Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Ser Sporting não se implora, não se ensina, não se espera, somente se vive... ou não.
Adorei ler (ouvir) a entrevista de Manuel Cajuda a Bola Branca da Rádio Renascença, pelas verdades que disse e, também, lamentavelmente, por algumas tristezas que revelou sobre o estado do futebol português, em geral, e do que ocorre em torno da Selecção Nacional, em particular.
Eis algumas das suas afirmações mais interessantes:
«Fernando Santos é a escolha certa, mas não compreendo como se renova um contrato com um treinador para o despedir dois meses depois. É, provavelmente, sinal de que alguém não sabe o que está a fazer.»
«No futebol português há excessivas mesas redondas com demasiadas pessoas quadradas à sua volta.»
«Pelos jogos que vi, Portugal foi a pior selecção do Mundial. A conclusão a que se chegou é patética, no mínimo. Até o Paulo Bento estranhou a conclusão de que só o médico era responsável e acho que, desta situação, o Paulo Bento foi vítima.»
«Desta vez não fui abordado, como foi o caso depois da saída de Carlos Queiroz. Mantenho a esperança de um dia assumir o cargo de seleccionador, mas neste momento essa situação não é relevante.»
«Recordo a conversa que tive com um vice-presidente da Federação, quando fui hipótese para suceder a Carlos Queiroz. Nessa altura percebi a realidade. Perguntou-me se eu conhecia alguém importante no Espírito Santo, depois perguntou-me se eu era amigo de um determinado empresário e se tinha alguma coisa com uma marca de equipamentos. Disseram-me logo que em princípio não seria o seleccionador nacional.»
Lamento que Manuel Cajuda não tenha revelado o nome do referido vice-presidente, apenas e tão só para se ficar a conhecer melhor mais um, entre muitos, dos personagens que flutuam no futebol português. Mas não deixa de ser triste - para ser simpático - que os critérios (naquela ocasião pelo menos) para escolher o líder da equipa das quinas, envolvam a exigência de conhecimentos na Banca, no mundo empresarial e até no comercial.
Entre tanto, é difícil não chegar à conclusão que o futebol, por si, e a representação de uma Nação, não são considerações preeminentes.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.