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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Benfica-Sporting, 2-4 (Liga, 6.ª jornada) – 1965/10/17
«Lembro-me desses quatro golos que fiz ao Benfica, mas o último foi o mais bonito: um chapéu do bico da área. Apesar de esse dérbi ter sido logo no início da época, acabou por ser importante para nos sagrarmos campeões em 1965/66. Nessa década foi assim: o Benfica vencia três campeonatos e nós vencíamos o seguinte.
Após esse jogo, era só jornais a quererem entrevistar-me e a tirar fotos. Não guardei nada desse tempo, excepto um DVD desse jogo, com os golos, que entretanto consegui através da RTP. Recentemente, o Bruno de Carvalho pediu-me e eu ofereci uma cópia do DVD ao Sporting. Voltei a sagrar-me campeão pelo Sporting mais uma vez, mas a minha carreira acabou em 1972, quando ainda tinha um ano de contrato com o Sporting. Abandonei o futebol e fui viver para Angola por não querer combater na Guerra Colonial.
Mais tarde, emigrei para o Canadá, onde trabalhei num edifício de apartamentos, numa casa de câmbios, na secção de carga da Sabena (companhia aérea belga). Regressei a Portugal em 1981 e ainda trabalhei na Securitas. Hoje, poucos se lembram desse jogo. Só os adeptos com 60 anos ou mais, talvez. Ainda assim, há dias, no Sporting-Real Madrid, alguém disse ao Butragueño o que eu tinha feito naquele dérbi e ele perguntou-me espantado: “Marcou quatro golos ao Benfica do Eusébio?!”»
João Lourenço, 74 anos – Sporting
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