva, em que o desespero levou o Benfica a embarcar na aventura de demagogos populistas, tal com o Sporting mais recentemente, acordou para a realidade e percebeu que o êxito desportivo, nestes novos tempos, era indissociável do controle das instâncias que superintendem esta indústria. Ocupar o vazio deixado exigia tempo e paciência.

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Luís Filipe Vieira, um 'self made man', um expert em "chico espertismo" , que bebeu da experiência dos "homens do Norte" em curva descendente, propôs-se ocupar esse vazio. Respaldado nos milhões de adeptos de todas as classes sociais, transversais a toda a sociedade, iniciou o processo de domínio, lento mas seguro, e com a paciência que estes demonstraram durante anos de reduzidos êxitos desportivos, levou a água ao seu moinho.

Montado o "novo sistema" começaram a colher-se os frutos. Hoje o poder dos "homens da Luz" está entranhado, nas diversas estruturas desportivas e políticas. Contando com a influência de adeptos em todas as instâncias, principalmente no poder judicial, dão-se ao luxo de passarem à margem das malfeitorias cometidas.

Dizer como o político referido que têm mais poder que a maçonaria não passa de uma "graçola". Têm mais poder que o próprio poder que os venera e os receia, assim como ao seu "exército" de milhões de adeptos, sempre prontos, com as devidas excepções, a dar cobertura a todas as ilegalidades cometidas, desde que elas representam a hegemonia no futebol nacional.

O Sporting impreparado para entrar nesta guerra de domínio, desde o seu início, nos anos sessenta e setenta, tem ficado fora do "sistema". João Rocha um dirigente íntegro e fundamentalmente honesto, apesar de um ou outro êxito desportivo, deixou-se ultrapassar pelos acontecimentos. Sousa Cintra, um expert do "chico espertismo" mas muito ingénuo, continuou na mesma linha.  Roquete e Dias da Cunha, que quiseram trazer dignidade para o clube e para o futebol, foram derrotados pela "hidra de sete cabeças" e pela impaciência dos adeptos. A demagogia brunista baseada mais no espalhafato do que na inteligência, foi uma pêra doce para o "sistema" acabando por afundar mais o clube.

Reflexão conclusiva

O poder é de quem o conquista. Na sua conquista não há princípios, nem valores, nem se olha a meios. Com o poder, com a sua conquista, está desonestidade e corrupção. Acredito que muitos sportinguistas, porque não fogem à natureza humana, não se importariam de ver o nosso Clube usar as mesmas armas para conseguir o domínio. Pela minha parte interrogo-me se vale a pena vencer sem olhar a meios. Sei que este é o mundo que temos. Mas sem  pretensão de qualquer tipo de superioridade, enoja-me, e gosto de ver o meu Clube fora desta guerra suja.

P.S.: Costumo ler comentários a dizer que o Sporting, nos seus tempos áureos, era o clube do regime. Discordo. Todos os clubes tiveram nas suas direcções gente do regime. Nunca vi nenhum ser, nessa altura contra-poder. Todos foram clubes do regime, de acordo com as conveniências desse poder. O que não foram foi um poder dentro do poder, até porque este não precisava deles para o exercer. Neste momento se há clube que se possa considerar do regime é o Benfica.

publicado às 04:33

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37 comentários

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De Aurélio Buarcos a 04.01.2020 às 07:58

Muito bem Nação Valente.
Bem ao recordar que o Benfica foi contratar mercenários que já tinham combatido na guerra do "senhor do Norte" um dos primeiros terá sido José Veiga (ver a forma como o Benfica venceu em 2004, o ano do suposto centenário) e mais recentemente Paulo Gonçalves, estes são os generais mais conhecidos da guerra suja que mina desde os tribunais às finanças com soldados benfiquistas (as toupeiras) infiltrados em todos os lados.
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De Naçao Valente a 04.01.2020 às 12:07

Aurélio Buarque,
Controlar os processos desde a origem. Negar tudo. Eis a estratégia. O Estado, os políticos estão reféns deste poder dissimulado. Não é saudável para o nosso futebol.
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De Anónimo a 04.01.2020 às 13:03

Comentário apagado.
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De Aurélio Buarcos a 04.01.2020 às 13:25

Em 2004/2005 claro!
Pensei que era óbvio até falei na comemoração do centenário, confrontar com os equipamentos utilizados pelo Benfica nessa época.
Esse campeonato foi o campeonato em que o Sporting passeou classe pelos relvados com um futebol de ataque cujo expoente máximo foi o melhor marcador do campeonato - Liedson.
O Benfica arrastou-se a época toda pelos relvados muitas vezes com a salvação a surgir já no prolongamento com o "golo milagroso" de Mantorras que podia empurrar adversários, marcar golos em fora de jogo, etc, pois era um jogador deficiente e o futebol português tinha de ser inclusivo.
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De Robbie Fowler a 04.01.2020 às 09:22

Compreende-se a necessidade de um post que agite as águas, após alguns sem comentários, e nada melhor do que mandar umas farpas ao Benfica.
O texto está cheio de erros factuais, não sei se por desconhecimento efectivo ou intencional, uma vez que é habitual usar a distorção da História, como paliativo para a dura realidade do pós-Violinos. Não vem mal ao mundo, a não ser o prolongar de uma falácia e o provocar sorrisos.
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De Rui Gomes a 04.01.2020 às 10:05

Deve, portanto, especificar esses ERROS FACTUAIS, não vá o Mundo pensar que o "glorioso" vive à base da corrupção.
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De Diogo Belo a 04.01.2020 às 14:15

”Nos anos sessenta o Benfica, devido à constituição de uma equipa de grande valor que foi a base de um terceiro lugar no campeonato do mundo de selecções, dominou o futebol em Portugal e teve êxitos em provas europeias. Com o fim desta equipa voltou a cair na vulgaridade...”
Na década de setenta o Benfica ganhou mais de metade dos campeonatos que havia para ganhar. Nos anos oitenta ganhou 5. De que vulgaridade está a falar?


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De Naçao Valente a 04.01.2020 às 17:33

Estou a falar obviamente da vulgaridade que é ganhar e perder. Já fez a estatística dos resultados no período hegemónico do Porto?
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De Naçao Valente a 04.01.2020 às 12:16

O que chama "farpas" não é apenas dirigido ao Benfica. É a quem controla o "sistema".
Se existem erros factuais aponte-os. O que me parece é que segue a cartilha oficial. "Somos impolutos".
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De ChakraIndigo a 04.01.2020 às 17:39

Caro Nação Valente,

Antes de mais, só uma opinião. Misturar Dias da Cunha com Roquette na mesma frase é altamente lesivo para a imagem de um grande presidente do Sporting, Dias da Cunha.

E quanto a João Rocha, um dos melhores presidentes de sempre de um clube português, dizer que teve um ou outro exito, enfim...

O seu post enferma de várias imprecisões e erros factuais, desde o 1º paragrafo.

Parece-me que o seu objectivo está bem definido no ultimo paragrafo, e na tentativa de evidenciar uma falsa superioridade moral do seu clube.

Seria fastidioso estar mais uma vez a demonstrar factos e não opiniões, e como já dei para esse peditório várias vezes, só deixo aqui uma reflexão, sobre a sua frase de que após os anos sessenta o Benfica caiu na vulgaridade.

Após essa década, o Benfica esteve em mais 2 finais da Taca dos Campeões, na década de 80/90, uma final da Taça Uefa na decada de 80, duas finais da Liga Europa já neste século XXI.
Mais meias finais nas Taças das Taças e Taça dos Campeões.

Foi campeão mais 18 vezes, metade das que conquistou na sua história, apesar do sistema corrupto do FCPorto.

Foi considerado pela UEFA um dos 10 maiores clubes do seculo XX, e acho que o século não acabou em 1970.

É esta a vulgaridade que se refere?

PS_ e não, não considero o meu clube impoluto. Só não gosto de hipocrisias.
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De Naçao Valente a 04.01.2020 às 19:34

ChakraIndigo,

Dou a mão à palmatória. Não me exprimi com clareza no que diz respeito ao que chamei vulgaridade do Benfica, situada no tempo. Quis salientar a década de sessenta com a quase total conquista dos campeonatos. Depois refiro o fim dessa equipa como o início do fim desse domínio. Não digo quando ela desapareceu, o que não foi certamente de uma forma instantânea.
Tomando como referência a conquista de campeonatos o facto é que isso foi sempre diminuindo até aos anos noventa, onde ganhou apenas dois campeonatos, os mesmos que na primeira década do século XX. Não é um apagão?

Atribui ao meu texto erros e imprecisões. Quais são? Sobre a natureza do poder? Sobre poder e futebol em Portugal? Sobre uma descrição naturalmente breve sobre a guerra suja?

Não vou dizer que é um erro sobrevalorizar Dias da Cunha. Admito-o como matéria de opinião, da qual discordo. Roquete e Dias da Cunha são dois grandes presidentes, duas faces da mesma moeda, do mesmo projecto, no qual Dias da Cunha assume a continuidade. Pode ser matéria de opinião, mas só aceito lições de sabedoria, a quem reconheço competência para as dar.

Ao fim e ao cabo não trouxe muito de novo ao debate. Quase se limitou a criticar o articulado do meu texto não sei com que intuito. E tirando o pequeno parágrafo sobre a hegemonia do Benfica no século XX que já referi, não mudo uma vírgula sobre o que escrevi.

Em relação a superioridade moral sabemos de onde vem.

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De ChakraIndigo a 04.01.2020 às 19:49

Caro Nação,

Não sei se trouxe ou não nada de novo. É a sua opinião.

Dei uma opinião , que é subjecticva como a sua, mas aceito que como sportinguista possa considerar a sua opinião mais abalizada que a minha.

No restante, recordei factos que me parecem ir contra a sua adjectivação, que reconhece ser errada.

Não tenho nenhum intuito especial ao fazer criticas ao que escreve, acho que é natural num espaço de opinião como este, e todos os que aqui escrevem e comentam o que são mais é alvo de criticas.

Eu por mim aceito-as, com ou sem competência, com ou sem lições de sabedoria.
Excepto aquelas que visam a ofensa gratuita, e a cujos subscritores deixo de responder.

Na minha vida estou bastante habituado ao debate e à critica, creia que não levo nada para o lado pessoal.

Já agora, gostei do uso do plural majestático na sua ultima frase
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De Naçao Valente a 04.01.2020 às 20:09

No primeiro parágrafo da resposta ao leitor ChakraIndigo, deve ler-se século XXI e não século XX.
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De RCL a 04.01.2020 às 10:07

Excelente análise.
Hoje mal se fala dos jogadores, as estrelas são os "homens do poder".
Citou Paulo Gonçalves que esteve no FCP, no Boavista do Valentim, agora a estrela das toupeiras no Benfica. O homem foi campeão nos 3 clubes, foi a maior contratação de Vieira. Vale muito mais que Félix.

A coisa ainda não funciona nas provas europeias, basta ver o palmares recente do Benfica : 18 jogos, 14 derrotas. nem no tempo da Bola Quadrada.
E a continuar assim, com Vouchers, e-mails, toupeiras, e outros que hão-de-vir , razão tem Jorge de Jesus :"nunca mais um clube português vai a uma final europeia". O último foi o Sporting na Liga Europa com Peseiro.
SL
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De Anónimo a 04.01.2020 às 11:48

Comentário apagado.
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De arrebenta a 04.01.2020 às 11:52

E quais foram eles?
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De Naçao Valente a 04.01.2020 às 12:18

Não funciona nas provas europeias nem nunca funcionará. O poder do "sistema" termina na linha da fronteira.
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De Robbie Fowler a 04.01.2020 às 14:16

A realidade, diz-nos que o Porto já ganhou uma Liga Europa depois dessa final do Peseiro, onde até esteve outra equipa portuguesa, o Braga, e que entretanto o Benfica também disputou duas finais da mesma LE....mas isto são apenas factos, não deixe que estes interfiram com a realidade alternativa que tanto jeito dá.
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De ChakraIndigo a 04.01.2020 às 17:46

Caro RCL,
Parece que o Peseiro (o Sporting) foi a uma final da em 2005, salvo erro.

O Jesus (o Benfica) foi a 2 finais ainda nesta década.

O que Jesus diz não se escreve, a não ser como anedota.

O Benfica, antes de Paulo Gonçalves, foi mais de 30 vezes campeão nacional.
E já o foi depois, e voltará a ser muitas vezes.

Comparar o Benfica com o Boavista é uma anedota.
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De António Tavares a 04.01.2020 às 12:16

Eu gostaria de compreender este poder do Benfica:

1. Nas estruturas do poder desportivo nem o Presidente da Federação, nem o Presidente da Liga, nem o Presidente da Arbitragem e nem tão pouco das Associações de Jogadores e Treinadores são benfiquistas. Todos são conhecidos com sendo adeptos das Equipas rivais.

2. Durante dois anos os rivais aliaram e criaram maior conspiração contra o Benfica. Tinha em mão 10 gigabytes de documentos. Para quem não tem noção do quantidade de documentos, fica a uma ideia, eles tinha tudo que era documentos (cartas, emails, contratos, projetos e outros). E de todos estes documentos, só conseguiram criar uma "narrativa" de padre e missas que se veio a ficar a saber de que eram os emails adulterados. Ou seja truncados na forma e no conteúdo. Como foi possível em 10 gigabytes de documentos os rivais tiveram a coragem de adulterar documentos.

3. No mesmo ano dos emails, mesmo com toda instabilidade criada, o Benfica ficou em segundo, perdendo o título em casa e o Sporting em terceiro. O que levou o Presidente maluco a liberar o açoite dos jogadores do próprio clube. Demonstrado que o desespero foi maior do que o engenho.

Mesmo assim, há quem continue a dizer que o Benfica é o Todo-poderoso. E este discurso sai da boca, por exemplo, de um candidato de um dos maiores Partido Político de Portugal, que é adepto do Sporting e que tem ligações a Opus Dei. O que é um raciocínio perverso. Ele quer ser Presidente de PSD, tem amigos na Opus Dei, não é benfiquista. E mesmo assim o Todo-poderoso o Benfica.
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De Naçao Valente a 04.01.2020 às 12:27

Tavares,

A influência do Benfica nas estruturas do futebol é evidente. Pode acreditar no que quiser, mas faz sentido que um advogado de nome Gonçalves tenho feito as malfeitorias de que está acusado de motu próprio? Não estava ao serviço do Benfica?
Como no apito Dourado Pinto da Costa saiu incómule. Acredita na sua inocência? Eu não acredito em bruxas mas…
Além disso o poder político fecha os olhos e tapa os ouvidos. Acha que depende dos ditos seis milhões.
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De António Tavares a 04.01.2020 às 13:35

Nação Valente,

...eu não nego a influência do Benfica no Mundo português. Seria desonesto da minha parte negar que um clube da dimensão do Benfica não tivesse tal influência.

O que os rivais querem fazer querer é o Benfica é "dono disto tudo". O que não é verdade. E ficou provado. Há dois anos, todos os dias a Polícia Judiciária do Porto fez rusgas nas instalações do Benfica. Juntando isto aos 10 gigabytes de documentos, das duas, uma: ou de facto o Benfica conseguiu criar uma rede maior do que a CIA (o que impõe um elevado recurso humano e financeiro); ou o Benfica não é tudo aquilo que dizem. Não estou aqui a ilibar o Benfica.

O que é coincidente e estranho são estes factos:

1. As finanças dos 2 rivais estão paupérrimas. Os dois sabiam que sem dinheiro não havia e nem há condições de competir com o Benfica (que atualmente está melhor financeiramente). E era fundamental tanto para o Porto i ainda mais para o Sporting as suas presenças na Liga dos Campeões. E Bruno de Carvalho quando percebeu que foi comido pelo Porto e pelas circunstâncias, perdeu o tino e deu no que deu.

2. Benfica abria uma nova fase na venda dos jogadores formados no clube. Primeiro foi com a fasquia 15 milhões. Depois passou a 30 milhões e logo a seguir começamos a vender por 40 e 45 milhões. E nisto, em toda minha vida, nunca tinha presenciado um clube e a própria instituição do Sporting falarem tão mal de um jovem jogador. A venda de Renato Sanches desequilibrou tanto o Bruno de Carvalho, como a derrota do Sporting na Madeira.

Resumidamente: o trabalho que Vieira tem vido a fazer no Benfica (com erros e mais acertos) criou um Benfica financeiramente melhor que os rivais. O auge deste Benfica rico coincidiu com a bancarrota tanto do Porto como do Sporting. E os dois sabiam e sabem que se não colocar travão ao Benfica, a hegemonia seria e será mais duradoura do que os vinte anos do Porto.
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De João Carvalho a 04.01.2020 às 16:55

Todas as estruturas do desporto são dominadas por pessoas sem simpatias benfiquistas.
Os nomes estão aí, as afirmações são contrariadas pelos factos e quando o SCP foi cúmplice dessa “guerra suja” à espera de migalhas que acabaram por o matar. Foi João Rocha que o afirmou.

Se o SCP é um clube sério, nunca utilizou o tráfico de influências nem a corrupção, algo que não é corroborado pelos factos, porque razão tem há anos um Conselho Consultivo de apoio à direcção, constituido por sócios do clube, não por "arraia miúda" mas por pessoas com importantes posições na sociedade, gente com poder dentro das suas esferas de influência? O tal poder que corrompe, conforme diz o texto. O Porto faz o mesmo.

O Benfica nunca teve lobbies nem grupos de pressão, algo muito habitual na política mas menos no desporto, cujo objectivo será obviamente dar vantagens em áreas com influência no desporto. De outro modo não fazia sentido a sua existência.

Ou será que querem que acreditemos que não passa de um grupo de gente alegre que se junta apenas para almoçaradas e jantares bem regados?

Eu tenho guardadas as cópias dos jornais onde estão reveladas as escutas e conversas de WhatsApp entre os arguidos acusados nos casos “Cashball” e “Operação Mão Sujas” (“Rede de Crime Organizada”, “Subornos Entregues em envelopes do clube”, “Cometi vários crimes pelo meu Sportinguismo”, etc), um caso gravíssimo de corrupção no andebol e no futebol ao nível do AD, com 7 arguidos que ainda corre na Justiça.
Casos que depois tentaram branquear, acusando o Benfica na Justiça e nos jornais dos mesmos crimes. Depois são os adeptos do Benfica que têm influência na Justiça.

Chamam "chico esperto" a Vieira, mas nunca ninguém definiu o significado do insulto nem apresentou provas. Ser mais esperto, mais inteligente, ter mais visão, ver mais longe, ser mais intuitivo, ter “mais jeito” para o negócio não é ser chico esperto. É ser mais competente.
É habito dos incompetentes, por inveja, impotência ou frustração, insultar por aquilo que não se possui ou não se consegue.

Os 10 Gb de informação sigilosa roubada ao Benfica, não contém uma única prova daquilo que o texto tenta provar.
Ou será que ter 50% das simpatias dos portugueses constitui crime, tráfico de influências ou corrupção?
Usar Paulo Gonçalves como prova de crimes pelos quais não foi julgado e, tenho a certeza, será absolvido, não lembra ao diabo e é profundamente desonesto.

LFV sempre revelou uma grande capacidade de trabalho, uma visão e uma intuição fora do vulgar para o negócio, como já provou na sua vida privada.

Para os conhecer, olhemos para as raízes do SCP, clube que foi criado entre as elites e as classes mais favorecidas da Grande Lisboa, que sempre se viram como uma raça superior em relação aos "vermelhos".

O artº 1 dos estatutos estabeleciam que apenas podiam pertencer-lhes, “indivíduos de boa sociedade e conduta irrepreensível”. Só gente de “alto gabarito”, portanto.
Com o dinheiro do avô rico, o clube não tardou a ter campo mas não tinha o principal, não tinha jogadores, nem equipa!!

O Campo Grande Sporting Clube (só mudou para o nome actual em 1920), andou mais de um ano sem jogar porque não tinha jogadores para formar uma equipa.
O que fez José de Alvalade? Aliciou/subornou 8 jogadores do SLB. Um caso bem documentado de egoismo, inveja, prepotência e desonestidade.

Em 1913, o Campo Grande furou um “acordo de cavalheiros” que existia com o SLB.
“Havia um acordo de carvalheiros de que nenhum clube aceitaria nas suas fileiras jogador que tenha sido castigado por indisciplna ou desrespeito aos seus dirigentes”.

No entanto, José Alvalade e Francisco Stromp decidiram furar o acordo de cavalheiros e desafiaram o melhor jogador do Benfica, Artur José Pereira para jogar no Sporting, oferecendo-lhe 36 escudos, a primeira vez que um jogador recebia ordenado em Portugal.
“Para além do dinheiro, ofereciam-lhe também a prioridade no uso da única banheira de água quente do estádio e privilégios semelhantes ao do capitão de equipa”.
Uma afronta que começou cedo, desde a fundação do clube.

Os sportinguistas precisam de fazer uma profunda reflexão sobre as suas origens e instrospecção sobre quem são.
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De Rui Gomes a 04.01.2020 às 17:12

Meu caro João Carvalho,

Apreciamos a sua participação neste espaço, mas deve abandonar o (mau) hábito de escrever extensos "livros" como comentários que, na realidade, desmotivam e praticamente imposibilitam resposta de outros leitores.

Aliás, certo ou errado, a minha ideia é que o caro tem um arquivo de textos pré-preparados para todas as ocasiões convenientes. Diria até cartilha, mas já é um termo excessivamente usado e abusado.

Por muito que tenta adornar todas as situações que apontam para o descrédito do SLB, há determinadas realidades que não podem ser rasuradas à conveniência.
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De Naçao Valente a 04.01.2020 às 18:28

João Carvalho,

Como já referiu o Rui Gomes é difícil responder a um texto que além de longo dispersa-se por uma infinidade de assuntos, chegando ao ponto de fazer juízos de valor sobre as origens do Sporting, como se fosse crime de lesa-pátria.

Compreendo a sua defesa do Benfica. É essa a função do adepto. O que não é correcto é fazê-lo recorrendo a eventuais ilegalidades no Sporting, como modo de comparação. Para mais tal comparação não faz nenhum sentido. São casos pontuais que não visavam nenhuma estratégia para dominar o futebol português que é o que está em causa. Nunca defenderei a honra do meu clube, com argumentos sobre crimes de outros.

Um dos significados do chico-espertismo é usar o oportunismo e por vezes a desonestidade para atingir objectivos. Não é propriamente uma virtude, nem é sinónimo de inteligência.

Por outro lado, não me admira essa defesa incondicional do seu clube, mesmo que pratique malfeitorias, porque isso faz parte da natureza do adepto, que enquanto tal na age de acordo com a razão.

Quanto ás imensas questões que levanta não as vou aqui abordar. Teria de escrever vários textos.
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De João Carvalho a 04.01.2020 às 19:17

Caros, eu limitei-me a contra argumentar opiniões que não são factuais, algumas que eu achei injuriosas por serem inverdades.
Compreendo que não queiram argumentar porque, "contra factos não há argumentos", lá diz o ditado.

O texto é realmente longo. Concentrem-se no último parágrafo.
Os sportinguistas precisam de se conhecer a si próprios.

Precisam de fazer uma reflexão sobre aquilo que aconteceu na origem do clube, como começou, aquilo que marcou o clube para sempre. É o chamado ADN do clube.
Precisam igualmente de fazer uma profunda introspecção sobre o que é o clube e naquilo em que ele se tornou.
Eu tenho a minha opinião mas naturalmente não irei dá-la.
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De arrebenta a 04.01.2020 às 21:09

"Em 1913, o Campo Grande furou um “acordo de cavalheiros” que existia com o SLB"

Em 1913 o Campo Grande não existia, como em 1904 o SLB também não existia. Deram-te uma cartilha que não conta a verdade dos factos. Recorres ao passado para te defenderes da realidade de agora que são os vouchers, e-emails e mala ciao, o que prova bem o emaranhado de ideias onde te meteste.

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De João Carvalho a 04.01.2020 às 21:40

A freguesia do Campo Grande existe desde meados do século XIX, pelo menos.
Cartilha e emaranhado de ideias!!
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De arrebenta a 04.01.2020 às 21:59

Deixa-te de habilidades parvas.Sabe-se muito bem a que Campo Grande te referes.
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De Jose Coelho a 04.01.2020 às 13:03

Com o Apito Dourado percebeu-se que o futebol em Portugal não se joga só no campo. Como o resultado foi nenhuma punição todos começaram a jogar também nesse tabuleiro, todos sem exceção. O corrompido quer é euros não lhe interessa a cor de quem lhe paga, quem tiver melhores finanças fica em vantagem
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De Naçao Valente a 04.01.2020 às 18:05

José Coelho,

Onde houver dinheiro há corrupção, onde houver dinheiro há poder.
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De António Vieira a 04.01.2020 às 14:29

Excelente post, muitas pessoas se sentem feridas quando se fala no sistema do futebol implantado em Portugal, pensando que sendo os que tem mais influencia lhes dá direito em mandar em tudo, custo muito ouvir as verdades. Eu prefiro ser pobre e honesto do que ser rico e corrupto...
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De Naçao Valente a 04.01.2020 às 17:50

António Vieira,
É claro que os adeptos benfiquistas que aqui comentam vão sempre defender a sua dama, usando os argumentos que fazem parte da sua cartilha. Aliás como os portistas em relação ao apito dourado. Muitos cidadãos exemplares enquanto tal, modificam-se enquanto adeptos de futebol. De forma consciente ou inconsciente aceitam a verdade clubística. .
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De ChakraIndigo a 04.01.2020 às 18:36

Caro Nação,

Tem razão nisto, são os chamados vieses comportamentais cognitivos, estudados em economia comportamental.

Em linguagem popular, chama-se "defender a sua dama"

Todos padecemos deste "mal", o que é natural e humano.
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De antonio a 04.01.2020 às 17:11

Generalizar costuma dar mau resultado e este texto reflete bem isso. Estamos a misturar alhos e bugalhos.

1. o apito dourado e o sistema atual (o qual associa ao Benfica) nao tem nada a ver um com o outro.
O apito dourado tinha (e tem, na sua versao 2.0) por objetivo condicionar a performance dos árbitros.
No sistema atual, até há alguns anos atrás, dois clubes competiram para ter influencia na performance dos adversarios. Alguns anos deu Benfica e noutros deu Porto.
Se for olhar para os planteis desses clubes nos anos em que venceram, parece-me obvio que a qualidade do respetivo plantel foi o que determinou a diferenca.

2. Paulo Goncalves
Podemos falar num sistema atual que procura condicionar a performance dos adversários, mas isto nada tem a ver com PG e a sua sede de informacao em segredo (ou degredo) de justica. PG nao influenciou os resultados dentro de campo, por isso vou excluir este tema.
PG terá eventualmente procurado informacoes que condicionavam o Porto na opiniao publica.

3. o Sporting está fora da guerra suja
Agora está fora porque perdeu o comboio, mas nao tem sido sempre assim nos ultimos 20 anos.
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De Naçao Valente a 04.01.2020 às 18:01

António,

Não vejo nenhuma generalização no sentido em que a interpreta. O apito dourado teve a sua especificidade no contexto em que se desenvolveu. O poder do Benfica no momento actual é consequência de um processo diferente mas com o mesmo objectivo: dominar.

Diria que o Benfica é quase intocável. A sua rede de influência está disseminada por órgãos de soberania. O que se vai vendo creio que é a ponta do iceberg.

Ainda bem que reconhece que o Sporting nunca esteve na guerra suja, e espero que não venha a estar. Vejo como um elogio.
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De Indiana Julio a 04.01.2020 às 18:59

O Benfica e o Porto com a conivência da Federação Portuguesa de Futebol têm uma imensa divida para com o Sporting que jamais será paga.
A falsa moralidade apregoada por lampiões e tripeiros durante os últimos 35 anos (uns mais polidos, outros mais toscos) é como uma religião imposta por fanáticos numa missâo de chico espertices que pretendem fazer dos outros tolinhos.
Basta ler aqui o que escrevem alguns deles.


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De Naçao Valente a 04.01.2020 às 19:46

Tem razão, caro Indiana Júlio, basta ler as opiniões aqui expressas pela "nação benfiquista" para perceber com reagem os seus adeptos, em relação aos esquemas que os seus clubes engendram ou engendraram. Com excepção de algumas opiniões, estão em total negação no que diz respeito a qualquer ilícito.
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De Velho Do Restelo a 23.05.2020 às 19:15

Boa tarde srs e sras.
Permitam-me escrever um "textao", e peço desculpa pelo mesmo.
O apito dourado (e o facto de ninguém ter sido responsabilizado pelo mesmo), é o responsável pelo ambiente que se vive hoje no nosso futebol:
- Como se pode condenar, hoje, qualquer dirigente desportivo de um clube "grande" quando o Porto nada sofreu?
- Depois de tamanha rede de tráfico de influências ter sido desmantelada, quem pode confiar no nosso futebol?
- Parece que ou se corrompe para vencer, ou outro clube o fará e colherá os "frutos do seu empreendimento", já que há total impunidade.

Sou simpatizante (não adepto) do Benfica. Meu avô era Benfiquista, minha mãe também, meu pai não ligava a bola mas a família do lado dele é Sportinguista.
Em criança, convivi várias vezes com jogadores do Benfica, Sporting e Académica de Coimbra, craques da década de 80.

A nossa sociedade é, infelizmente, altamente corrupta, logo seria ingénuo da minha parte pensar que os dirigentes do Benfica são todos Santos e honestos. Não o são, certamente. Mas nem os dos rivais o são. Fazem parte da mesma sociedade que vive em torno do "favorecimento", do "Chico espertismo", do "uma mão lava a outra".
Agora dizer que o Benfica domina o sistema, considero um tanto ou quanto exagerado. Acima de tudo, quer Benfica, Porto ou Sporting, são muito maiores que os seus dirigentes. No dia em que os mesmos se forem, os clubes continuarão.
Em resumo, se tivessem usado o apito dourado como exemplo de uma justiça que funciona (como aconteceu por exemplo em Itália), hoje tínhamos um futebol mais limpo, mais digno, mais transparente. Perderam uma excelente oportunidade.
Que se limpe o podre do futebol. Gosto que o Benfica ganhe sem que pairem dúvidas sobre o seu mérito.

Cumprimentos

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