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Um homicídio, qualquer homicídio, é um caso de polícia. O de Marco Ficini não será diferente. Há um homicida, há cúmplices, há instigadores e há fugitivos, incluindo os alegados comparsas da vítima, que, entre outras coisas, são culpados de não lhe prestar auxílio, naquela que é uma repugnante demonstração de cobardia.

 

Marco Ficini cometeu o erro de se imaginar entre amigos e morreu sozinho, longe de casa, numa rua de Lisboa, vítima de uma guerra que até pode ter comprado, mas que não era dele. Também por isso, mas sobretudo porque um país decente não pode tolerar assassinos e muito menos corpos abandonados pelas ruas, é importante que todos os responsáveis directos sejam rapidamente identificados, detidos e levados à justiça.

 

Em simultâneo, é fundamental assumir que é mesmo de uma guerra que se trata e que há mais culpados pela tragédia da madrugada de sábado na Avenida Machado Santos. A começar pelos dirigentes dos clubes, que usam a virtude dos comunicados públicos de repúdio para esconder os vícios das provocações subliminares e dos apoios mais ou menos encapotados a claques e grupos de adeptos para quem a provocação, a intimidação e a violência são uma forma de vida. Mas também do poder político, que se limita a assobiar para o lado, muito mais preocupado em não beliscar clientelas ou arriscar a antipatia de grupos com peso eleitoral do que em assumir medidas claras de controlo e prevenção da violência.

 

E depois de todos nós, adeptos, comentadores e jornalistas, que contribuímos com a nossa quota-parte de irresponsabilidade e indiferença para o clima que proporcionou o homicídio de Marco Ficini. Fomos todos, dirigentes, governantes, adeptos, comentadores e jornalistas, ignorando os sinais de alarme e adiando a solução do problema, convencidos de que podíamos esconder-nos atrás do reconfortante "um dia destes ainda morre alguém". Pois bem, esse dia foi ontem.

 

 

Artigo da autoria de Jorge Maia, jornal O Jogo

 

publicado às 11:30

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16 comentários

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De Anónimo Benfiquista a 24.04.2017 às 19:02

Hoje li um artigo no jornal que, no meio de outras coisas, dizia isto que segundo o artigo era dito por um elemento da Juve Leo, passo a citar:

'Código Ultra’, um conjunto de regras seguidos por aqueles que vivem o mundo do futebol de uma forma mais expansiva, recusando-se a ser “meros espetadores passivos”. “Segundo este código, nós podemos matar mas só com as mãos, pernas ou braços, usando a força.

Fim de citação.

Ignorem a parte de que, supostamente, teria sido referido por um elemento de Juve Leo! Poderia ser por um dos No Name Boys, Super Dragões, o que seja.

Confesso que penso que mais valia não ter lido, tal o impacto que isto teve! Isto não pode ser verdade! A ser, a coisa ainda é mais bárbara do que alguma vez poderia imaginar (já há muitos anos que, a propósito do holliganismo, houve uns quantos programas de informação que falavam sobre este fenómeno onde já se divulgava que as batalhas campais eram combinadas entre as claques. Pelos vistos, as "nossas" claques gostaram de se "modernizar").

Combinar para andarem "só" à porrada já é suficientemente mau e, per si, algo de inqualificável e criminoso, agora dizer que há um código que "permite" matar? Brincamos? As autoridades andam a "brincar" com isto? Os clubes (todos!) andam a brincar com isto?

A única coisa positiva nas claques é poderem dar um pouco mais de cor e ambiente aos espetáculos de futebol. Mas, à parte também de alguns vergonhosos excessos - e mais uma vez há telhados de vidro em quase todos - acaba aí a sua função de claque e passam a ser uma cambada de criminosos (deverá, imagino eu, haver exceções) e como tal deverão ser considerados e punidos. A pequena vantagem é completamente submersa pela faceta criminosa que está cada vez mais visível. Puna-se exemplarmente quem prevarica, haja medidas para desmantelar de forma cabal este fenómeno criminoso das "claques" (oficiais ou não).

Terá sido preciso mais uma morte para tratar disto de forma séria e frontal ou ainda não chega?

Vergonhosa atitude dos presidentes do Benfica e Sporting em redor do jogo de sábado (nem sequer vou dirimir percentagens de razão ou de falta dela para cada um deles, seria de fraco gosto) e até do presidente do FCP que, pelos vistos, também, quer ficar na fotografia dos idiotas!

Está claro de se ver que este ambiente que se vive à volta do futebol tem vindo em crescendo, notando-se uma violência verbal e física para além de qualquer racionalidade e mínimo de moralidade civilizacional! Já havia, há muito, quem comparava o fenómeno "desportivo" de competição (nomeadamente, no futebol) com o circo romano. Infelizmente, este paralelismo é cada vez mais justificado e verídico.

Estes comportamentos e acontecimentos envergonham-me, quer como adepto (do Benfica) quer como cidadão português.

Cumprimentos.
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De Carlos N.T. a 24.04.2017 às 20:17


Viva o Futebol

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