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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Ricardo Gonçalves, antigo coordenador de segurança e operações da Academia Sporting, relatou esta segunda-feira em Tribunal ameaças de morte, agressões e injúrias a jogadores do Clube, acrescentando que Acuña e Battaglia foram os principais alvos dos invasores.
Na sétima sessão do julgamento do ataque à Academia, com 44 arguidos, entre eles o ex-presidente destituído Bruno de Carvalho, que marcou presença na sala de audiências, Ricardo Gonçalves relatou que desconhecia a ida do grupo de adeptos à Academia, o qual conseguiu chegar até à ala profissional de futebol, na qual estavam os jogadores.
"Pela forma como se deslocaram para a zona [do vestuário], onde estavam o Acuña e o Battaglia, pelo maior foco nesses dois, presumo que fossem eles os principais alvos. Faziam ameaças como 'vou-te matar, não vales nada, não jogas nada, não vão sair daqui vivos'" descreveu a testemunha, perante o colectivo de juízes, sublinhando que viu o grupo a entrar na Academia e que, no trajecto até à zona dos balneários, tentou demover os arguidos de continuarem, mas que também ele foi ameaçado.
"Observei ainda os diversos elementos abordarem os jogadores, empurrões, agressões, ameaças, deflagração de engenhos pirotécnicos. Deflagrou uma tocha à minha frente. O preparador físico Mário Monteiro foi atingido. Vi uma geleira a voar pelo ar e um depósito de água. Vi uma série de indivíduos a empurrá-los e a soqueá-los, um indivíduo a atingir com um cinto o Misic e confusão".
Ricardo Gonçalves identificou, a pedido da presidente do coletivo de juízes, Sílvia Pires, os quatro elementos da claque Juventude Leonina, com "responsabilidades" nesta claque, os quais seguiam à frente do grupo de encapuzados que invadiu o espaço: os arguidos Tiago Silva 'Bocas', Válter Semedo, Pavlo Antonchuk 'Ucraniano' e João Calisto Marques.
Segundo a testemunha, estes quatro elementos do grupo dirigiram-se aos jogadores Acuña e Battaglia, "que estavam encostados num canto" do vestuário e que sofreram "empurrões e socos", acrescentando que não viu a agressão a Bas Dost, mas que o jogador holandês estava a sangrar da cabeça.
Durante a fuga, afirmou ter visto o treinador Jorge Jesus a "levar, pelas costas, um soco" de um dos suspeitos.
Ricardo Gonçalves ainda indicou que foi o arguido Bruno Jacinto, à data dos factos oficial de ligação aos adeptos, quem lhe telefonou, pelas 16:55, a dar conta de que "iam adeptos à Academia", sem precisar o número e o que iriam lá fazer, apesar de o ter questionado sobre isso. O grupo de adeptos entrou na Academia "dez a doze" minutos depois.
Após o contacto de Bruno Jacinto, telefonou ao secretário técnico Vasco Fernandes, que também desconhecia a ida dos adeptos à Academia, e que este iria telefonar a André Geraldes, à data 'team manager'.
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