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Mão pesada da UEFA

Rui Gomes, em 11.12.24

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O Comité de Controlo, Ética e Disciplina da UEFA multou Sporting em 20 mil euros e ordenou o encerramento do sector A14 - onde normalmente estão elementos ligados à Juventude Leonina -, na sequência da pirotecnia lançada pelos ultras na recepção dos leões ao Arsenal, no passado dia 26 de Novembro, com efeitos já para a recepção ao Bolonha, marcada para 29 de Janeiro.

Após a reunião decorrida esta quarta-feira, a decisão foi avançar com consequências, após o aviso no mês supracitado: a sucessiva utilização de materal pirotécnico precipitou-o, mas as claques, tanto na bancada Sul como na zona Norte, fizeram questão de demonstrar a sua rebeldia.

O fecho parcial do Estádio José Alvalade confirma-se, então, nessa primeira zona, ficando a segunda com pena suspensa durante dois anos, aguardando-se por novo encontro desta comissão, isto após os acontecimentos em Bruges, onde além de ter sido lançada uma tocha para o relvado, no fim da partida, houve ainda uma assistente de recinto que ficou inconsciente após o lançamento de um petardo.

publicado às 17:00

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27 comentários

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De Marcos Cruz a 11.12.2024 às 18:28

Rui, como não sabia onde encaixar isto, deixo-lhe aqui uma breve reflexão sobre a famigerada crise no nosso clube. Fica ao seu dispor. SL


Entre as muitas assunções lesa-futebol que têm feito escola, uma em particular deixa-me perplexo: a de que, no futebol, não há tempo. É um efeito da cultura do imediatismo e de uma desejada irracionalização das massas, porque a raiva vende mais do que a paciência e, no negócio do futebol, o futebol é a equipa pequena, o negócio é o “dream team” – lutam um contra o outro dentro e fora do campo, apoiados por bancos que em comum só têm o nome.
Dizer que não há tempo no futebol é a mesma coisa que dizer que não há espaço. É negar a essência do futebol, é arrancá-lo à sua raiz metafísica, é transportá-lo de um relvado para um caixão. Provavelmente, um dia teremos equipas de ciborgues treinadas por algoritmos. Nesse dia, quem não terá tempo para o futebol sou eu.
O João Pereira é um ser humano. Até parece estúpido lembrar isto, mas torna-se necessário perante a enxurrada de desumanidade que lhe está a cair em cima. Ainda ontem, num dos poucos programas televisivos equilibrados de debate sobre futebol, todos os “tertulianos” se entretinham a contribuir com linhas próprias para a escrita do obituário de João Pereira enquanto treinador do Sporting.
Caso não fosse humano, João Pereira não entenderia por que os agora seus jogadores se mostram inseguros onde antes patenteavam autoridade. É que a razão, muito mais do que física, técnica ou táctica, até porque todo um sistema de comportamentos mecanizados se mantém, deve ser encontrada no foro psíquico. Se a dúvida, como um vírus, invadiu transversalmente o clube desde que Amorim sobrepôs, cheio de pressa (lá esta o fantasma do tempo), o seu interesse pessoal ao interesse colectivo, João Pereira não lhe ia ser imune, ainda para mais estando a dar os primeiros passos oficiais na profissão.
Do meu ponto de vista, ninguém será parte da solução se não se assumir primeiro como parte do problema. Todos juntos nisto: presidente, director desportivo, equipa técnica, jogadores, sócios e adeptos. Obviamente, não incluo a comunicação social, porque ela não está disposta a ser parte da solução – nem tem de estar, embora a factura do seu criticismo irresponsável seja paga pelo futebol português como um todo. E o problema aqui parece-me tanto mais bicudo quanto já foi a solução: a aposta de todas as fichas num treinador a quem se deu salvo-conduto para criar filosofia, implementar sistema, fixar modelo, escolher jogadores e ser uma espécie de guru comunicacional do clube, num processo de tal forma pessoal e intransmissível que, já se adivinhava, iria causar um cataclismo quando fosse interrompido.
Certamente, Frederico Varandas não queria atirar João Pereira para o meio da tempestade, mas teve de o fazer, uma vez que era ele quem vinha a ser trabalhado como futuro sucessor de Amorim. Lá está, houvesse tempo, tivesse ele sido respeitado pelo técnico anterior em função dos compromissos assumidos, e talvez a entrada de João Pereira na equipa fosse bem mais auspiciosa.
Face a isto, e a muitas outras coisas que poderia mencionar, como o facto de o plantel prender o actual treinador ao 3x4x3 de Amorim ou de ser sempre extremamente difícil substituir uma liderança carismática (veja-se Bruno Lage no Botafogo pós-Luís Castro), a última pessoa que julgo merecedora de crítica é precisamente João Pereira, o bombeiro que adentrou as chamas e, ainda sem água a correr feroz pela mangueira, se predispôs a apagar o fogo intenso que o seu amigo Amorim decidiu atear. Em vez de lhe agradecermos e nos juntarmos a ele, ajudando-o por todos os meios a reverter a situação, atiramos-lhe gasolina.
Impressionado com as tochas e os petardos caídos no relvado do Brugge, Harder fez a pergunta a que os sportinguistas deviam responder colectivamente: "O que é isto?".









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De Jcscp a 11.12.2024 às 19:33

Caro Marcos Cruz,

Concordo plenamente que este tipo de reações só vai ajudar a piorar o estado das coisas, mas defender que João Pereira era a unica opção para o Sporting não faz sentido e faz ainda menos sentido que um treinador possa ser trabalhado e preparado desta forma.

Os treinadores não se trabalham nem se preparam numa espécie de laboratório inventado pelo nosso presidente.
Exigia-se alguem com experiência e competência para liderar a equipa.
O Sporting está em primeiro na liga e disputa a liga dos campeões e é neste momento a equipa com a equipa técnica menos preparada do nosso campeonato.

Atitude absurda e irresponsável do nosso presidente Frederico Varandas.
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De Tiago a 11.12.2024 às 19:36

Eu só quero relembrar duas coisas, andar a trocar novamente de treinador, a ultima vez que isso aconteceu foram quantos mesmo?

O Lage foi para o lugar do Luis Castro a meio da epoca no Botafogo, que aconteceu a seguir, quantos treinadores tiveram?

Não há milagres, a herança é extremamente pesada.
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De Tiago a 11.12.2024 às 19:37

Não era aqui

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