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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Neste momento, tanto Frederico Varandas como o empresário de Viktor Gyökeres estão empenhados em alimentar uma novela em praça pública mas cujas mensagens são mais para consumo interno do que para qualquer outra coisa qualquer: um fala para os sócios que o elegeram, o outro para um jogador que já não quer cá estar.
É tudo teatro.
O avançado sueco vai para o Arsenal!
E o pior? Nenhum quer ficar com a culpa por um desfecho em que tenha de ceder. Fingem que são eles a escrever o guião quando, na verdade, perderam o controlo da narrativa.
Tratar Gyökeres como se fosse um jogador sul-americano ou até português — jogadores moldados desde tenra idade a delegarem a 100% as suas vontades e planos de carreira nas mãos dos empresários — revela no mínimo... falta de mundo negocial.
O sueco decidiu há muito o seu destino, com base em promessas que lhe foram feitas. E por mais que agora batam no peito e ameacem com cláusulas de rescisão, a verdade é que existe um acordo verbal e uma cláusula alternativa que o Sporting deveria reconhecer.
Do lado do jogador, também não há inocência. Aparentemente afastado do processo, mas com os seus recados bem colocados. Quer sair, e quer sair já! E até parece não se importar, com clube que o valorizou, nem que este fique como o vilão da história.
Esta guerra serve para ninguém perder a face. Só que o dano reputacional, esse, já começa a cristalizar. E o Sporting — que fez uma época irrepreensível — arrisca agora manchar a sua prestação no mercado de verão por insistir num braço de ferro que já perdeu.
No futebol profissional, jogadores contrariados são um veneno. Mas presidentes de clubes em negação, são um perigo.
Artigo da autoria de Nuno Félix, scout internacional, em Record
NOTA
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