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Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
O treinador de futebol português “não é mágico algum”, mas tem uma capacidade de “adaptação” a novas realidades que lhe abre as portas do “grande mercado”, considerou hoje o técnico Leonardo Jardim.
Num recém-debate 'online' promovido pela União dos Treinadores de Futebol de Países Lusófonos, o técnico português justificou o sucesso de muitos compatriotas no comando de equipas estrangeiras com essa característica que, diz ele, “vem da nossa cultura”, e também com a formação através dos vários cursos de treinador que, em Portugal, estão “muito desenvolvidos”.
“O treinador português tem um ADN muito especial, é capaz de se adaptar aos vários campeonatos e países. A adaptação é uma coisa que muitos treinadores dos outros países não são capazes de fazer e isso dá-nos uma grande vantagem e mercado”, assumiu o antigo treinador do Sporting, na época de 2013/14.
O técnico que deixou o AS Mónaco no final de 2019 reconheceu que procura conhecer a cultura do país e dos funcionários sempre que chega a um novo clube e recorreu mesmo a exemplos da sua primeira passagem pelos monegascos, em 2014, assumindo que teve “dificuldades” para implementar a sua metodologia de "treino integrado”, com presença constante da bola nos exercícios.
“Em França, o treino analítico e de ginásio estão muito presentes e muitas vezes tive de abdicar de alguns dos meus princípios para que os jogadores se sentissem bem. Mas, a partir do segundo ano, já era muito raro aquele que me pedia trabalho complementar de corrida e intervalados”, revelou o campeão da 'Ligue 1' em 2017, explicando que não se pode alterar todo esse processo “de um momento para o outro”.
Outro factor que pesa muito no surgimento de muitos jovens treinadores portugueses, no entender de Leonardo Jardim, é o facto de acreditarem que podem ter sucesso com uma aquisição de maior conhecimento e uma formação “mais académica” sem ter um passado de atleta de alto nível.
“Em França, para ser treinador na I Liga, quase é obrigatório ter currículo de jogador de I Liga. Em Portugal, isso não acontece, o que leva muitos jovens a acreditarem que podem chegar lá através da experiência e da formação”, analisou Jardim na ‘discussão’ onde participaram também os treinadores José Gomes, do Marítimo, e Lito Vidigal.
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