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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O ex-treinador adjunto do Sporting Raul José disse ontem em Tribunal que viveu "quatro a cinco minutos de terror" no ataque à Academia de Alcochete, durante os quais pensou que "não iriam sobreviver", e relatou agressões a vários futebolistas.
"Vi a chegada de um primeiro grupo de indivíduos, entre 10 a 15. Lançaram tochas, havia fumo, agrediram três, quatro jogadores. Gerou-se um clima de pânico total e de terror, em que tivemos dificuldade em perceber o que aconteceu naqueles quatro a cinco minutos de terror", descreveu o ex-treinador adjunto da equipa liderada por Jorge Jesus, que estava no corredor de acesso ao balneário, em frente à porta que dá para o vestiário, no qual estava "90% do plantel".
Raul José, que esteve a ser ouvido na nona sessão do julgamento da invasão à Academia, que decorre no Tribunal de Monsanto, explicou ao colectivo de juízes ter visto agressões aos jogadores William Carvalho, Marcus Acuña e Rodrigo Battaglia, os dois últimos "alvos definidos" pelos elementos que entraram no vestiário, que lhes deram socos, estaladas e empurrões.
"O Acuña retaliou um bocadinho e empurrou quem o queria agredir. Depois fui ajudar o Bas Dost, que estava no chão, e levei com um cinto no ombro. Havia duas pessoas com cintos".
“Lembro-me de o William ser agredido com uma chapada e ir atrás desse elemento que o agrediu. Penso que o William o conhecia, pela forma como estava a falar com ele”.
Questionado sobre se existiram ameaças, Raul José foi claro: “Ameaças? Ameaças não, porque eles não ameaçaram, eles bateram".
Raul José também disse que foi "sugestão" de Bruno de Carvalho a alteração do treino de manhã para a tarde do dia 15 de maio de 2018 - após o ex-presidente do Clube despedir "informalmente" a equipa técnica - para que houvesse tempo suficiente para preparar o despedimento formal.
Explicou ao colectivo de juízes que a equipa técnica, liderada pelo então treinador Jorge Jesus, reuniu na tarde de 14 de maio de 2018 com Bruno de Carvalho, Rui Caeiro e Carlos Vieira, à data, administradores da SAD.
Na reunião, Raul José afirmou que Bruno de Carvalho comunicou aos quatro elementos da equipa técnica que "era o fim da linha" e que "não contava mais" com eles, tendo saído "com a noção de que já não eram os treinadores" do Sporting.
No entanto, o cenário alterou-se. Como a equipa técnica não recebeu nota de culpa para o despedimento formal, teve de comparecer no treino da tarde. E foi nessa altura, como definiu Raul José, que começou o “terror” e o “pânico”.
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