Não gosto de questionar treinadores, mas todos têm uma característica em comum que me exaspera: excesso de teimosia. E Leonardo Jardim não é excepção à regra. Atendendo às más condições do relvado - indubitavelmente identificadas muito antes do jogo começar - parece-me lógico que a disposição teria indicado ao técnico do Sporting que a sua equipa não iria poder jogar o seu usual futebol; que os extremos não iriam ter condições para conduzir o esférico pelas alas com algum grau de regularidade significante, que o jogo teria de assentar mais em lances aéreos e em profundidade e que, para esse fim, a equipa necessitaria de mais peso e altura em campo, componente que o obrigaria a alterar ligeiramente o seu preferido 4x3x3, abdicando de um extremo e fazendo entrar Islam Slimani.
Mesmo depois de verificar as dificuldades que a equipa do Sporting sentiu logo a partir do primeiro minuto em controlar a bola e assentar qualquer tipo de jogo - o Arouca teve 60 por cento posse de bola - e antecipando que seria impossível ao adversário manter na segunda parte a pressão alta que exerceu nos primeiros 45 minutos, mesmo com isto à vista, insistiu nos mesmos onze ao intervalo, optando por "queimar" 8 minutos até fazer entrar Slimani para o lugar de Diego Capel. O avançado argelino fez sentir a sua presença imediatamente e tinha a ironia do destino que ele viesse a marcar o golo que daria a vitória ao Sporting.
Esperava igualmente que fizesse alguma outra opção em relação a André Martins, que sentiu enormes dificuldades em movimentar-se naquele pesado relvado mas, surpreendentemente, foi William Carvalho que acabou por sair aos 68 minutos, ainda com o jogo empatado. A substituição não fez sentido, mas dou o benefício da dúvida a Leonardo Jardim, porque desconheço se existia algum impedimento físico com o médio leonino ou se os seus 4 amarelos influenciaram a decisão.
Em geral, um jogo que não podia ter sido bem jogado devido às condições do relvado, mas mesmo tendo isto em consideração, acho que o Sporting exagerou com o passe longo e com o jogo aéreo, especialmente na primeira parte.
As duas expulsões ordenadas por Cosme Machado foram absolutamente ridículas, na minha opinião. Tanto no caso do jogador do Arouca como com Marcos Rojo, foram faltas vulgares que não mereciam o segundo amarelo.
Em última análise, grande satisfação pela vitória, embora o empate não fosse escândalo algum. Ainda continuamos com a "estrelinha" que, a bem dizer, é justa e merecida.