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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O Ministério Público está a investigar eventuais ilícitos na transferência do japonês Junya Tanaka para o Sporting. A denúncia partiu do ex-vice-presidente Paulo Pereira Cristóvão, alegando um eventual desvio de dinheiro para o presidente Bruno de Carvalho, através de um intermediário.
Foi o próprio presidente do Sporting que revelou a existência da denúncia. Bruno de Cravalho nega ainda a situação apresentada e reitera que a chegada do jogador se fez pela quantia total de 750 mil euros. Lamentou ainda a atitude de Paulo Pereira Cristóvão e garantiu que o departamento jurídico da Sporting SAD vai apresentar queixa contra o ex-dirigente leonino.
A denúncia foi apresentada na PGR a 7 de julho por Pereira Cristóvão e alega que João Carlos Pinheiro, empresário de jogadores que esteve registado na Guiné-Bissau, e que se intitulou representante de Bruno de Carvalho nas negociações, pediu a verba ao agente Paulo Emanuel Mendes para a entregar ao presidente do Sporting, depois de o dinheiro passar por uma sociedade em Cabo Verde. A denúncia refere que aquele "esquema" já teria sido utilizado noutras oportunidades e que Bruno de Carvalho era sócio da referida empresa cabo-verdiana. Além de Paulo Emanuel Mendes e João Carlos Pinheiro, terão participado nas negociações Paulo Pereira Cristóvão e o treinador Carlos Azenha, que depois se afastaram do negócio, indica a documentação na PGR.
Bruno de Carvalho garante que não tem qualquer empresa, "ou parte de empresa ou participação em empresa em nenhuma parte do mundo" e que, a propósito da transferência de Tanaka, "nunca o agente João Pinheiro ou a sua empresa tiveram qualquer envolvimento na transferência do jogador para o Sporting Clube de Portugal. Os envolvidos foram a empresa Bisc do agente espanhol John Baez que detinha os direitos económicos do atleta, e uma figura estranha de nome Paulo Emanuel Mendes (que mais tarde vieram dizer-me ter ligações a Paulo Pereira Cristóvão) que em boa hora acabou por não ter qualquer papel no negócio, e o Kashiwa Reysol, clube japonês em que Tanaka estava inscrito e por isso detinha os direitos federativos".
O presidente do Sporting acrescenta ainda que "o agente fez-nos saber que o preço era 750 mil euros. É bom saber que estávamos numa época em que o TPO ainda era permitido. Assim sendo, o negócio fez-se pelos 750 mil euros, sendo que 500 mil foram para a Bisc pelos direitos económicos e 250 mil para o Reysol para pagar os direitos federativos. Ou seja, não houve nenhuma alteração como se pretende fazer crer na queixa".
Comunicado de Paulo Pereira Cristóvão em resposta a Bruno de Carvalho:
«Gorada que foi a tentativa de se proceder a uma auditoria de gestão ao mandato da actual Direccão do SCP e tendo assim ocorrido pelos entraves colocados não só por aqueles que seriam auditados mas também por acção do Conselho Fiscal da SAD, outra alternativa não restou que não fosse seguir o conselho que bruno miguel azevedo deixou em 14/04/2017: “metam os processos que quiserem, todos podem meter os processos, dar as mãos e dançar o Kumbaya”. Pese embora não tenha dado as mãos a ninguém e muito menos dançado o Kumbaya, em meu nome e não de forma anónima, há cerca de 4 meses atrás, coadjuvado por uma equipa de advogados, levei ao conhecimento da PGR, sob a forma de exposição, um conjunto de elementos que estavam na minha posse, alguns dos quais testemunhados presencialmente por mim e por terceiros. Relembra-se que a PGR detém, em exclusividade, o exercício da ação penal no nosso país. Foi a Procuradoria que decidiu converter essa exposição em processo-crime e delegar na PJ a sua investigação.
No seu comunicado desesperado de final de noite, estranhei que o ex-presidente azevedo não demonstrasse a sua indignação pelo facto de alguém, que aos anos intermedia vendas e aquisições de jogadores no SCP, assuma em diversas conversas perante mim e terceiros, que parte das suas comissões seriam para entregar a si, o ex-presidente azevedo, chegando ao ponto de pormenorizar a forma de circulação de dinheiro e por onde. Isso sim teria que ser alvo da sua indignação, não o mensageiro.
Se assim depois ocorreu ou não, não sei, mas não poderia deixar de levar estes factos ao conhecimento de quem de direito, e a partir daí que emergisse a verdade, fosse ela qual fosse.
A este propósito li hoje as reações dos restantes intervenientes, as quais andavam entre a “surpresa”, “o não estive lá” e o “só me pediram aconselhamento técnico”. Relembro aos intervenientes, todos, para além da prova testemunhal, a documentação existente e os suportes digitais áudio que sustentam o exposto e que já são do conhecimento do Ministério Público.
Quando vejo que o ex-presidente azevedo afirma peremptoriamente que João Pinheiro não teve qualquer interferência no negócio Tanaka, sou legitimamente levado a querer que este assunto está no local certo que é o foro criminal.
Esqueceu de explicar aos sócios como é que funciona o seu programa de incentivo ao empreendedorismo que faz com que empresas nacionais que fazem actualmente intermediacões de jogadores de e para o Sporting, se tratavam de empresas que, antes do SCP e do mandado do ex-presidente azevedo, tinham como objecto o comércio de carnes, artigos de electricidade e produção de eventos, por exemplo.
Esqueceu de explicar sócios também como é que após pessoalmente negociar jogadores e acertar condições de venda ou aquisição dos mesmos, indica a empresa do senhor João Pinheiro ou a empresa do senhor Costa Aguiar, como “intermediários”. Vidé casos do jogador Bruno César e na tentativa de transferência do jogador Ruben Semedo.
Intermediários do quê? De negócios já acordados entre as partes?».
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