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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
A bombástica contratação milionária de Jorge Jesus – desviando-o do grande rival – constituiu um arriscado golpe populista e absurdamente dispendioso do jovem presidente do Sporting com o fim de galvanizar a rapaziada e procurar, de algum modo, sufocar a discordância, que já então grassava no universo sportinguista, sobre o estilo impetuoso do seu desempenho.
Desde logo, porém, os mais experientes e atentos não alimentaram ingénuas ilusões quanto ao que se esperaria do notório controverso treinador do “limpinho, limpinho”, intrinsecamente ligado à tão badalada conquista dos campeonatos do famoso “colinho” e ao contrastante fracasso benfiquista nas recentes competições europeias.
A despeito de Jorge Jesus ser, sem margem para dúvidas, um óptimo treinador, sucessivos factores vieram, contudo, comprovar que o sucessivo êxito de registo do Benfica se deve essencialmente a um conjunto de factores estranhos ao próprio jogo em si – do qual tem sistematicamente beneficiado e continua, descaradamente, a beneficiar – provenientes do sector da arbitragem, dos órgãos que regem e controlam o futebol nacional (dos quais o Sporting erradamente se ausentou), de actos de suspeitosa corrupção, do visível domínio benfiquista nos media, entre outros – sem esquecer, claro, o incentivo com que é flagrante e constantemente brindado pelas estéreis acções de guerrilha da actual presidência, originando consequentes retaliações vingativas.
Nada garantia, portanto, que viesse a ser coroado em sucesso a insólita substituição do promissor Marco Silva, que – suportando abjectas tramóias – realizou, em curto tempo, um excelente trabalho, granjeando o apreço e a simpatia da grande maioria dos adeptos leoninos, e cujo despedimento se revelou um capítulo vergonhosamente indigno da nobre história centenária do Sporting Clube de Portugal.
Ora, não usufruindo o Sporting de tão determinante favorecimento – nem, sequer, de um tratamento imparcial por parte das instâncias envolvidas na obscura esfera futebolística portuguesa – era de toda a lógica admitir que essa evidente desigualdade dificultaria fatalmente a missão de Jorge Jesus, para a qual os seus inegáveis méritos não seriam, de facto, suficientes. Obstáculo decididamente agravado por uma acumulação de erros na onerosa aquisição de jogadores estrangeiros de discutível qualidade, em simultâneo com o desaproveitamento de jovens e ambiciosos talentos formados na Academia do Clube.
Não obstante a magnífica prestação da equipa do Sporting na primeira época do actual treinador – em que se verificou uma nítida falta de sorte, erros próprios e a manipulação de diversas arbitragens a impedir o alcance do justo prémio – a chocante derrocada a que presentemente temos assistido, tanto nas competições nacionais como nas internacionais, confirma plena e dolorosamente o irrealismo das eufóricas expectativas criadas pela cartada sensacionalista de Bruno de Carvalho.
Um texto da autoria do leitor LEÃO DA GUIA, a quem agradecemos a gentileza da sua colaboração.
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