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Manuel Sérgio tem 83 anos e é licenciado em Filosofia pela Universidade de Lisboa, doutorado e professor catedrático convidado (jubilado) da Faculdade de Motricidade Humana.

 

Apresentamos um excerto de uma entrevista sua ao jornal Expresso, conduzida pela jornalista Mariana Cabral, em que adianta um bom número de considerações sobre treinadores de futebol portugueses. Para o efeito deste post, por razões óbvias, damos destaque ao que é relevante a Jorge Jesus, com quem Manuel Sérgio já trabalhou.

 

manuel_sergio12.jpg

 

Já foi a Alvalade ver o Jesus?


Já, claro. E já fui à Luz e ao Dragão. O Jesus é muito meu amigo. Ele tem lá a sua maneira de ver o futebol.

 

Mas essa maneira de ver o futebol não é contrária à sua?


É.

 

Então como é que trabalharam juntos no Benfica?


Entendiamo-nos. Vamos lá ver, o Jorge Jesus é muito boa pessoa, é um bom tipo. Só posso dizer bem dele. É como o Pedroto, era um tipo que gramava à brava ouvir-me. É muito giro isto. Você sabe que sou um tipo pobre, não tenho casas ricas para lhes dizer "venha aqui ter comigo". Eles vêm para conversar. São indivíduos curiosos, porque ouvem um falar diferente e querem saber mais: "O que é que este gajo terá para dizer?" O Pedroto era um grande treinador de futebol. Muito curioso.

 

Como é que o conheceu?


Eu era amigo de um médico chamado Aníbal Costa, que foi durante muitos anos o presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Desportiva. Um dia ele pediu-me para ajudar o filho. "Veja bem que o meu rapaz quer ir para medicina, eh pá, mas está com 11 em filosofia. Você tem de segurá-lo e tal". E então comecei a dar-lhe umas explicações. No 2ª período passou para 15 e no 3º teve 17. Fiquei bem visto [risos]. É engraçado, eu sou um tipo com sorte. Tenho gente de cultura que gosta de falar comigo. E agora vai haver o colóquio onde gente do melhor da nossa cultura vai falar. E eu não pedi a ninguém. Eu nem quero dizer o que eles me dizem, tenho vergonha, se não as pessoas dizem que sou um vaidoso.

 

Um pianista para ser melhor pianista não corre à volta do piano. Senta-se e toca piano.


Precisamente. Se anda ali às voltas um gajo nunca mais lá vai. Falava nisso nas aulas.

 

O Mourinho depois citou-o nisso, correcto?


Pois, creio que sim. Mas um tipo com a minha idade, às vezes... Como um sou um furioso na leitura, leio muito e estudo muito, é uma mania, então às vezes há coisas que julgo que são minhas e depois não são, ou vice-versa. Mas não é por mal. Bom, mas essa do piano julgo que é minha. Houve coisas que eu disse pela primeira vez em língua portuguesa, tenho a certeza. Sobre o cartesianismo e a educação física. Alguém no futebol sabia quem era o Descartes? Não jogava no Benfica, o gajo. [risos] Ligar uma coisa à outra... Ir a estas coisas através da filosofia... Porque eu gosto da filosofia, não falo por obrigação.

 

Mas percebe que relacionar filosofia e futebol não é comum.


Não bate certo. Mas de facto uni essas duas áreas. Não devia dizer isto, mas até acho que disse coisas que fui o primeiro na Europa a dizê-las. Não há educação do físico mas de pessoas no movimento intencional da transcendência, a criação de um paradigma novo nesta área. Até parece mal estar a atirar isto para o ar. "Olha, lá está o velho, é um vaidoso do caraças". Mas quando se fala nas coisas não é o divino Espírito Santo que as põe cá, há sempre um trabalho feito. Bom, foi assim que conheci o Pedroto e ele então convidou-me para ir conversar com ele.

 

E foi.


Fui, fui ter com eles a um estágio. Não dormia lá, mas ia lá ter com ele quando podia. Ele punha a malta toda nos quartos e depois descia para conversarmos. O senhor Pedroto é um homem que eu nunca esquecerei. Há três treinadores assim: José Maria Pedroto, José Mourinho e Jorge Jesus. E o Jesus quis trabalhar comigo, o que é uma coisa que parece contraditória.

 

Exacto.


Acho que ele tem por mim um carinho especial, mas eu tinha a sensação que as coisas entravam a 100 e saíam a 200. Repare, para ser treinador de futebol são precisas qualidades várias. O Jesus tem muitas delas. Dá uns treinos que é um espectáculo. O jogador... Os treinadores não fazem o jogador, o jogador nasce. O treinador só tem de arranjar espaços para ele desenvolver o que tem. Se não eram Eusébios todos os dias, não era? E Messis e afins. Ainda no outro dia li uma entrevista do Messi... O Ronaldo vai muito ao ginásio e perguntaram ao Messi se ele o fazia, e ele disse que joga à bola tal como jogava em 'chiquito', em garoto, que aquilo é dele, não é de um treinador. É por isso que é necessário um diálogo permanente com o treinador. Não é o treinador dizer "eu mando e tal". Tem de se dirigir, comandar nunca. É o que digo: a grande revolução a fazer no desporto é cultural.

 

Como costuma dizer, não há remates, há jogadores que rematam. É isso?


Eu digo assim: não há remates, há pessoas que rematam; não há fintas, há pessoas que fintam. Se não conhecer as pessoas, não percebo as fintas. Isto é uma revolução, pá. Depois não sou convidado para nada, porque não vendo. O que é preciso é os gajos "ah você é isto, você é aquilo" e é uma vergonha, passa-se duas horas nisto. Algo está podre no reino da Dinamarca. É que aquilo nem futebol é. Mas dá dinheiro. É o nosso tempo e isso reflecte-se no futebol. Costumo dizer também: o desporto reproduz e multiplica as taras da sociedade capitalista. A mania do rendimento, do recorde, da medida, da alta competição... Isto é tudo típico da economia capitalista. Portanto isto tudo para dizer que foi assim que conheci o Pedroto.

 

E o Mourinho?


O Mourinho de vez em quando dialoga comigo, ainda hoje. No outro dia mandei-lhe um email e ele respondeu-me: "Professor, belo texto para ler e aprender". O José Mourinho é, intelectualmente, um superdotado. Ele não sabe mais de futebol do que os outros, é é mais inteligente. O que distingue o Mourinho não é o futebol, são as capacidades intelectuais que o tipo tem, que são anormais, pode crer. Oiça, o que distingue um treinador não é saber mais de futebol. O que é que é saber mais futebol?

 

Saber mais do jogo e de como transmiti-lo aos jogadores...


Ó minha querida, todos sabem praticamente o mesmo. O que distingue, depois, é o homem. Também costumo dizer: é o homem que se é, que triunfa no treinador que se pode ser. A diferença está aí, não está na tática.

 

O sucesso do Rui Vitória no Benfica explica-se por aí?


Claro, vamos lá ver... Hoje em dia um homem só não vale nada, tem de haver uma organização. O Benfica está tecnologicamente tão bem preparado como qualquer equipa europeia. Mas os homens é que comandam a tecnologia. O Rui Vitória foi meu aluno e posso dizer-lhe que foi um bom aluno. Sabe, eu dizia ao Jesus aquela frase do Marx...

 

"A prática é o critério da verdade".


Isso. Está a ver agora, por exemplo, o Leonardo Jardim? Não o conheço, mas está a provar... Eu até tenho de pedir desculpa aos treinadores que não conheço, mas de facto não falo dos outros porque não os conheço, não é? Olhe, há um treinador no Sacavanense, chamado Tuck, que no dia em que tiver a sorte de lhe abrirem uma porta vai ser outro Jorge Jesus.

 

Porquê?


Acho que vai ser. Falo muito com ele e com o adjunto dele. A equipa dele é só amadores e vai nos primeiros lugares, quando os outros são profissionais. O tipo tem ali qualquer coisa que bate certo. E tem um adjunto chamado Bruno Dias, que é um tipo sensacional. Repito: sou um tipo com muita sorte. Repare, sou professor no INEF quando o Jesualdo Ferreira, o Arselino Mirandela da Costa, o Carlos Queiroz, o Nelo Vingada começam a pensar numa frase que o senhor Pedroto dizia muitas vezes: "Faltam 30 metros ao futebol português". É aí que começa a nascer o novo treinador de futebol, com a entrada em cena dos indivíduos licenciados.

 

Os sucessos do treinador português.


Vamos lá ver, os êxitos dos nossos treinadores são humanos. Não é porque sabem mais ciência do que os outros. É porque são mais simpáticos, mais compreensivos... porque o futebol, "toma lá a bola", e quem tem jeito desenvolve o que tem, com um bom líder, alguém com boa leitura de jogo. Trabalhei um ano no departamento de futebol do Benfica e estou eternamente grato ao Jorge Jesus porque permitiu que eu visse o futebol por dentro.

 

Ele normalmente não deixa que assistam aos treinos.


Pois é, mas a mim deixou. Um ano inteiro ali. E um malandro como eu, que não deixo escapar nada. Sou aqueles atentos que parece que andam sempre distraídos. Falava com os jogadores, falava com este, com aquele, ia aos serviços todos...

 

Os jogadores dizem que o Jesus é muito picuinhas nos treinos.


Vou-lhe dizer as grandes qualidades do Jesus: é um indivíduo precioso, vai ao pormenor, tem uma leitura de jogo excecional, olha e vê. O tipo tem coisas... está de costas e diz que a bola vai para fora por causa do som que fez e outras coisas assim. O Jesus tem coisas de treinador excepcional. Agora, há outras coisas a fazer. Há sempre que estudar mais. Não compreendo o treinador de futuro sem estudo.

 

Estudar o quê?


Ah, aí é que está [risos]. É o grande mal. O que tem de estudar é só isto: é o que é específico das ciências humanas, porque o desporto é uma ciência humana. Temos de saber os nossos limites, não é? Até onde podemos ir. Quando não podemos ir, aprendemos, se aquilo nos interessa. Mas tudo é tempo. Tudo envelhece rapidamente. Mas quando eu digo estas coisas na década de 60 e 70, julgo que era tudo novo.

 

Comparando os treinos de então com os de agora, já vê uma grande diferença, não?


Sem dúvida. Mas aqueles treinos de carregar com o colega às costas pelas escadas já eu dizia naquela altura que estavam mal, era apenas um treino físico que nada tinha a ver com a tática. Há que ter uma visão sistémica do treino. Isso dizia eu nos anos 60 e 70. E está tudo escrito. Gerei anticorpos porque fui contra os grandes ícones do treino e da educação física. A fisiologia não, o objeto de estudo é o ser humano. Cada ciência humana estuda o ser humano, cada qual à sua maneira. A história estuda o passado, é o conhecimento sistemático do passado do ser humano; a psicologia estuda o comportamento do indíviduo em relação ao ambiente; a antropologia é o ser humano como ser cultural... E nós estudamos o ser humano no movimento intencional da transcendência. A fisiologia está lá, mas é superada. Como aquela expressão do Hegel, a verdade é o todo. Se eu não conheço o todo, não chego à verdade. Ora o todo, no treino, é o ser humano. Por isso não digo periodização tática, digo periodização antropológica e tática, porque ao mesmo tempo que preparo a tática, tenho de preparar o homem que faz a tática.

 

Costuma dizer que "só sabe de futebol quem sabe mais do que futebol".


Perfeitamente. Se não há jogos, há pessoas que jogam, saber de desporto não chega para estar no desporto. Isto é tão fácil. Mas para chegar aqui foi preciso estudar, foi preciso marrar. Não há jogos, há pessoas que jogam. E a partir daqui é que se vê o resto. Não posso passar a vida na tática se desconheço o resto. Muitas vezes, nas aulas, eu entrava com um livro do Torga, ou do Régio, ou do Jorge de Sena, ou do Rodrigues Miguéis, e dizia aos alunos que para perceber de desporto era preciso ler aqueles escritores.

 

E eles?


Hoje já me levam a sério, com o passar dos anos. Sei que fui um desestabilizador, mas um filósofo que não desestabiliza não é filósofo.

 

Continua a estudar?


Leio muito e dialogo ainda mais. Preciso muito do diálogo com os jogadores e com os treinadores desportivos. Saber é um trabalho de pura interdisciplinaridade entre a prática e a teoria. Convivi com grandes treinadores e aprendi com eles. O José Maria Pedroto, o Fernando Vaz - este gajo era um retórico, com uma cultura literária invulgar -, o Mário Wilson, o Artur Jorge, o José Mourinho e o Jorge Jesus. A todos devo o conceito que hoje tenho de futebol. E a questão não está na tática, está na forma como eu, como líder, sei estar em todas as situações necessárias num departamento de futebol.

 

Mas nós dizemos que o Jesus é o mestre da tática.


E fazem bem. O Jesus é o mestre da tática. O problema é que o futebol não é só tática. Vou-lhe contar uma conversa que tive uma vez com o Saviola, quando fomos almoçar fora ali numa tasquinha no Seixal, à beirinha da água. Perguntei ao Saviola pelos anos que tinha passado no Barcelona e quais os treinadores que tinha tido. Creio que me disse o Carles Rexach, o Rijkaard e o Van Gaal. Então perguntei-lhe dos três, qual lhe tinha parecido ser o melhor treinador. Resposta do Saviola, que não me respondeu, mas respondeu na mesma: "Eles de futebol sabiam todos, o melhor treinador é sempre o melhor nas relações humanas". Está a ver? Por isso é que eu digo, leiam os grandes escritores. Porque há esta mania, primeiro ano fisiologia, segundo ano treino... e anda-se a bater sempre no mesmo. Mas é à medida que compreendo melhor a vida que compreendo melhor o desporto. Como dizia Ortega Y Gasset, eu sou eu e a minha cirscunstância. Portanto quando me analisam não posso ser só eu. É a minha família, a minha cultura, a minha ideologia, a visão que tenho... há tanta coisa para ver.

 

Os jogadores também vão falar consigo?


Jogadores nem tanto. É mais treinadores. Com o José Augusto, António Simões... Eles fizeram parte da melhor equipa de futebol que conheci. Vejo futebol desde a década de 30, desde miúdo. As Salésias eram o único campo relvado do país e os jogos internacionais eram lá todos, e eu estava sempre lá. Ainda assisti à primeira final da Taça de Portugal que a Académica ganhou 4-3 ao Benfica. Estava lá a ver, com o meu pai, claro. Mas a maior equipa de futebol portuguesa de todos os tempos foi aquela equipa do Benfica. Nunca houve melhor. Eram os melhores da Europa. O Real Madrid estava a descer, mesmo com o Di Stéfano e o Puskás, e o Benfica tinha o José Augusto, o Simões, o Coluna... tudo aquilo era de luxo. Nós, lisboetas, íamos ver o Benfica como quem ia à ópera. "Eh pá, hoje joga o Benfica!" Já sabíamos que era espectáculo garantido. Grandes jogadores. Está por fazer-se uma homenagem àquela equipa. Não era só o Eusébio. O Eusébio secou o resto [risos]. Havia um central que foi o central com mais classe que já vi, o Germano. Tudo era bom. Uma equipa que vai três anos consecutivos à final da Taça dos Campeões Europeus... nunca aconteceu em Portugal. E dificilmente acontecerá.

 

Hoje em dia há alguma equipa que goste mais de ver?


Gosto de ver o Barcelona, de vez em quando. Viu o Barcelona-PSG? Qual era a tática? É capaz de me dizer? Ganhou a equipa que tinha génios. E nesse dia houve génio de alguém que dentro de dois ou três anos vai ser o melhor do mundo, o Neymar. Mostrou tudo o que tinha.

 

O que é para si um bom treinador?


É, em primeiro lugar, um gestor de conhecimento. Tem de se dizer isto, porque nós vivemos na sociedade do conhecimento. Uma pessoa que saiba organizar e organizar-se. Se sabe que vai treinar pessoas e não objetos, deve organizar-se mais para dirigir do que para comandar. Quem dirige põe os outros a pensar com ele, quem comanda normalmente não ouve os outros e quem ouve os outros aprende muito com eles. O treinador é especialista em humanidade.

 

E em futebol?


Se os jogadores não o aceitam como homem, de nada vale saber muito de futebol.

 

publicado às 13:40

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24 comentários

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De Leão Zargo a 20.03.2017 às 15:38

A entrevista ao professor Manuel Sérgio é muito interessante. Excelente post!

Na verdade, o conceito de motricidade humana desenvolvido por Manuel Sérgio constituiu uma revolução científica no conhecimento da Educação Física e do Desporto. Este conceito revolucionou a forma de encarar os atletas e o treino.
Por alguma razão, Pedroto chamou-lhe profeta e Mourinho considera-o como o seu guru.

É verdade que todos os grandes treinadores sabem muito (imenso!) de futebol. Mas, depois, há outros parâmetros que fazem toda a diferença. Manuel Sérgio tem razão!



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De Rui Gomes a 20.03.2017 às 18:31

Caro Leão Zargo,~

Podemos porventura discordar com alguma coisas, mas, em geral, achei as suas considerações muito interessantes e merecedoras de reflexão.
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De Sérgio Palhas a 20.03.2017 às 17:37

Excelente post, parabéns!

SL,
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De Altino Torres a 20.03.2017 às 17:47

Com o devido respeito, isto não pasaa de uma salgalhada. Palha. Feno de um homem que baralha tudo, baralha conversas e encontros com gente do futebol. Enfim, treta.
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De Rui Gomes a 20.03.2017 às 18:29

Espectacular, esta sua crítica.

Gostaria de o ver demonstrar toda a sua sapiência e explanar, ponto por ponto, toda esta alegada "salgalhada", "palha" e "treta". Isto, se não for exigir de mais ao seu cérebro. Não queremos que isso aconteça.
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De Altino Torres a 20.03.2017 às 21:05

Amigo, tenho a minha opinião e manifestei-a siplesmente. No entanto, dispenso os seus ataques a essa opinião. saiba encaixar opiniões diferentes das suas ou, pelo menos respeita-las. Saudaçõs desportivas.
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De Rui Gomes a 20.03.2017 às 21:10

O caro não deu opinião alguma, limitou-se a dar uma boca avulsa sem nexo.

Podemos simpatizar ou não com a pessoa, podemos concordar ou discordar com as suas considerações, mas creio que merece o respeito de ser criticado construtivamente.

Continuamos à espera da sua explicação, mas creio que nem sentado valerá a pena esperar.
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De PSousa a 20.03.2017 às 21:19

Uma bela entrevista e um bom post, posso não concordar com tudo mas é na ultima parte que revejo um bom treinador.

"Se sabe que vai treinar pessoas e não objetos, deve organizar-se mais para dirigir do que para comandar. Quem dirige põe os outros a pensar com ele, quem comanda normalmente não ouve os outros e quem ouve os outros aprende muito com eles."
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De Rui Gomes a 20.03.2017 às 22:20

Isto até se aplica em qualquer aspecto da vida. Quem sabe ouvir aprende muito mais.
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De Carlos N.T. a 20.03.2017 às 21:23

Humm!!..
Há aqui coisas interessantes e outras, um pouco meias estranhas!!

""...Os treinadores não fazem o jogador, o jogador nasce."" --- Desculpe, o jogador nao nasce, o atleta sim.
Pode-se ter muito de tudo e nao sendo atleta nao vai longe!! Se o atleta nasce e especialmente cresce num determinado país, isso influencia a sua aprendizagem. Por isso o brasileiro joga de uma forma e o alemao de outra, mas ambos com sucesso. O entorno influencia a condicao de ser jogador. Por isso o norte-americano joga beisebol ou basquetebol, o paquistanes crickete, etc... Este atleta(crianca) vai observando diversos comportamentos e vai experimentando, até que absorve o que mais se adequa à sua componente atlética.(Sistema central nervoso, musculos e esqueleto)
Nao nasce jogador, forma-se !! Sim, o atleta, nasce.
E termina ele dizendo: ""O treinador só tem de arranjar espaços para ele desenvolver o que tem""-- Afinal, o jogador nescessita da ajuda externa. E o exemplo do Messi serve às mil maravilhas.. Ele nao batia bem as faltas até o Maradona chegar. Ele nao batia os penalties, etc.. Isso ele aprendeu, nao nasceu com ele.
Mas como ele é um atleta com uma coordinacao superior, foi-lhe mais fácil aprender e executar.
O mesmo serve para o C.Ronaldo. De extremo(ala) a goleador!!


A resposta do Saviola sim, é uma verdade incontornável..
"Eles de futebol sabiam todos, o melhor treinador é sempre o melhor nas relações humanas".
E depois o titulo do "Post"
"""Jesus é o mestre da táctica. O problema é que o futebol não é só táctica""
E ainda esta ..
""Se os jogadores não o aceitam como homem, de nada vale saber muito de futebol.""

Diretamente ao JJ ..
"""Vou-lhe dizer as grandes qualidades do Jesus: é um indivíduo precioso, vai ao pormenor, tem uma leitura de jogo excecional, olha e vê."" --- Da leitura de jogo excepcional, vemos isso em cada jogo que o Sporting faz :)))

P.S... Foi interessante ler
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De Rui Gomes a 20.03.2017 às 22:08

Carlos,

Também não concordo com tudo, mas algumas das suas considerações não devem ser interpretadas literalmente.

Sobre uma pessoa com talento natural, há muitos variáveis que afectam a sua eventual realização seja em que ramo for.

Decerto que o Carlos sabe que enquanto andavam na Academia, o talento mais promissor na altura era Quaresma e não Cristiano Ronaldo. E isto foi-me dito pessoalmente durante um treino.
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De José Sousa a 20.03.2017 às 22:23

Quaresma jogava na mesma equipa do filho dum grande amigo meu, era um talento enorme, mas já na altura com mau feitio e armado em estrela da companhia. Ia algumas vezes de boleia connosco, e achava que não precisava de trabalhar como os outros, pois o seu talento bastava.
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De Rui Gomes a 20.03.2017 às 22:27

Sim, mas o Cristiano, na altura, também era muito indisciplinado. Recordo a história que me contaram, salvo erro o saudoso Fernando Mendes, de ter atirado uma cadeira à professora.

Há muitos factores, mas acredito e sempre acreditei que o maior foi um ter ido parar às mãos de Rijkaard e o outro de Alex Ferguson. Fez toda a diferença !
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De José Sousa a 20.03.2017 às 22:33

E o Fábio Paim era um talento enorme, alguns diziam que era melhor que CR ou RQ. É a humildade, o trabalho e depois na idade de sénior ter um um conjunto de factores favoráveis.
Sempre gostei mais de Litos comparando com Futre e vemos onde chegou um e outro.
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De PedroMD a 21.03.2017 às 10:37

Rui, o seu segundo parágrafo resume tudo aquilo que sempre disse da diferença das carreiras de ambos. Ferguson e Rijkaard!

Um abraço
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De Aracaçu a 20.03.2017 às 21:30

Não consegui ler tudo, porque achei este excerto um bocado secante.

E é só um excerto, então imagine se tentasse ler a entrevista toda. Acho que adormecia!
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De Rui Gomes a 20.03.2017 às 22:11

Cada um ao seu. Até nem sou grande fã da pessoa, mas este tipo de considerações fascinam-me, nomeadamente porque obrigam reflexão. Nem todos gostam de "pensar" futebol. Ao longo dos anos, já passei muitas noites a debater a essência do futebol com amigos. Tenho muitas saudades desses tempos.
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De Aracaçu a 21.03.2017 às 11:51

O que eu escrevi tem mais a ver com o facto de eu gostar de ler, mas prefiro uma escrita mais prática, com poucos rodeios e de forma mais concisa.

Há pouco tempo li o livro "Pilares da Terra" de Ken Follet, que é uma excelente obra, mas naquelas descrições de como eram construídas as catedrais, eu lia mas era como se não estivesse a ler, "desligava" o cérebro, e quando voltavam a surgir os diálogos, aí já começava a prestar atenção ao livro de novo.

Claro que temos que respeitar o modo de ver os outros, neste caso respeito o seu, mas talvez fartei-me de ler este excerto por causa desta forma de ler que eu tenho, se fosse a falar como disse e bem, talvez tivesse um comportamento diferente.
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De José Sousa a 20.03.2017 às 21:57

Pedroto já não é do meu tempo, li e ouvi muito sobre ele mas não é a mesma coisa.

Mourinho é inteligente, dizem não ter nada a ver com a sua pessoa, criou uma figura para poder vingar no futebol.
Forte na parte psicológica (mas acho que já foi mais forte), e as suas equipas não jogam um futebol brilhante porque a parte táctica não é o seu forte, compensando com o lado humano e na defesa a todo o custo dos seus atletas (não conheço um que fale mal de Mourinho).

O seu modelo de jogo ficou esgotado e está a tentar mudar.

Jorge Jesus tem o seu ponto no treino, na táctica, mas falta-lhe o resto que Mourinho tem.
As suas origens também marcam o seu carácter.
Criou um modelo de jogo muito atraente, capaz de surpreender os adversários.
Mas não viu ou nāo quer ver que o mesmo está a esgotar o seu prazo de validade. Urge mudar para não ficar para trás.

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De Rui Gomes a 20.03.2017 às 22:16

Compreendo o seu ponto e considero-o muito válido. Creio que será difícil ele mudar. Tem a ver com o seu carácter e personalidade.

Dou-me bem com um "rapaz" que jogou com o Jorge Jesus no Peniche. Não sei se sabe que a sua primeira mulher é de Peniche. Ele conta-me umas histórias interessantes e, na realidade, como homem, não mudou muito.
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De José Sousa a 20.03.2017 às 22:26

Tenho um colega de trabalho que cresceu no mesmo bairro de JJ, e ele conta-me algumas histórias. Aquilo que JJ mostra na TV é mesmo ele e sempre foi assim.
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De Rui Gomes a 20.03.2017 às 22:28

E mais até...
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De julius coelho a 20.03.2017 às 22:56

Este post merecia de todo um comentário meu muito mais detalhado onde pudesse explicar muitas coisas sobre a importãncia de personalidades como a de Manuel Sérgio no mundo do futebol.
Mas nao tenho esse tempo .
Um dia Carlos Qeiroz explicou que o melhor treinador é aquele que consegue transmitir á sua equipa um sucesso de uma filosofia e nao uma filosofia de vitória parecem iguais mas nao sao .

Um treinador sentirse-á muito mais completo se no mínimo ouvir boas filosofias e no máximo se ler livros de psicologia e sociologia e compreendê-las.

A psicologia, a sociologia , a filosofia ajudam a formar liders , outras formas de ver o mundo , as pessoas , as reações , os fenómeno quando em grupos., quando em equipa.
Ajudam e de que maneira a lidar com as pressões .
Ajudam acima de tudo a explicar ao jogador que ele pode ser tudo o que quiser ser se estiver preparado a sofrer e muito para lá chegar.

O meu sucesso de treinador devo-o e muito a toda a formação de sociologia e filosofia que tive, pelos inumeros de bons livros que devorei dessas areas e que pelo facto de perceber de futebol , de o sentir e respirar encaixaram como uma luva com a minha personalidade de lider completando-me.

Pecebo perfeitamente o que diz Manuel Sergio , entendo porque através dos tempos foi procurado por grandes nomes do treino de futebol , porque gostam e sentem necessidade de o escutar embebendo-se com maior ciência tal a abertura cerebral a outras visões da vida .

Pela parte de Manuel Sergio foi tambem enriquecedor embeber-se na aprendizagem de muitas das malandrices do futebol , em contrapartida escutava quem respira e respirava o futebol por todos os poros o que o ajudou tambem em todos estes anos para as conclusões das suas teses filosóficas.

Um dia com mais tempo gostaría de voltar a este tema

Boa noite.



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