Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
João Benedito confessa-se preparado para ir até às últimas consequências para defender os interesses do Sporting em todos os processos de rescisões dos futebolistas que deixaram o plantel neste Verão, após o ataque à Academia.
Sem esconder a tristeza por este processo ter sido maioritariamente liderado por jogadores provenientes dos escalões de formação, na sequência dos graves incidentes de 15 de Maio, o antigo atleta reconheceu, em entrevista à Lusa, que há casos distintos entre os elementos que saíram, mas que o Clube não pode sair prejudicado.
"É lógico que é uma situação que me preocupa e gostava que não tivesse acontecido. As pessoas poderão ter as suas razões, mas cabe-me olhar para o problema de uma forma defensora - única e exclusivamente - do que são os direitos do Sporting. Nenhum clube ou atleta vai conseguir levar vantagem em relação ao Sporting por aproveitamento desta situação".
Outro tema a agitar o universo sportinguista ao longo dos últimos anos foram as relações tensas com os rivais, nomeadamente em relação ao clube da Luz. Confrontado com a possibilidade de um reatamento, João Benedito condicionou uma decisão nesta matéria às consequências de vários processos que envolvem os 'encarnados' e que estão na justiça.
"Há várias situações que têm de ser respondidas e há informações que têm de ser dadas aos sócios do Sporting. Quando chegarmos, iremos pegar nos processos e queremos ser institucionais com todos aqueles que são os parceiros no negócio do futebol. É aqui que nos queremos focar, mas há situações que não podem ser esquecidas e há respostas que têm de ser dadas".
Apesar desse posicionamento, o candidato à presidência 'leonina', de 39 anos, admitiu convergir com os rivais na questão dos direitos televisivos, tema sobre o qual conversou recentemente com o presidente da Liga de clubes, Pedro Proença. No entanto, só aceita um cenário em que o Sporting não saia de modo algum prejudicado financeiramente em relação ao contrato de longa duração assinado com a operadora NOS em 2015.
"A minha posição em relação a este tema é: primeiro, defender os interesses superiores do Sporting, e, segundo, poder congregar esse leque de interesses com aquilo que são os interesses do mercado e do negócio do futebol. A minha preocupação - e foi demonstrada - foi garantir que havendo essa centralização o Sporting, pelo menos, consiga garantir aquilo que já garantiu com o contrato de patrocínio que foi assinado.
Estamos obviamente afastados da Liga dos Campeões. Por consequência, estamos com receitas muito inferiores aos nossos rivais. Se nos for reduzida a vertente dos direitos televisivos, vamos ficar ainda mais fragilizados. Sou de acordo que possa haver essa centralização, mas que o Sporting receba, pelo menos, aquilo que são os valores que já tem orçamentados".
Já sobre as modalidades e a alegada falta de retorno financeiro para o investimento que tiveram na última época, da qual resultaram as conquistas dos títulos de andebol, futsal, hóquei em patins e voleibol, João Benedito deixou uma garantia de competitividade.
"Todas as modalidades do Sporting têm de lutar para serem campeãs nacionais, pelo menos. É este o nosso posicionamento absoluto. Depois, temos de ver a nossa elasticidade de custos e condições para podermos lutar pelos títulos europeus. O valor dos títulos das modalidades é muito superior ao preço que elas custam".
Uma das apostas de João Benedito para o futuro passa pela entrada em cena de um CEO. Porém, esclarece que o poder vai continuar nas suas mãos e que este executivo - cujo nome não vai divulgar se não vencer - terá a seu cargo "áreas não desportivas" do clube.
"Queremos alguém que seja transversal ao Clube e à SAD para conhecer e ter a análise das áreas não desportivas. Queremos que seja alguém que possa gerir esta parte do Clube, mas aplicando aquilo que nós definimos. Reporta sempre a mim e à Comissão Executiva, nós é que definiremos a estratégia".
Paralelamente, também sublinhou a necessidade de mudar o paradigma das últimas duas décadas no Sporting, no qual o plano desportivo foi menorizado sob a vertente financeira.
"Há um pensamento estratégico isolado e não congregador destas duas áreas. É aqui que reside a estratégia de intervenção, porque aquilo que é a independência de um clube é suportado pelos resultados desportivos. Tem de ser o pensamento desportivo a definir a estratégia".
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.