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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Na Luz, no Dragão e em Alvalade (menos) é fácil serem ferozes e implacáveis, mas a Liga decide-se ao relento.
Assim fica difícil adivinhar o campeão nacional à segunda jornada. FC Porto e Benfica, por esta ordem, experimentaram os jogos fora dos seus coliseus cheios de energia patrícia e ficaram a conhecer a dura realidade da vida em Tondela e em Chaves. O Sporting conheceu-a em casa, onde em 2016/17 já fraquejara mais vezes do que os adversários.
Rui Vitória reivindicou melhor futebol do que diz um resultado tão demorado (93") como o de ontem, mas há duas verdades paralelas. O Benfica até foi, dos candidatos, o que mais pontos fez fora de casa na época passada, mas também marcou menos golos (23) do que FC Porto (27) ou Sporting (31), apesar da reputação de máquina trituradora e do facto, indesmentível, de ter os melhores e mais eficazes especialistas no ataque. Vinte e três golos a dividir por 17 jogos dá pouco mais de um (1,35) por cada noventa minutos, ou seja, em Chaves viu-se a aplicação da regra Rui Vitória, que já em 2015/16 tivera o melhor ataque em casa mas não fora, e até pontuara menos do que o Sporting.
As arenas deste título serão as alheias, em que quanto mais distantes na geografia, mais potencialmente influenciadoras da classificação. Não foi por acaso que Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, marcou uma diferença para o seu antecessor, que insistia na ideia de que o Dragão tinha de ser inexpugnável. Conceição acrescentou o que faltava: têm de ser inexpugnáveis o Dragão e a outra metade dos jogos também. Fica a minha previsão: 2017/18 não será para campeões de chinelos e sala de estar.
José Manuel Ribeiro, jornal O Jogo
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