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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Esta terça-feira foi a vez de Bruno Fernandes ser ouvido no julgamento a decorrer no Tribunal de Monsanto sobre a invasão à Academia Sporting.
Lamentavelmente, acabou por ser submetido ao interrogatório de um palhaço que passa por advogado, que, não por mera coincidência, representa outro palhaço, o ex-presidente destituído.
O «capitão» do Sporting descreveu ao pormenor o dia da invasão:
"Estavam praticamente todos os jogadores do plantel no balneário, acredito que 24 ou 25, e também alguns elementos da equipa técnica. Só o mister Jorge Jesus é que não estava. Entraram 20 a 25 adeptos, foram entrando gradualmente.
A porta do balneário estava aberta, o nosso team manager estava a tentar fechá-la mas não conseguiu, porque entretanto chegaram os adeptos.
Os primeiros foram directamente ao Rui Patrício e William e depois outros ao Acuña e Battaglia. O Ricardo Gonçalves ainda tentou segurá-los, mas não conseguiu. Gritavam pelo nome do Acuña, do Battaglia, do William e do Patrício.
Eu e o Sebá [Coates] tentámos impedi-los, mas não conseguimos, disseram que não era nada connosco. Depois um outro agrediu o William. Disseram-nos que não merecíamos vestir a camisola do Sporting, que éramos uma m.... e uns filhos da p... Um deu um soco nas costas ao William.
O Battaglia tentou vir para perto de mim, que estava na zona das macas, e eu tentei pegar na máquina do gelo para impedir que lhe acertassem. Atiraram-lhe um garrafão de água na zona dos braços.
Enquanto entravam no balneário diziam 'vamos matar-vos, Acuña vou-te apanhar'. Antes de saírem disseram... 'não ganhem no domingo que vão ver o que vos acontece'.
Não tive tempo de reagir ou pensar. Foi tudo muito rápido. Ninguém me tocou, tirando um que me meteu o braço e disse que não era nada comigo. Vi o míster Jesus com sangue na boca. O Bas Dost tinha a cabeça já a ser tratada, a levar pontos.
É óbvio que fiquei com muito receio, ainda hoje, quando temos jogos, sinto ansiedade que caso as coisas não corram bem possa acontecer novamente.
O treino do dia 15 de Maio estava inicialmente marcado para de manhã. As sessões são marcadas semanalmente. O presidente Bruno de Carvalho é que disse que o treino seria à tarde. Não deu explicação nem disse a hora. Foi especificada mais tarde pelo Vasco.
Na reunião com Bruno de Carvalho, na véspera do ataque, foi discutir os acontecimentos na Madeira e o momento da equipa. Foi discutido o que tinha acontecido entre o Acuña e o Battaglia e os adeptos.
Lembro-me de ele dizer... 'aconteça o que acontecer estão comigo?' E disse que então amanhã à tarde estávamos lá. Percebi que no dia seguinte ia à Academia. Disse 'amanhã estarei lá convosco'. Percebi que era no treino.
Mais do que a minha vida, temi pela vida dos meus familiares, principalmente a minha filha e a minha mulher. Pedi à minha mulher que fossem para o Porto, para que nada lhes pudesse acontecer".
Entretanto, o advogado do ex-presidente destituído pediu a palavra:
"Boa tarde, Joaquim... Como é que se chama?" (pergunta que provocou um aviso da juíza Sílvia Pires)
A situação acabaria por repetir-se mais tarde, quando Fonseca falou num episódio que aconteceu noutro clube. "O seu colega Raphinha não passou por uma invasão quando estava no V. Guimarães?", questionou. A juíza advertiu então o advogado para se remeter aos factos e este ripostou: "Não me interessa se é Guimarães ou na Cochinchina".
Bruno Fernandes explicou que protecção foi-lhe oferecida pela FPF, mas que ele contratou segurança pessoal na sequência da invasão e que a manteve durante cerca de seis dias, até ir para a concentração na Selecção Nacional.
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